Após dois anos de intensas obras de restauração, a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Chagas, a mais antiga de Curitiba, foi reaberta nesta quinta-feira (12/12) com uma celebração especial. A missa de reabertura conduzida pelo arcebispo, Dom José Antonio Peruzzo, contou com a presença do prefeito Rafael Greca, do vice-prefeito Eduardo Pimentel e da equipe responsável pelos trabalhos de restauro.
O evento foi marcado pelo toque dos sinos das igrejas vizinhas: a Matriz Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, Igreja do Rosário e da própria Igreja da Ordem, emocionando os presentes.
“Estou restaurando a Igreja da Ordem pela segunda vez. A primeira, há 45 anos, foi ao lado da minha Margarita (Sansone), da minha mãe e das minhas tias. Fizemos isso porque a igreja ameaçava ruir na época. Agora, restauramos para dar o critério cientifico mais preciso e absoluto da edificação e de seus detalhes. A Igreja da Ordem é um tesouro de Curitiba”, disse o prefeito Rafael Greca.
A Igreja da Ordem, construída em 1737 pelos portugueses, carrega quase três séculos de história, incluindo um desmoronamento em 1834 e sua reconstrução em 1880, que ocorreu em preparação para a visita de Dom Pedro II a Curitiba.
O recente projeto de restauração devolveu ao templo suas características originais desse período, permitindo que os visitantes contemplem a mesma edificação e detalhes admirados pelo imperador em sua passagem pela cidade.
A Prefeitura de Curitiba liderou a reforma completa do complexo, que também abrange o Museu de Arte Sacra, anexo à igreja. Modernizado e reaberto em março deste ano, o museu passou por melhorias importantes. Todas as obras foram viabilizadas através de um convênio entre a Prefeitura e a Arquidiocese de Curitiba, com um investimento de R$ 11.669.244,09, proveniente da venda de cotas de potencial construtivo.
Tesouros à mostra
O restauro trouxe à tona detalhes impressionantes, como o forro de estuque, que estava escondido sob uma cobertura de madeira. As restauradoras Ivilyn Weigert e Tatiana Zanelatto destacaram a complexidade desse trabalho, que levou quatro meses e exigiu o uso de bisturis para recuperar a originalidade do forro. “Foram quatro meses só neste teto, mas valeu muito a pena”, destacou Tatiana.
Além da restauração estética, a obra também incluiu modernizações essenciais, como a instalação de sistemas de prevenção contra incêndios, recuperação da rede elétrica e melhorias em acessibilidade.
O vice-prefeito Eduardo Pimentel celebrou a conclusão das obras, chamando-a de um presente para a cidade às vésperas do Natal. “É um presente e um respeito com o patrimônio histórico da cidade, com o Centro de Curitiba e com a fé cristã”, afirmou Pimentel.
O arcebispo Dom José Antonio Peruzzo expressou gratidão ao prefeito Rafael Greca e à primeira-dama Margarita Sansone pelo comprometimento com o restauro da Igreja da Ordem. “Essa obra é um ato de respeito com quem tanto amou e construiu essa igreja. Que a nossa Ordem inspire outras ordens”, destacou o arcebispo, reconhecendo o esforço dedicado à preservação desse importante patrimônio histórico e religioso.
Presenças
Também estavam presentes Ana Cristina de Castro, presidente da Fundação Cultural de Curitiba; Antonio Luciano Ferreira de Lima, padre da Igreja da Ordem; Marcos Paulo Honório da Silva, padre da Catedral Metropolitana de Curitiba; Luiz Alberto Kleina, padre da Igreja Imaculada Conceição do Guabirotuba; os vereadores Serginho do Posto e Pier Petruzziello; arquiteto responsável pelo restauro, Tobias Bonk Machado; e o engenheiro da obra, Christian Luiz Silva.