A missão da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) encerrou sua agenda em Curitiba com uma visita técnica ao Bairro Novo do Caximba, na manhã desta sexta-feira (11/4). Durante a atividade, os representantes da agência elogiaram avanços no gerenciamento do projeto, com destaque para o reforço das equipes de fiscalização, supervisão e gerenciamento, a atuação efetiva na fiscalização da segurança do trabalho e a integração entre os diversos órgãos e secretarias envolvidos na execução das obras.
O grupo foi acompanhado pelo secretário municipal de Obras Públicas, Luiz Fernando Jamur, e por profissionais da Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smop), da Unidade Técnico-Administrativa de Gerenciamento (Utag), do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab).
“O projeto é apoiado pela AFD justamente por ter como foco a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas na nossa cidade. As pessoas viviam em áreas alagáveis, e a Prefeitura está promovendo a realocação delas para uma área muito próxima, o que permite que as famílias continuem utilizando os mesmos equipamentos urbanos, como escolas e comércios. Isso aumenta a adesão e a fidelidade ao projeto”, ressaltou o secretário Luiz Fernando Jamur.
A visita marcou o último dia da missão francesa na capital paranaense, que desde segunda-feira (7/4) percorreu projetos estruturantes da cidade com foco na resiliência urbana e adaptação às mudanças climáticas. O encerramento no Caximba teve como objetivo o acompanhamento direto das obras do Projeto de Gestão de Risco Climático em andamento, com atenção ao cronograma físico-financeiro, às intervenções em infraestrutura e aos impactos sociais da iniciativa.
“É um projeto exemplar sob os aspectos social e ambiental, que vai permitir que mais de 1.500 famílias tenham uma moradia segura e possam viver em um bairro resiliente, planejado de maneira sustentável”, avaliou a chefe da missão da AFD, Delphine Le Duff.
Reuniões técnicas
Na quinta-feira (10/4), a programação da missão incluiu uma série de reuniões técnicas. Pela manhã, representantes da Utag e da Smop detalharam aspectos financeiros, operacionais e de gerenciamento da obra. “As equipes dedicadas à fiscalização, supervisão e gerenciamento garantem mais controle e eficiência na execução do projeto. A integração entre os diferentes órgãos municipais tem sido fundamental para superar desafios e assegurar que as entregas sejam feitas com qualidade e dentro do cronograma”, disse o coordenador-geral da Utag, Marcio Teixeira.
Durante a tarde, a equipe da Cohab apresentou o Plano de Reassentamento das famílias que vivem em áreas de risco, com foco na garantia de moradia digna e atendimento social. Na sequência, a Secretaria da Mulher e Igualdade Étnico-Racial conduziu a apresentação do Plano de Ação de Gênero (PAG), implantado em 2023 como parte do projeto, com o objetivo de promover a igualdade de gênero por meio da integração de políticas públicas em áreas como educação, saúde, segurança alimentar, mobilidade, geração de renda e cultura. A estratégia busca assegurar que os benefícios do projeto alcancem mulheres e grupos vulnerabilizados de forma justa e inclusiva.
Questões relativas à segurança do trabalho e aos cuidados ambientais também foram abordadas pela equipe da Utag, com destaque para a mitigação de impactos e o monitoramento das condições do canteiro de obras.
Ecodistrito
Entre segunda (7/4) e quarta-feira (9/4), a missão concentrou-se na construção de um novo financiamento para o Programa Curitiba Resiliente e o Ecodistrito Belém. Ao longo dos três dias, reuniões temáticas, apresentações institucionais e visitas de campo permitiram o alinhamento entre as equipes da Prefeitura e da AFD sobre os objetivos, a metodologia e os componentes estratégicos da nova proposta.
Os projetos
O Ecodistrito Belém é uma solução urbanística de Curitiba para criar áreas mais resilientes às mudanças climáticas nos bairros Boqueirão e Uberaba, com fortalecimento das suas estruturas ambientais, sociais e econômicas, proporcionando espaços públicos que facilitem a interação entre as pessoas, o meio urbano e as áreas verdes. Está previsto o reassentamento de aproximadamente 450 famílias que habitam locais impróprios, como as margens de rios.
Além da construção de novas moradias, o projeto prevê um parque linear alinhado ao conceito de cidade-esponja, barracão do EcoCidadão e uma novidade, o programa EcoHub Belém, que fomentará um ambiente de negócios e oportunidades. Em dezembro de 2024, o projeto foi aprovado pela Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex) do Ministério de Planejamento e Orçamento.
O Projeto de Gestão de Risco Climático (PGRC) Bairro Novo do Caximba, elaborado pelo Ippuc, é coordenado pela Secretaria de Obras Públicas em parceria com a Cohab. A iniciativa é financiada pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), com o apoio da Unidade Técnico Administrativa de Gerenciamento (Utag), divisão responsável pelo gerenciamento dos projetos estruturantes do município.
Com investimentos de € 47,6 milhões, dos quais € 38,1 milhões vêm da AFD e € 9,5 milhões são contrapartidas do município, o Bairro Novo do Caximba contempla pavimentação de novas vias, redes de energia, água e saneamento, paisagismo, iluminação pública em LED, um dique para contenção de cheias, parque linear e corredor verde. Ao todo serão construídas 1.147 novas casas, além da regularização de outras 546 moradias que estão em locais sem alto risco de alagamentos.