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Desafios

Institutos de planejamento debatem como mitigar mudanças climáticas em Curitiba

Abertura do InREDE - Encontro de Institutos de Planejamento Urbano do Brasil com a presença do vice-prefeito Eduardo Pimentel - Curitiba, 27/06/2024 - Foto: Daniel Castellano / SMCS

O presente e o futuro das cidades dependem do planejamento urbano, que é cada vez mais necessário para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Este foi um dos temas centrais do VIII Encontro da Rede de Institutos de Planejamento do Brasil (InREDE), aberto na manhã desta quinta-feira (27/6), no auditório do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).

Até esta sexta-feira (28/6), arquitetos, urbanistas e técnicos representando mais de 30 instituições (confira a lista de participantes) discutem formas de implantar o planejamento urbano integrado e a busca do desenvolvimento sustentável das cidades.

 

Cidade modelo

“O Ippuc fez Curitiba ser a cidade modelo. Isso porque, ao longo da história da cidade, a maioria dos prefeitos executou o que foi planejado e o resultado está aí na nossa paisagem urbana”, comentou o vice-prefeito Eduardo Pimentel, durante a abertura do encontro.

Ele citou como exemplo três projetos recentes da cidade: o Ligeirão Norte-Sul, entregue em janeiro deste ano; a implantação do Ligeirão Leste-Oeste, atualmente em execução; e a construção do Bairro Novo da Caximba, em andamento.

“São três grandes projetos frutos de financiamentos internacionais, que atestam a capacidade do planejamento em que estamos atingindo eixos importantes como a mobilidade urbana, além do resgate social de famílias e a recuperação ambiental”, exemplificou Eduardo.

Qualidade de vida

O presidente do Ippuc e secretário do Governo Municipal, Luiz Fernando Jamur, disse que o planejamento é extremamente importante para a sustentabilidade e a melhoria da vida das pessoas nas cidades.

“Planejar é fazer a boa aplicação do dinheiro público. É difícil buscar o recurso e é muito importante que o planejamento se consolide em todas as cidades e faça parte do conjunto político democrático do crescimento e do andamento das cidades”, disse Jamur.

O resultado disso, explicou Jamur, é a oferta de mais programas e serviços para a sociedade.

“Nosso objetivo nesses encontros é fomentar o planejamento urbano pensando como isso pode resultar em cidades melhores para as pessoas que vivem nela, principalmente para quem mais precisa do poder público, que são as pessoas mais carentes”, concluiu o presidente do Ippuc.

A coordenadora de apoio ao desenvolvimento urbano do Ministério das Cidades, Luciana Barbosa, defendeu que o planejamento urbano é essencial para o desenvolvimento das cidades.

“Este é o principal motivo da nossa aproximação e do nosso interesse em trocar experiências com o InREDE, porque os institutos conhecem de perto os desafios urbanos. Então essa troca nos auxilia a incrementar e potencializar as nossas políticas”, declarou.

Planejar e financiar

O primeiro painel do dia enfocou a estruturação de projetos e linhas de financiamento para cidades, com a participação de técnicos de bancos financiamento.

Participaram o gerente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), André Souto; Alexandre Takahashi, profissional sênior do Escritório Regional Américas do New Development Bank (NDB); e Diego Arcia, especialista sênior de Habitação e Desenvolvimento Urbano, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Para os especialistas, o grande desafio das cidades são as mudanças climáticas, que provocam alterações meteorológicas fora dos padrões.

“As mudanças climáticas vêm se desenvolvendo de uma forma que não é simples entender. Isso quer dizer que o planejamento tem que se atualizar e começar a incorporar novas variáveis, novos modelos, novas informações de como está mudando o clima e como isso está impactando as cidades”, explicou Diego Arcia.

Para fazer frente a estes desafios, ele explicou que o BID tem investido em análises climáticas e de riscos pra atender os vários setores impactados pelas mudanças climáticas. 

“O objetivo é procurar antever o impacto disso em diferentes cenários e qual é a melhor forma de adaptar essas infraestruturas, essas comunidades, essas cidades, para enfrentar os futuros riscos climáticos”, disse Arcia.

Referência em planejamento urbano

A presidente do InREDE e do Instituto de Pesquisa e Planejamento de Fortaleza, Larissa Menescal, explicou a importância do encontro que reúne cidades das cinco regiões.

“É muito forte e simbólico estarmos aqui no Ippuc, que é o instituto de planejamento mais forte e sólido do Brasil, uma referência contínua de bom exemplo de transformação e de desenvolvimento adequado e sustentável da cidade”, comentou.

Larissa também comentou que a resiliência climática é o grande foco do planejamento urbano na atualidade, justamente a temática deste encontro, que trata também da obtenção do financiamento para materializar os projetos.

“Os institutos de planejamento já estavam sensíveis ao tema e estão se estruturando. Hoje existe a oportunidade de promover maior resiliência climática para as cidades brasileiras e isso fortalece o planejamento urbano como indutor de programas e serviços sustentáveis”, disse.

Como anfitrião, o Ippuc apresentou dois cases no encontro. O primeiro tratou da experiência do Instituto na obtenção de financiamentos, explanado por Ana Jayme, assessora de Financiamento.

O segundo tema tratou dos elementos para a boa execução de programas e projetos e ficou a cargo de Márcio Teixeira, coordenador da Unidade Técnica de Acompanhamento e Gestão (Utag).

Visita técnica

No período da tarde, os participantes do encontro fizeram uma visita técnica seguindo o roteiro da Rua da Cidadania de Santa Felicidade, passando pelo Parque Barigui, Terminal Campina do Siqueira, Estrutural Oeste, Torre Panorâmica, Bosque Alemão, Parque Tanguá, Ópera de Arame, Memorial Paranista, Museu Oscar Niemeyer e Largo da Ordem.

Na sexta-feira (28/6), serão apresentados os novos integrantes do InREDE e os participantes também terão uma oficina e visita às instalações do Ippuc.

Apoio

O VIII Encontro de Institutos de Planejamento conta o apoio institucional do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos ONU-Habitat e do Projeto Cidade Presente (DUS), fruto da Cooperação entre o Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ) e o Ministério das Cidades, implementado pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, Agência Alemã de Cooperação para o desenvolvimento sustentável.