A Central de Libras do Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência promoveu, na tarde desta sexta-feira (31/3), o primeiro encontro presencial do ano para discutir temas de interesse da comunidade surda de Curitiba. A igualdade racial foi o assunto debatido na roda de conversa que reuniu 16 pessoas. Todo o encontro foi acessível com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais).
As intérpretes Lidiane Rozendo Fernandes dos Santos, Sandra Mara Mathias e Sônia de Paula traduziram toda a palestra feita pela assessora de Direitos Humanos - Políticas de Promoção da Igualdade Étnico-Racial, Marli Teixeira Leite. A reunião aconteceu na sede do Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência, na Rua Schiller, 159, no Cristo Rei.
Esse foi o primeiro encontro presencial depois da fase mais crítica da pandemia. A cada dois meses a Central de Libras promove palestras com temas que a comunidade surda tem dúvidas e escolhe para debater.
“O interesse sobre esse tema da igualdade racial surgiu dentro da comunidade surda e convidamos a Marli Teixeira Leite para vir explicar como a Prefeitura trabalha esse assunto”, explicou a diretora do Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Denise Moraes.
Sociedade Igualitária
A assessora de Direitos Humanos - Políticas de Promoção da Igualdade Étnico-Racial explicou que a Prefeitura aprovou o primeiro Plano da Igualdade Étnico-Racial de Curitiba em 2021. “Trabalhamos para que tenhamos uma sociedade mais igualitária, para que as pessoas não sejam discriminadas por causa de sua cor ou origem”, disse Marli.
Mesmo assim, Marli explicou que o racismo e a intolerância ainda acontecem em vários setores da sociedade. “É importante engajar as pessoas no combate ao racismo e contra o preconceito. Na Prefeitura trabalhamos de forma transversal com todas as secretarias municipais”, disse. O foco da ADH - Políticas de Promoção da Igualdade Étnico-Racial são as etnias afrodescendentes, indígenas e ciganos.
A estudante Larissa dos Santos da Silva, de 17 anos, que é atleta da Seleção Brasileira de Surdos de Vôlei, também falou sobre suas vivências como surda e negra durante a roda de conversa. “Ainda sinto preconceito por causa da cor. Na escola também tenho um pouco de dificuldade para acompanhar todas as discussões e preciso da intérprete de Libras para entender o conteúdo passado pelos professores”, contou Larissa.
Para o estudante universitário Hércules Furquim de Souza, morador do Capão Raso, a palestra foi importante para esclarecer dúvidas que tinha sobre o racismo. “Esse encontro me ajudou a ter mais informações e aprendi que ainda existe muito preconceito e discriminação por causa da cor das pessoas. Aqui tive um bom embasamento para ajudar outras pessoas que sofrem preconceito”, afirmou Hércules que estuda Letras Libras na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A secretária-executiva do Conselho Municipal de Política Étnico-Racial de Curitiba (Comper), Valéria Pereira da Silva, também participou da roda de conversa e falou sobre um conto africano que envolvia um cego e um caçador, onde a mensagem principal era que algumas pessoas enxergam com os ouvidos e sentem com o coração.
Central de Libras
A Central de Libras é um serviço gratuito da Prefeitura de Curitiba, que facilita a comunicação entre surdos e ouvintes, por meio da interpretação em Língua Brasileira de Sinais (Libras). A Central de Libras, do Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência, conta com equipe especializada (intérpretes) para acompanhar pessoas surdas a compromissos socioassistenciais, jurídicos, de saúde, entrevista de emprego, entre outros.
O atendimento é feito de forma presencial e on-line. Os contatos são (41) 99255-8206 (WhatsApp), (41) 3221-2262 e pelo e-mail centraldelibras@curitiba.pr.gov.br.