O Memorial Paranista completa um ano neste sábado (14/5) como um dos principais polos de cultura, turismo e lazer da cidade, oferecendo gratuitamente atrações diversificadas em torno do rico acervo de obras do escultor João Turin. Para comemorar o primeiro aniversário, haverá programação especial durante todo o mês.
Integrado à paisagem do Parque São Lourenço, o Memorial Paranista recebeu 52.095 visitantes neste primeiro ano, apesar de enfrentar períodos de fechamento em razão da pandemia de covid-19.
O complexo abriga uma coleção de cem obras de um dos expoentes do Paranismo, movimento artístico do início do século 20 que valorizou a identidade paranaense por meio de elementos característicos, como o pinheiro, o pinhão, a onça, a gralha azul e outros.
Treze obras de Turin em grandes dimensões representando os indígenas e a natureza estão ao ar livre, espalhadas pelo Jardim das Esculturas, o maior do Brasil. Nas salas de exposições estão esculturas e relevos retratando personalidades curitibanas do mundo das artes, amigos de Turin, cenas indígenas, animais e algumas de suas obras mais conhecidas – O Homem Pinheiro, Pedagogia e Pietá.
Ateliê de esculturas
O Memorial Paranista abriga o Ateliê de Esculturas e a Fundição Turin, cujas atividades podem ser apreciadas pelo público visitante. Nesse período, foram restauradas no local obras que compõem a paisagem de parques e praças, como a escultura Amor Materno, de Zaco Paraná, localizada no Jardim Botânico, a do Cacique Tindiquera do Parque Tingui e a do Cacique Tindiquera da Vilinha do Bairro Alto.
Foram criados e produzidos relevos e esculturas em homenagem ao ex-prefeito e ex-governador Jaime Lerner, ao músico Frederic Chopin, à poetisa Didi Caillet e ao poeta Vinícius de Moraes.
Atualmente, está sendo produzida a obra dos 200 Anos da Independência do Brasil.
Visitas guiadas pela arte do paranismo
No Liceu das Artes, outro espaço do Memorial Paranista, foram realizadas 51 oficinas e workshops, com a participação de 600 crianças. As oficinas atendem alunos das escolas municipais, como parte do programa Linhas do Conhecimento, e também o público em geral, nos finais de semana.
São oficinas de vários temas, muitas inspiradas no trabalho de João Turin, e outras em alusão a datas especiais, como as que foram realizadas em fevereiro, sobre o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922.
As visitas guiadas também fazem parte da ação educativa do Memorial Paranista. Elas atendem grupos escolares e visitantes. Nesse período foram promovidas 355 visitas guiadas, totalizando 2.715 atendimentos.
Grandes atrações no novo teatro
O Teatro Cleon Jacques, que também integra o complexo do Memorial Paranista, recebeu 63 apresentações de música, espetáculos cênicos e outras atrações, reunindo um público de 2.066 pessoas. Todas gratuitas.
Em setembro, ainda com restrições por causa da pandemia, portanto sem público presente, o teatro sediou o Campeonato Mundial de Breaking, um dos maiores eventos da cultura hip-hop do mundo. Em outubro, mês da Criança, reabriu com uma programação dedicada ao público infantil. Desde então, o teatro tem tido uma programação permanente de shows musicais e espetáculos teatrais para todas as idades.
O Memorial também foi palco de grandes atrações. Ele foi cenário para o vídeo do Boqueirão Fashion Day, evento dedicado à valorização da produção têxtil daquela região da cidade. As escadarias e o portal paranista que compõem o Jardim das Esculturas, tendo ao fundo o lago do parque, serviu à encenação da Ópera da Cura, um dos principais eventos do Natal de Curitiba - Luz dos Pinhais.
Destaque internacional
A proposta de dedicar um memorial à obra de João Turin, integrando várias ações culturais, foi destacada por publicações especializadas internacionais. O site The Art Newspaper, uma das revistas mais conceituadas do universo da arte, exaltou a iniciativa que valoriza o legado do escultor paranaense.
Da mesma forma, a revista eletrônica de cultura Where.it, da Itália, destacou a homenagem ao escultor brasileiro de ascendência italiana, e o portal alemão Art Connect, que também está entre as principais referências da arte no mundo, enalteceu a concepção de uma exposição permanente para o acervo de Turin.
Para um dos mais conceituados críticos de arte do Brasil, José Roberto Teixeira Leite, o Memorial Paranista é a consagração da obra de João Turin. “Turin é um artista símbolo do Paraná e esse Memorial é a consagração de todo seu trabalho. Ele conseguiu fazer uma obra em que o próprio estado se reconhece, com a fauna, os bichos, o mate, o pinhão. Existiram outros ótimos artistas, mas é ele que personifica o Paraná, sendo um homem que já morreu há 72 anos, mas continua mais vivo do que nunca”, disse ele, depois de visitar o Memorial.