Mais do que um modelo de negócio de um segmento, a nova concessão do transporte coletivo de Curitiba terá potencial de promover o desenvolvimento econômico da cidade a partir da mobilidade urbana. “Nosso transporte coletivo sempre foi de vanguarda e não será diferente. A mudança da matriz energética é a ponta de um novelo que vai puxar novos arranjos contratuais para a cidade como um todo, com melhores veículos, serviço de qualidade e empresas de diferentes segmentos em um novo patamar de atuação”, explica Luiz Fernando Jamur, presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).
Esse foi o fio condutor das discussões do Workshop de Modelo de Negócio para a Eletromobilidade, promovido pela Urbs e Ippuc nos dias 11 e 12 de maio, no Salão de Atos do Parque Barigui. Durante dois dias, agentes da cadeia do sistema de transporte avaliaram três diferentes propostas, resultado do estudo de consultoria para a eletromobilidade financiadas pelo Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW), em 2022.
Os modelos dividem as relações contratuais em Veículos (V), Energia (E), Manutenção (M) e Operação (O). No integral, VEMO, o relacionamento com a administração municipal seria único, com todas as áreas contempladas em apenas um contrato. O modelo V-E-MO prevê três pacotes de fornecedores. E o terceiro, distribui os ativos em dois contratos distintos (VE-MO).
Cada um dos cenários foi debatido em grupos formados por representantes da administração pública, operadores, fornecedores de energia, organismos multilaterais de financiamento, investidores e entidades especializadas de eletromobilidade. A WRI Brasil e o Projeto Tumi E-bus, que fomentam a matriz enérgica limpa no transporte coletivo no mundo todo, são parceiras da Prefeitura de Curitiba e participaram do evento.
Governança de contratos, custos de implantação, garantias a investidores, logística de recarga, manutenção da frota, destinação de baterias e impacto em tarifa foram as principais abordagens das discussões.
Conforto do usuário e redução de poluentes serão as entregas mais visíveis da nova concessão. “A eletromobilidade coloca Curitiba na vitrine nacional e internacional de novos mercados, seja na indústria, com os fabricantes de veículos; no financeiro, com atração de investidores; na operação, com a manutenção de veículos e reuso de baterias. Teremos uma cadeia nova de produtividade, um ciclo virtuoso como legado para a cidade”, avalia Jamur.
Próximos passos
A partir das discussões do workshop, o desenho da nova concessão será aprofundado na definição de responsabilidades para a nova modelagem, que terá o apoio do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).