Arroz, feijão, carne, salada e uma fruta de sobremesa. O que para muitos é uma refeição simples, para alguns frequentadores dos cinco restaurantes populares da Prefeitura é o único prato do dia. São 4,7 mil pessoas atendidas diariamente nos espaços administrados pela Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (SMSAN), entre idosos carentes, pessoas em risco social e trabalhadores de baixa renda.
Nos restaurantes populares de Curitiba, todos têm acesso a um cardápio balanceado, a R$ 3.
“Nem uma coxinha consigo comprar com este valor. Muito menos comer bem como eu como aqui”, diz o carpinteiro autônomo Celso de Oliveira, 56 anos, frequentador diário do Restaurante Popular da Rua da Cidadania da Matriz, na Praça Rui Barbosa (Centro).
De acordo com Oliveira, as refeições parecem comida caseira. “Tudo é simples e muito saboroso”, reforça o carpinteiro.
Para garantir a qualidade das refeições, cozinheiros, auxiliares, nutricionistas e técnicos em nutrição elaboram os cardápios nas cozinhas dos restaurantes da Matriz, Capanema, Sítio Cercado, CIC/Fazendinha e Pinheirinho.
O cardápio muda todo dia e é formado sempre por seis itens: arroz, feijão, carne, um acompanhamento, salada e sobremesa.
“Tudo precisa ser saudável e balanceado. Não há fritura, a carne é sempre assada, cozida ou grelhada. O acompanhamento, normalmente, é um legume refogado. A salada deve ser crua ou cozida. Já a sobremesa, na maioria das vezes, é uma fruta”, explica Morgiana Maria Kormann, coordenadora da rede de restaurantes da Prefeitura.
Os locais ficam abertos para almoço de segunda à sexta-feira, das 10h às 14h (dependendo da unidade), e são fornecidas 1,8 mil refeições por dia no restaurante popular da Matriz, 500 no Capanema e 800 nos três outros pontos.
Nos últimos quatro anos, a Prefeitura renovou todos os restaurantes populares da capital e, reabriu, em 2018, a unidade do Capanema, que estava fechada desde 2000. "É um local limpo, agradável e a comida é sempre deliciosa, além de barata”, confirma o cobrador de ônibus Florites Machado, 62 anos.
SAIBA MAIS
Pandemia
Luiz Gusi, secretário municipal de Agricultura e Abastecimento, lembra que, com a pandemia, o prefeito Rafael Greca determinou o reforço na rede de proteção de segurança alimentar da Prefeitura para garantir que a população de baixa renda tenha acesso a alimentação de qualidade. “O município oferta refeições acessíveis nos restaurantes populares e tem outras iniciativas, como o auxílio alimentar, que permite compras nos Armazéns da Família, e o Mesa Solidária, que oferece refeições gratuitas para a população em situação de rua”, conta.
Gusi ressalta também que para garantir as refeições dos restaurantes populares a R$ 3 o município subsidia parte do gasto com o preparo.
“Hoje, o custo da alimentação é R$ 7 e a Prefeitura subsidia R$ 4 para garantir uma alimentação saudável para quem mais precisa”, revela o secretário.
Ele reforça ainda que, para muitos frequentadores, como pessoas em situação de risco social e idosos, o almoço nos restaurantes populares é a única refeição completa do dia. "E, desde o ano passado, pessoas que vivem em hotéis sociais do município podem se alimentar gratuitamente nas unidades", completa.
Os restaurantes populares seguem vários protocolos da Saúde contra a covid-19. As filas nos locais são feitas do lado de fora, com orientação para distanciamento de um 1,5 metro, e a entrada é controlada para evitar aglomerações. Também há distanciamento nos lugares. As pessoas atendidas são orientadas a lavar as mãos antes e depois de fazerem as refeições. Máscaras de proteção só podem deixar de cobrir boca e nariz no momento da refeição.