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Conscientização

Memorial de Curitiba é palco da celebração do Dia Internacional dos Povos Indígenas

Memorial de Curitiba é palco da celebração do Dia Internacional dos Povos Indígenas. Foto: Cido Marques

O Memorial de Curitiba foi palco, nesta quarta-feira (9/8), de uma grande celebração do Dia Internacional dos Povos Indígenas. O Teatro do Memorial lotou com o público que foi até lá, no final da manhã, especialmente para prestigiar o lançamento do livro O Choro da Mãe Terra, de Olivio Jekupe, e assistir ao show do cantor e rapper indígena Owerá, com a DJ Pará Retê e o músico Jekupe Mirim.

Foi uma celebração em família, liderada pelo próprio Olivio com os dois filhos músicos e a nora, além do neto, o pequeno Tupã, que, sem querer, também fez a sua performance no palco.

Com uma palestra bem-humorada, o escritor guarani, que vive atualmente na aldeia urbana Kakané Porã, no bairro Campo de Santana, em Curitiba, falou das intenções de conscientização dos seus livros e da música de Owerá, cuja carreira já ganhou proporções nacionais, especialmente depois de suas atuações ao lado do DJ Alok e dos compositores Criolo e Caetano Veloso.

“O Brasil conhece os indígenas pela visão dos bandeirantes. Quinhentos anos depois ainda temos que lutar pelos nossos direitos, contra preconceitos, medos e histórias fantasiosas que contam sobre nós.  Gosto de escrever para conscientizar e mostrar para a sociedade que continuamos sendo mortos e que a floresta continua sendo devastada", disse o escritor guarani, Olivio Jekupe.

O escritor apresentou e autografou O Choro da Mãe Terra, o mais recente entre os 26 livros que já publicou. A edição da obra contou com o apoio do Instituto Alok. O DJ escreveu o prefácio do livro. Com sua obra e seu ativismo, Olivio é considerado um dos mais importantes autores indígenas do país.

Canção guarani

A vinda de Owerá e Pará Retê, que moram na aldeira Krukutu, em São Paulo, foi organizada pela Fundação Cultural de Curitiba, especialmente para essa celebração. Na primeira parte do show, o trio cantou canções tradicionais em guarani, acompanhados de violino e violão, instrumentos que eles adaptaram para os ritmos indígenas.

Na segunda parte, Owerá cantou os raps com os quais se tornou famoso. Mesmo com mais fluência em guarani do que em português, ele disse que faz música para mostrar a sua realidade e a realidade de seu povo. “Precisamos resistir para existir. A luta indígena é a luta de todos”, cantou.

Raízes

Olivio Jekupe agradeceu à presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Ana Cristina de Castro, o convite para a apresentação do seu livro. Ana Castro falou da satisfação de receber os artistas e com isso comemorar a data no Memorial da cidade. “Estamos homenageando as nossas raízes”, afirmou a presidente da FCC, que também pediu respeito aos povos originários e ao meio ambiente.

Jovina Renhga, liderança da aldeira Kakané Porã, falou da importância da celebração. “É importante mostrar a nossa cultura e se fazer presente. O dia dos povos indígenas é todos os dias”, afirmou. A assessora de Promoção da Igualdade Étnico-Racial da Prefeitura de Curitiba, Marli Teixeira Leite, também acompanhou a apresentação.

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