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Que buraco é esse?

Mega obra da Prefeitura de Curitiba vai prevenir alagamentos nos bairros Mercês e Bom Retiro

Implantação de bacia de detenção no Rio Pilarzinho, entre as ruas Mamoré e Solimões, no Mercês, para armazenar temporariamente o excesso de água da chuva e prevenir alagamentos. Curitiba, 21/01/2025. Foto: Ricardo Marajó/SMCS

Diante da emergência climática global, a Prefeitura de Curitiba tem intensificado ações preventivas para mitigar os impactos das fortes chuvas. Um exemplo é a construção de uma bacia de detenção no Rio Pilarzinho, no bairro Mercês, que já conta com os primeiros 60 metros concluídos. 

Pela dimensão, a obra chama a atenção de quem passa pela Rua Raquel Prado, no trecho entre Mamoré e Solimões. Na grande escavação, que varia de 4 a 7 metros de profundidade, estão sendo instalados 258 metros de tubulação de PVC estruturado, cada tubo medindo significativos 3 metros de diâmetro. 

A bacia funcionará como uma reservatório subterrâneo com capacidade de armazenamento de 2.443 metros cúbicos, o equivalente a 2.443 caixas d’água de mil litros. Tudo isso para deter grandes volumes de água da chuva de forma temporária, reduzindo a pressão sobre o sistema de drenagem e prevenindo alagamentos em ruas e casas não somente do bairro Mercês, mas também no Bom Retiro. 

A solução, explica Luiz Fernando Jamur, secretário municipal de Obras Públicas, tem papel fundamental no enfrentamento dos eventos climáticos extremos, especialmente em uma cidade atravessada por inúmeros rios.

"Neste momento crítico para o futuro climático, investir em macrodrenagem é agir de forma preventiva e estratégica para proteger Curitiba e a população, conciliando desenvolvimento urbano e preservação ambiental", afirma Jamur.

2.443 caixas d’água

Coordenada pelo Departamento de Pontes e Drenagem da Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smop), a obra teve início em agosto do ano passado, é financiada pelo Ministério das Cidades, com um investimento de R$ 3,6 milhões. A previsão de entrega dos trabalhos é para maio.

A execução dos serviços acontece em uma área de lazer do bairro, por isso não compromete o trânsito. 

Para não alagar

A retenção temporária do excesso de água vai ter reflexos positivos em ruas localizadas em uma região mais baixa do rio (jusante). Vai contribuir para prevenir alagamentos em áreas onde o problema é recorrente, como no cruzamento das ruas Paulo Graesser Sobrinho e João Guilherme Guimarães, onde há 18 anos a empresária Debora Faria mantém seu estabelecimento, o Leonardo Pires Estacionamento.

Debora conta que basta começar uma chuva mais intensa para voltarem à memória os prejuízos já passados com alagamentos. Em um deles, em 2018, parte do muro do estabelecimento desabou.

“Já tivemos um pequeno alívio com a implantação de uma galeria no córrego nos fundos do terreno, feita pela Prefeitura em 2021, mas é essa grande obra de agora que deve minimizar o risco de enchentes. Estamos confiantes”, contou Debora.

A retenção de água na nova bacia também vai reduzir as condições de alagamentos na Rua Emílio de Menezes, no Mercês, e no quadrante formado pelas ruas Henrique Itiberê da Cunha, Ângelo Zeni, Tapajós e Albino Silva, no Bom Retiro.

Hermano Grisbach é servidor público federal e morador da parte mais baixa da Rua Emílio de Menezes, justamente no ponto em que a incidência das cheias mais afeta a via. Uma primeira obra de macrodrenagem - implantação de uma galeria celular na Rua Henrique Itiberê da Cunha - concluída pela Prefeitura em 2021 reduziu o problema, mas é a nova bacia de detenção que deve tornar a área mais segura.

“Estamos felizes porque a Prefeitura está procurando a solução. Essa obra em andamento é nossa esperança de que não tenhamos mais prejuízos com as chuvas”, disse Grisbach.

População pode ajudar

Outra importante forma de prevenir os alagamentos depende do comportamento da população, que não deve construir nem desmatar áreas próximas às margens dos rios, além de destinar corretamente o lixo e materiais que podem ser reciclados. Lixo, resto de materiais de construção, móveis e outros entulhos jogados em locais inadequados acabam indo para as galerias de captação das águas das chuvas, nos rios, gerando obstruções e potencializando alagamentos.

Obras e programas ambientais

Referência nacional e internacional em sustentabilidade, Curitiba tem uma série de ações que visam à recuperação do ambiente urbano, redução de emissões de gases e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. 

Além das obras de macrodrenagem para minimizar o impacto das cheias e a abertura de parques, a cidade conta com iniciativas como a Pirâmide Solar de Curitiba, o Bairro Novo da Caximba, o programa Amigo dos Rios, plantio de árvores, a Reserva Hídrica do Futuro, o Novo Inter 2 com ônibus elétricos, todas alinhadas ao Plano de Adaptação e Mitigação das Mudanças Climáticas de Curitiba (PlanClima).

São intervenções, programas e ações que traduzem o empenho da cidade em consolidar uma política climática, para implementar ações transformadoras e inclusivas por uma cidade neutra em emissões e resiliente ao clima até 2050, de acordo com os objetivos do Acordo de Paris e da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.