Equipes do Departamento de Pontes e Drenagem da Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smop) trabalham na implantação de uma galeria celular subterrânea na Rua Padre Estanislau Piasecki, esquina com a Júlio Wos e Engenheiro João Visinoni, na CIC. O trabalho visa melhorar o escoamento das águas das chuvas na abrangência Ribeirão dos Müller.
Formado por peças pré-moldadas de concreto armado, o sistema construtivo subterrâneo tem 22 metros e blocos com 3,5 m de largura e 1,5 m de altura.
A nova galeria substituirá uma antiga tubulação de travessia de 1,5 m de diâmetro que já está subdimensionada. “Somada a problemas de deficiência da microdrenagem a antiga estrutura comprometia o escoamento das águas no trecho”, explica Maurício Braun, engenheiro da Smop, fiscal do serviço.
Depois de concluída, quando chover, a água que escorre pelas ruas e superfícies impermeáveis será coletada pelas bocas de lobo e direcionada para a nova galeria.
“Dentro da estrutura, a água terá vazão muito maior do que atual, formada por tubos de menor proporção, já subdimensionados”, explica o secretário municipal de Obras Públicas, Rodrigo Araújo Rodrigues.
A implantação da galeria, destaca Rodrigues, é uma obra de macrodrenagem que integra o programa Curitiba Contra Cheias, coordenado pela Smop e que reúne obras e ações para tornar a cidade resiliente à ação das chuvas fortes.
Alagamentos
A galeria começou a ser implantada na segunda quinzena de julho, com previsão de término até o fim de setembro. A obra, segundo Ubiratan Cardoso, diretor do Departamento de Pontes e Drenagem da Smop, é preventiva, para minimizar os impactos das chuvas de grande intensidade em uma área que é sensível a alagamentos.
“As tubulações atuais da via já não suportam o volume que recebem em dias de chuva forte, por isso a nova galeria celular servirá para gerenciar o fluxo das águas pluviais e minimizar riscos de enchentes e inundações, a partir do direcionamento eficiente da água, garantindo a segurança dos moradores, diz Cardoso.
Afluente do Rio Barigui
Com nascente e foz na região da CIC, o Ribeirão dos Müller é afluente do Rio Barigui. Nasce em uma densa área populacional, composta de residências e comércios, atravessa toda a extensão do campus da Universidade Positivo e grande parte da CIC, desaguando no Rio Barigui.
Os moradores do entorno se mobilizaram para solicitar os serviços à Prefeitura. Entre os solicitantes está o mecânico Ângelo da Silva, 65 anos, que contou já ter sofrido prejuízos com enchentes.
“Eu já perdi móveis e passei muito medo, mas agora isso vai acabar porque alguém olhou por nós. Eu venho todo dia aqui na obra e estou animado, vejo que o pessoal trabalha bem”, contou Ângelo, que mora há cerca de 20 anos na Rua Júlio Wos.
Lourdes Barboza viveu 35 dos seus 78 anos na Rua Padre Estanislau Piasecki e relembra das noites em claro por medo da chuva, da água chegando na sua janela. Mas tem também a alegre lembrança de um encontro com o prefeito Rafael Greca, durante uma vistoria em uma obra de asfalto na região, quando teve a certeza de melhorias no bairro.
“Eu estou muito feliz com a obra, nossa movimentação valeu a pena e eu finalmente vou poder dormir em paz”, disse Lourdes.
Curitiba Contra Cheias
A Prefeitura investe na construção e manutenção das estruturas necessárias para minimizar o impacto das chuvas na cidade, que é cortada por vários rios e córregos. Pelo programa Curitiba Contra Cheias são executadas obras de macrodrenagem que aumentam a capacidade de extravasamento de rios e córregos e ajudam a capacidade de a rede suportar grandes precipitações.
Desde 2017, foram concluídas 24 grandes obras de macrodrenagem e outras cinco estão em andamento. Também para reduzir os impactos das fortes chuvas são feitos serviços constantes em galerias, canalizações, perfilamento de rios, reservatórios de contenção de cheias e limpeza de rios e córregos.
As intervenções ajudam a diminuir a erosão, o assoreamento e as inundações. São serviços realizados em galerias, canalizações, perfilamento de rios, reservatórios de contenção de cheias.