O Jardim Botânico ganhou, neste domingo (26/3), uma obra de arte em memória de Samuel Grinbaum, sobrevivente ao Holocausto, falecido em 2022, aos 85 anos em Curitiba.
A escultura de uma árvore feita em mármore, do artista Rafael Sartori, foi entregue pelo prefeito Rafael Greca e também uma placa em agradecimento à família Grimbaum e a Leon Knopfholz, doador da obra.
“É com imensa alegria que nós vemos brotar aqui no Jardim Botânico a Árvore da Vida, gravada em mármore e em letras douradas para afirmar a palavra vida, o sopro de Deus. Em um único monumento nós temos a árvore, a vida e a eternidade”, exalta Greca.
O sobrinho de Samuel e presidente do Grupo Boticário, Arthur Grinbaum; relatou a saga da família que sobreviveu ao período do holocausto, fugiu da Europa e escolheu o Brasil para viver. Ele conta que o tio começou a vida como vendedor de roupas e logo conseguiu abrir sua primeira loja.
“A história dele nos inspira a lutar por um mundo mais justo e solidário, onde as diferenças religiosas e culturais sejam respeitadas e valorizadas”, declara.
O cônsul geral de Israel, Rafael Erdreich, falou sobre a história do povo judeu, do período de perseguição ao longo dos anos e do acolhimento dos brasileiros que abraçaram o povo judeu.
Uma escultura repleta de significados
O sobrenome Grinbaum significa a árvore que proporciona sombra, que acolhe. No meio a estrela de Davi representando não apenas os judeus, mas todos os imigrantes que aqui foram e continuam sendo recebidos.
Ao centro duas letras hebraicas que formam a palavra chai (rrrai): que significam: vida. Uma alusão a interpretações cabalísticas, uma ciência, não apenas judaica, mas universal. Aparece também um coração que representa o amor entre os Homens a Divindade e o Cósmico.
Samuel Grimbaum nasceu em dezembro de 1936, em Varsóvia, Polônia. Vivia em Curitiba, cidade que adotou após 12 anos de refúgio na Bolívia. Samuel, os pais e os irmãos, foram liderados pelo irmão primogênito Mario e todos sobreviveram ao Holocausto, durante a Segunda Guerra Mundial.
Evocação para Curitiba
Após a cerimônia, todos os convidados assistiram à apresentação da peça teatral Evocação para Curitiba, que narra a história da capital desde a sua fundação. O espetáculo integra a programação de aniversário pelos 330 anos da cidade.
O espetáculo Evocação para Curitiba reúne um elenco formado por 16 atores e cantores de Curitiba que representaram os indígenas e os primeiros colonizadores.
Concebida a partir do painel Fundação da Cidade de Curitiba, trabalho de 1949, do artista paranaense Theodoro de Bona (1904-1990) que se encontra no Salão Nobre do Colégio Estadual do Paraná, a encenação narra a saga da chegada dos fundadores à região, que primeiro se chamou Vila Nossa Senhora da Luz e mais tarde se tornou Curitiba.
Os atores caracterizados com vestimentas de época e reproduziram os movimentos do primeiro contato entre as culturas. O espetáculo destaca a atuação de personagens históricos como Cacique Tindiquera, Mateus Leme, Baltazar Carrasco dos Reis, Eleodoro Ébano Pereira e Gabriel de Lara.
Presenças
Também prestigiaram o evento o presidente da Federação Israelita do Paraná, Alexandre knopfholz; presidente da B'nai B'rith do Brasil, Abraham Goldstein; assessor de Relações Internacionais, Rodolpho Zanin Feijó; embaixatriz da Ucrânia, Fabiana Volodymyrovych; cônsul da Polônia, Marta Olkowska; presidente da Fundação de Ação Social, Maria Alice Ertal; presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Ana Cristina de Castro; secretária do Meio Ambiente, Marilza do Carmo Oliveira Dias; presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin; o rabino Pablo Berman e demais integrantes da comunidade israelita de Curitiba.