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40ª Oficina de Música

No palco e nas salas de aula, mulheres participam de 50% das atrações e cursos da Oficina de Curitiba

No palco e nas salas de aula, mulheres participam de 50% das atrações e cursos da Oficina de Curitiba. Foto: Cido Marques/FCC

No palco ou nas salas de aulas, as mulheres estão marcando presença com papel de destaque nesta 40ª Oficina de Música de Curitiba. Dos quase 100 cursos da edição, 47% são ministrados por musicistas. Elas também estão à frente ou em igualdade em 50% das apresentações nos maiores palcos do evento: Teatro da Reitoria, Teatro Guaíra e Guairinha e Capela Santa Maria.

Basta uma passada de olhos pela programação da Oficina de Música para perceber a forte presença das artistas na cena do festival: Vanessa da Mata, Ilessi, Vanessa Moreno, Teresa Cristina, Letícia Sabatella, Rubia Divino, Clarissa Bruns, Janine Mathias, Mara Campos, Natália Larangeira, Rosana Lamosa, Thais Morell, Ana Paula Brunkow, Ana Luisa Vargas, Olga Kiun, Érika Ribeiro e outras mulheres. Muitas estão também nas salas de aula da Oficina de Música transferindo conhecimento e técnica musical.

“São números animadores e é algo inédito com a Oficina de Curitiba sendo pioneira nesse tema. Isso repercute no número de inscrições femininas, e principalmente num futuro no qual mulheres possam fazer música, estar em papel de igualdade, com respeito, atuando em orquestras”, comentou Natália Larangeira, professora que mediou uma mesa de discussão sobre o tema neste fim de semana.

O papel da mulher na música brasileira saiu do palco e ganhou um debate mais aprofundado em uma mesa-redonda realizada sábado (28/1), no Memorial de Curitiba. “Para conseguirmos evoluir para uma mudança de comportamento verdadeira, precisamos falar sobre as nossas dificuldades, trazer o assunto à discussão. É uma construção diária que não podemos perder a esperança e acredito que simpósios como esse devem ser periódicos para reafirmar nossas posições”, afirmou Renata Jaffé, violinista erudita.

Mulheres na MPB

As questões de gênero na área da Música Popular Brasileira não são diferentes. As dificuldades para o acesso e respeito continuam em foco. A professora de Cordas Friccionadas Populares da Oficina de Música, Carol Panesi, avalia que a situação tem se igualado, assim como demonstram os números do evento. “Já frequentei festivais em que só havia eu como mulher. Há uns anos atrás nós começamos a nos estruturar e isso mudou, tanto as mulheres como o público que não aceita mais. Tive muita dificuldade durante todo esse tempo, e o que a gente passa na música é o que passa na vida, receber cantada, não ser valorizada pelo nosso trabalho, mas vejo que hoje está muito diferente”, afirmou. 

Para a professora Lais Assis, de Viola de Dez Cordas Nordestina, o coletivo foi o que mudou essa realidade. “Apesar de sentirmos que a realidade está mudando ainda temos muito caminho pela frente. Ultimamente tem sido muito coletivo, quando nos damos as mãos conseguimos avançar”, avalia.

 

A 40ª Oficina de Música de Curitiba é uma realização do Instituto Curitiba de Arte e Cultura, Fundação Cultural de Curitiba, Prefeitura de Curitiba, Ministério da Cultura, Governo Federal, com apoio master da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, e patrocínio da Volvo do Brasil Veículos e Copel Distribuição. Também apoiam o evento: Camões - Centro Cultural Português, Embaixada de Portugal no Brasil, Teatro Colón, Centro Cultural Teatro Guaíra, Escola de Música e Belas Artes do Paraná – Campus Curitiba I da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), Universidade Federal do Paraná – Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec), Sistema Fiep/Sesi Cultura, Família Farinha, Hard Rock Cafe Curitiba, LAMUSA – Laboratório de Música Antiga, Rádio Educativa 97.1 FM, TV Paraná Turismo, Teatro Regina Casillo e Bicicletaria Cultural.
Projeto realizado com o apoio do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice) – Secretaria de Estado da Cultura – Governo do Estado do Paraná.

 

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