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Vacina

Idosos não imunizados têm 15 vezes mais chances de morrer por covid-19

Idosos não imunizados têm 15 vezes mais chances de morrer por covid-19. Foto: Pedro Ribas/SMCS

O risco de morrer por covid-19 é 15 vezes maior entre idosos com 60 anos ou mais não imunizados, quando comparado ao grupo dos idosos com 60 anos ou mais imunizados, em Curitiba. Entre os adultos de 20 a 59 anos, a imunização também traz uma proteção 13 vezes maior contra óbitos pela doença.

É o que mostram os dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba referentes às médias de razões de risco, que avaliam grau de proteção da vacina, no período entre março de 2021 a janeiro de 2022. 

Utilizando apenas o recorte de janeiro de 2022, para analisar de forma pontual, a situação mais atual, por exemplo, o risco de morrer por covid-19 entre os idosos com 60 anos ou mais não imunizados foi 28 vezes maior do que entre os imunizados. No grupo de 20 a 59 anos, em janeiro de 2022, o risco de morrer para os não imunizados foi dez vezes maior. 

Os dados do levamento são obtidos a partir do cálculo do coeficiente de mortalidade entre imunizados (vacinados com duas doses ou dose única há 14 dias ou mais) e não imunizados.

Trata-se de uma taxa calculada a partir do número de óbitos por covid-19 de pessoas previamente imunizadas a cada grupo de 100 mil pessoas imunizadas e outra taxa calculada a partir do número de óbitos por covid-19 de pessoas não imunizadas a cada grupo de 100 mil pessoas não imunizadas.

Após o cálculo das taxas mês a mês, é realizada a comparação entre esses dois indicadores. Dessas razões mês a mês pode ser calculada uma média do período todo ou analisar-se um mês específico pontualmente.

Internamentos

Usando o mesmo tipo de cálculo, é possível avaliar a situação dos internamentos – análise que também mostra o fator de proteção da vacina. Entre os idosos com 60 anos ou mais, os não imunizados têm 15 vezes mais chances de serem internados por covid-19, em relação aos imunizados da mesma faixa etária, na média, no período entre março de 2021 e janeiro de 2022.

Entre os adultos de 20 a 59 anos, a proteção contra internamentos foi 12 vezes maior para os imunizados, no mesmo período.

Considerando apenas o recorte de janeiro de 2022, para analisar a situação mais atual, o risco de internamento por covid-19 entre os idosos com 60 anos ou mais não imunizados chegou a bater quase 22 vezes mais do que para os imunizados. No grupo de 20 a 59 anos, em janeiro de 2022, o risco de internamento para não imunizados foi quase oito vezes maior. 

Incidência da doença

Seguindo os mesmos critérios para cálculo, é possível verificar que o risco de ter a doença também diminui entre os imunizados. Os idosos com 60 anos ou mais têm nove vezes mais chance de adoecer por covid-19 do que aqueles da mesma faixa etária que fizeram o esquema vacinal básico completo, considerando a média do período de março de 2021 a janeiro de 2022. Entre os adultos de 20 a 59 anos, a imunização traz um fator de proteção três vezes maior para quem fez o esquema vacinal básico completo, considerando o mesmo período.

Utilizando apenas o recorte de janeiro de 2022, para analisar pontualmente a situação mais atual, o risco de ter covid-19 entre os idosos com 60 anos ou mais não imunizados foi dez vezes maior do que para os imunizados. No grupo de 20 a 59 anos, em janeiro de 2022, o risco de ter covid-19 foi três vezes maior. 

Análise

De acordo com o epidemiologista da Secretaria Municipal da Saúde, Diego Spinoza, o cálculo da razão de risco é uma boa métrica para entender a proteção oferecida pela vacina.

“Não é possível fazer uma análise simplista dos números absolutos diretamente do número de casos, internamentos e óbitos por covid-19, pois pode haver uma distorção, uma vez que temos um grande contingente populacional já imunizado. É preciso analisar cada taxa proporcionalmente em relação a cada grupo populacional de imunizados e não imunizados, para só então realizar a comparação”, explica.

Segundo a secretária municipal da Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, o levantamento feito pela SMS mostra que as vacinas estão cumprindo o seu papel de proteção e de diminuir situações de desfechos graves pela doença.

“Em relação à incidência da doença, mas principalmente em relação a internamento e a óbito, é possível observar o papel de proteção exercido pelas vacinas. Na população mais vulnerável, que são os idosos com 60 anos ou mais, essa função é ainda mais preponderante”, analisa Márcia.

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