Os trabalhos para a implantação de sistemas de contenção de cheias no Rio Juvevê tem nova etapa. O Departamento de Pontes e Drenagem da Secretaria Municipal de Obras Públicas coordena a instalação de uma galeria reservatória sob a Rua João Américo de Oliveira, no bairro Cabral.
O conjunto de obras em andamento no Rio Juvevê vai tornar os bairros Alto da XV, Cristo Rei, Hugo Lange e Cabral mais resistentes aos danos causados por chuvas fortes. Desta vez, a intervenção acontece em 177 metros da via, no trecho entre as ruas Reinaldo Egon Heidinger e Alfredo Wenske, no bairro Cabral.
“A nova galeria reservatória completa um conjunto e três estruturas de macrodrenagem que estamos fazendo para minimizar os riscos de enchentes em diferentes pontos da cidade afetados pela bacia do Rio Juvevê”, explica o secretário municipal de Obras Públicas, Rodrigo Araújo Rodrigues.
A estrutura está sendo construída com módulos de concreto pré-moldado e funciona como um reservatório da água da chuva. Assim, é possível controlar a velocidade da vazão até que o temporal diminua, evitando o extravasamento do rio.
Módulos
A obra avança dia a dia, cerca de 40% dos módulos que formam a galeria estão implantados. Para prosseguir em uma nova extensão de escavação do pavimento será necessário fazer a relocação de três superpostes.
“A partir da orientação do prefeito Rafael Greca estamos priorizando essas obras, para que toda a região fique menos vulnerável a um problema já crônico e que afetava bairros da região central da cidade”, reforça o diretor do Departamento de Pontes e Drenagem, Augusto Meyer Neto.
Três galerias
Essa é terceira galeria reservatória que está sendo implantada na bacia do Rio Juvevê, afluente do Rio Belém, em continuidade dos serviços de macrodrenagem do programa Curitiba Contra Cheias.
Os trabalhos para mitigar prejuízos causados pelo extravasamento do curso de água começaram pela galeria implantada sob a Rua do Herval, no trecho de 156 metros entre as ruas Atílio Bório e Zeila Moura dos Santos. Lá já foram concluídos os trabalhos de escavação do pavimento, colocação dos módulos que formam a estrutura e nova pavimentação em asfalto. Na última quinta-feira (28/10), a Superintendência de Trânsito de Curitiba (Setran) iniciou a implantação da sinalização horizontal (pintura no novo pavimento) e vertical (placas).
A segunda galeria reservatória que começou a ser construída fica sob a Rua Camões, no trecho de 280 metros entre as ruas Deputado Carneiro de Campos e Jaime Balão, e está com mais de 80% dos serviços executados. As etapas de escavação e fixação dos módulos foram concluídas, faltando agora a construção de calçadas, meios-fios e do asfalto novo.
Mesmo durante o período de intervenção, com o entra e sai das equipes de trabalho e das máquinas na via, a gerente da uma loja de roupas infantis na Rua Camões, Milena de Cássia Machado, já considera que tem bons motivos para comemorar.
“Temos um contratempo temporário com as obras, mas os benefícios são coletivos e serão duradouros, com o fim dos alagamentos que prejudicavam a passagem dos moradores”, diz Milena.
Reserva
Quando estiverem prontas, as galerias reservatórias terão a função de armazenar temporariamente a água da chuva que reforça o caudal do Rio Juvevê, controlando a velocidade da sua vazão até que o temporal diminua. Juntas, as três galerias terão capacidade de reserva de 9 mil metros cúbicos de água.
Moradores das áreas anteriormente afetadas por enchentes acompanham com expectativa o andamento das obras que tornarão os bairros menos vulneráveis aos efeitos das fortes chuvas. Havia anos que reivindicavam medidas para mitigar os danos causados pelo extravasamento do rio.
“É uma obra de grande magnitude, em três pontos da cidade, para minimizar os efeitos do rio que transborda sempre que chove um pouco mais. É uma grande conquista de um grupo que lutou muito por isso, gestão pós gestão de prefeito, mas que só agora percebe uma ação efetiva”, diz a aposentada Rejane de Leão Picheti, síndica de um condomínio na Rua Fernando Amaro, no Alto da XV.
Somente no ano passado, o sobrado ela onde mora ficou alagado por duas vezes com prejuízo de móveis e do veículo. Os problemas após as chuvas fortes, relata a moradora, são crônicos, desde 1985.
“Em décadas, é a primeira vez que vejo uma ação concreta”, ressalta Rejane. A aposentada se considera uma representante da comunidade na fiscalização das obras. “Acompanho todos os dias o passo a passo dos trabalhos nos três pontos: na Rua Herval, na Camões e agora na Rua João Américo de Oliveira”, completa Rejane.
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