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Ippuc e Urbs debatem meios alternativos de mobilidade na PUC

Técnicos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e da Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) participaram nesta semana do Workshop do Plano de Mobilidade Corporativa da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. -Na imagem, o Presidente do IPPUC Reginaldo Reinert. uritiba, 17/04/2017 Foto:Ari Dias/IPPUC

Técnicos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e da Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) participaram nesta semana do Workshop do Plano de Mobilidade Corporativa da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), que tem por meta induzir o uso de meios alternativos aos carros como novos padrões de deslocamentos da comunidade acadêmica.

O encontro, organizado pelo departamento de Arquitetura da universidade, integrou, na segunda-feira (17/04), professores, estudantes e técnicos das áreas de planejamento e transporte de Curitiba em um debate sobre as alternativas viárias e de mobilidade no entorno da PUCPR. Por parte do município, o presidente do Ippuc, Reginaldo Reinert, destacou as ações de promoção do transporte e integração multimodal na região e também o projeto do Vale do Pinhão.

De acordo com o professor de arquitetura e organizador do evento, Juliano Geraldi, a PUCPR tem mais de quatro mil vagas destinadas a carros e a intenção é desestimular o transporte individual motorizado. “Um dos objetivos é eliminar o máximo possível a quantidade de veículos que temos na universidade, de forma a aproveitar melhor os espaços, reduzir os tempos de deslocamento e dar segurança às pessoas”, afirmou.

A intenção manifestada por Geraldi está vinculada a outras iniciativas da universidade que convergem para o Plano Diretor de Infraestrutura que deverá nortear as ações da PUCPR para os próximos 20 anos. “Fizemos uma pesquisa sobre padrões de deslocamento que deve ser retomada a cada dois ou três anos para avaliar as mudanças de comportamento da comunidade acadêmica”, explicou o professor.

A sondagem, feita com acadêmicos da PUCPR pela organização WRI Brasil, teve como focos a caracterização da organização e da oferta de transporte; os padrões de deslocamento da comunidade acadêmica e análises direcionadas aos modais bicicleta e transporte coletivo como alternativos aos carros.
Segundo a pesquisa, o deslocamento padrão de uma pessoa para o campus Curitiba da PUCPR se dá por meio de ônibus, percorrendo uma distância de 8,43 km em um tempo médio de 42 minutos. No período de um ano, isso seria equivalente ao percurso de ida e volta de Curitiba até Ilhéus/BA no tempo de mais de 14 dias inteiros. Para compensar as emissões geradas pelo transporte motorizado, a pessoa deveria plantar 20 árvores.

O Campus Curitiba da PUCPR integra 29.884 pessoas diariamente. Deste total, 27.097 são alunos; 1.158 docentes e 1.629 colaboradores.

Prioridade ao coletivo

Convidado a falar sobre mobilidade, o presidente do Ippuc, Reginaldo Reinert, deu ênfase ao princípio que rege as ações do planejamento de Curitiba, que tem o desenvolvimento ancorado no transporte coletivo, no uso do solo e no sistema viário.

“A partir de 1965, Curitiba tomou uma decisão do ponto de vista do planejamento ao ancorá-lo no transporte que, aliado ao sistema viário e ao uso do solo, induziu o desenvolvimento da cidade.”
O que se busca, segundo Reinert, é a reestruturação do transporte como elemento definidor da produção da organização físico-territorial da cidade, a partir dos projetos da Conectora 3 e da finalização da Linha Verde, que possibilitarão a integração de novos eixos de transporte. “Em Curitiba a palavra-chave é que o transporte coletivo é o processo organizador das diretrizes de orientação físico-territorial da cidade.”

Na opinião do presidente do Ippuc, a prioridade ao transporte coletivo sobre o individual também deve fazer parte da análise quando se trata de circulação cicloviária. “A bicicleta é um modo sustentável de circulação, sem dúvida. Mas ainda assim é um meio de transporte individual. Desde que o ser humano passou a ser transportado, o único sinônimo de mobilidade é o deslocamento peatonal. O resto é transporte, o coletivo ou o individual”, observou.

Novos destinos  

A intenção de promover um novo eixo de integração de transporte pelo caminho das conectoras, a partir da Conectora 3, segundo o presidente do Ippuc, é para dar mais eficácia aos deslocamentos na cidade por um novo eixo leste-oeste interligado às estruturais norte-sul e ao Boqueirão. “Toda vez que você tem uma interseção entre modais há a possibilidade de mudanças de destino sem que haja a dependência de grandes terminais na ponta.”

Dentro da nova configuração de cruzamento das estruturais, a alimentação do transporte passará a ser feita por estações de integração próximas dos eixos principais, numa distância máxima de 1,5 km. Isso vai favorecer a multimodalidade e descomprimir a cidade a partir do favorecimento a deslocamentos peatonais, cicloviários ou por linhas de transporte de percursos menores por rotas diametrais ou anelares. “Os alimentadores que fazem parte do nosso dia a dia fazendo a ligação entre terminais passarão a ter importância menor e as ruas poderão ser ocupadas por pedestres, ciclistas e outras possibilidades de integração da malha viária”.
Vale do Pinhão

Reinert destacou ainda que o Vale do Pinhão tem algumas características singulares do ponto de vista do potencial de deslocamentos, uma vez que por ele passam os eixos da Marechal Floriano, que tem início no Marco Zero e segue até ao Parque Iguaçu, e também parte da Linha Verde, polo de desenvolvimento das mais variadas vertentes da área da inovação. “Pela integração sistema viário você pode criar alternativas de mudanças de modal em qualquer um dos pontos e induzir o desenvolvimento da região como um todo”, disse o presidente do Ippuc.
Participaram da reunião os professores do Departamento de Arquitetura Carlos Hardt e Andre Turbay; de Engenharia Civil, Fabiana Von der Osten, responsável pelo Observatório de Transportes e Meio Ambiente; Gillermo Petzhold, da WRI Brasil, responsável pelo desenvolvimento do projeto de Mobilidade Corporativa na PUCPR; além de integrantes do setor administrativo da universidade e do Grupo Marista.

Da Urbs estiveram presentes a arquiteta Olga Prestes e a engenheira Rosângela Battistella. Do Ippuc, também acompanharam o encontro os arquitetos Mauro Magnabosco, do setor de Projetos Especiais, e Antonio Taboada, do setor do Uso do Solo.

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