A 120ª reunião do Fórum Nacional de Secretários, Secretárias e Dirigentes de Mobilidade Urbana reúne mais de 120 especialistas e lideranças do segmento em evento dentro do Smart City Expo Curitiba 2025, na Ligga Arena. Na pauta, discussões com foco na melhoria da qualidade da mobilidade urbana, dos transportes e do trânsito.
“A mobilidade precisa ser prioridade na visão do gestor público. Temos um grande compromisso com a mobilidade ativa e a segurança do pedestre. Por isso há um grande investimento em novas calçadas, que promovam a acessibilidade a a caminhabilidade”, explicou o prefeito Eduardo Pimentel, durante o painel Como tornar realidade a Política Nacional de Mobilidade Urbana, nesta quinta-feira (26/3).
Participaram da discussão o secretário nacional de Mobilidade Urbana, Denis Andia; o secretário nacional de Trânsito (Senatran), Adrualdo Catão; e o presidente da Associação Nacional dos Detrans, Givaldo Vieira, mediados pelo presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Ogeny Pedro Maia Neto.
Pimentel ainda destacou a tradição da cidade de investir em pesquisa e planejamento para gerar projetos de qualidade que deem acesso a investimentos para obras que viabilizem a mobilidade urbana. “Concluímos a Linha Verde recentemente e vamos licitar novas trincheiras de acesso. Para bons projetos, não faltam recursos”, afirmou.
Na mobilidade ativa, Curitiba deve concluir, nos próximos quatro anos, 500 quilômetros de calçada em áreas comerciais de grande fluxo de pedestres, garantindo acessibilidade. “Em outros pontos, estamos avaliando a viabilidade do uso do CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente) também nas calçadas, para reduzir custos e acelerar a execução”, disse.
Outra preocupação do prefeito é com o impacto da violência do trânsito também na saúde do município. “Curitiba tem restrições ao mototáxi e olha com atenção as viagens compartilhadas de motocicleta, por conta dos riscos a que esses usuários se expõem nas vias. São acidentes que se refletem no atendimento da rede municipal de saúde”, avalia.
A segurança do pedestre também está na pauta da Senatran. “É preciso dar oportunidade para todos os municípios para planejar e repensar metas de curto, médio e longo prazos para redução de mortes do trânsito. E para isso, capacitar equipes técnicas com profissionais especializados e capacitação”, disse o secretário Denis Andia.
A contribuição para a qualificação técnica pode estar dentro do próprio ecossistema de lideranças das políticas de mobilidade. Givaldo Vieira, da Associação Nacional dos Detrans, avalia que a base de dados dos Detrans – com 120 milhões de veículos cadastrados e 80 milhões de habilitados – pode ser o ponto de partida para o desenho de estratégias personalizadas nos municípios a partir de informações sobre perfil e saúde de condutores. “É possível associar tecnologia na gestão do trânsito e da mobilidade”, disse.
Neste sentido, Maia Neto chamou atenção para as parcerias possíveis dentro da estrutura dos municípios, como o Hipervisor Urbano de Curitiba, que reúne dados da administração para análise que ajudam nas tomadas de decisão e na avaliação de novas políticas públicas. “Essa base de dados pode ser trabalhada para buscar as melhores soluções”, avaliou.