O presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Luiz Fernando Jamur, destacou, nesta terça-feira (23/3), durante sua participação no fórum Connected Smart Cities & Mobility, que as ações de cidade inteligente da capital têm por base a integração de processos e a visão de futuro para a transformação do espaço urbano. “É importante trocar ideias para avançar na busca de uma cidade cada vez mais inteligente. Adotamos uma abordagem com visão integrada de todas as áreas, convergindo para uma cidade mais sustentável” observou.
De acordo com Jamur, a visão de futuro leva em conta o legado que a administração municipal deverá deixar à cidade.
“Temos ciência do que é possível fazer em quatro anos, levando em conta as variáveis nacionais e outras questões como a pandemia. Por isso é importante ter visão integrada e de futuro e criar uma onda construtiva para o desenvolvimento da cidade”, afirmou o presidente do Ippuc.
Mesmo durante a pandemia, Curitiba conseguiu aprovar investimentos para projetos estruturantes que lhe garantiram uma carteira de crédito da ordem de R$ 1,5 bilhão para intervenções nas áreas de mobilidade e socioambiental. Fazem parte desta carteira, os projetos do Novo Inter 2, com o BID; o corredor Leste-Oeste, com o New Development Bank e o Projeto Gestão de Risco Climático do Bairro Novo do Caximba, em parceria com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD. São recursos para um conjunto de obras que irão gerar mais de 70 mil empregos, entre diretos, indiretos e induzidos.
Os avanços desses projetos para a cidade estarão, entre outros benefícios, na ampliação da capacidade de transporte do Inter 2 e na redução de 40% do tempo de percurso da linha, além da entrada de veículos elétricos no sistema de transporte, previstos também para o Ligeirão no Eixo Leste-Oeste e a implantação de estações multimodais e sustentáveis no Inter 2.
“Conforme estimativas dos nossos estudos, a alteração da matriz energética no sistema de transporte representará um avanço na primeira etapa do PlanClima, possibilitando a troca de 100 veículos para o modal elétrico na operação do Inter 2 e no Leste-Oeste”, disse Jamur.
Outro destaque da estruturação urbana com viés de preservação é o Projeto Gestão de Risco Climático do Bairro Novo do Caximba, cuja licitação para o início das obras tem previsão para maio deste ano. De acordo com o presidente do Ippuc, o projeto terá grande impacto socioambiental. E irá permitir o controle das cheias no encontro das bacias dos rios Barigui e Iguaçu, no extremo sul da cidade, a implantação de um parque linear e a reurbanização da área, contribuindo para a questão climática.
Intermodalidade
Somadas às parcerias com os organismos financiadores, há um conjunto de cooperações técnicas que o município tem estabelecido para acelerar inovações nas áreas da eletromobilidade, ação climática, eficiência energética, entre outras áreas. Entre os parceiros da Prefeitura de Curitiba nas cooperações técnicas estão BID, AFD, NDB, C40, GIZ, MIT, Ministério do Desenvolvimento Regional, ANPTrilhos e Copel.
Destaque para o Distância 2, em parceria com o BID, tecnologia que permite o monitoramento, pelo Centro de Controle Operacional, do fluxo de pessoas para garantir o distanciamento social, necessário à prevenção e controle do novo coronavírus; e o Hipervisor Urbano, uma plataforma de convergência e compartilhamento de dados públicos e privados. Já o Mobility as a Service (MaaS) é outra parceria com o BID para a viabilização de uma plataforma que tem a mobilidade como serviço para promover o deslocamento urbano sustentável, com oferta de serviços customizados, como por exemplo a otimização de rotas.
Jamur finalizou sua participação apresentando o projeto Caminhar Melhor. São R$ 40 milhões de investimentos em melhorias e novas estruturas cicloviárias e de calçadas. A primeira etapa do projeto conta com 29,4 km de estrutura cicloviária e 21,5 km de novas calçadas em toda a cidade. Ao todo, serão quatro etapas.