O cuidado de um é a segurança do outro. No Hospital Municipal do Idoso, quando um medicamento chega ao Centro de Terapia Intensiva (CTI), a equipe tem plena confiança no que recebeu da Central de Misturas Intravenosas (CMIV).
“O tempo, para um paciente aqui na UTI, faz a diferença”, diz a técnica de enfermagem Thais Prestes, entusiasta do trabalho da CMIV, que funciona na Farmácia Clínica do hospital.
“Tem medicamento que demora para diluir e normalmente o paciente intensivo recebe várias medicações ao mesmo tempo. A CMIV manda tudo certinho: é só colocar no equipo (dispositivo que transporta a substância, que está no reservatório, até o paciente) e administrar”, explica Thais.
“A taxa de satisfação dos usuários é de 97%”, ressalta a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella. Segundo ela, são cuidados assim que ajudam a explicar a aprovação do hospital.
“A gente só confere se veio na dosagem certa da diluição e pronto”, conta outra técnica de enfermagem da UTI, Vanessa Faraco. Ela compara os processos com a UTI de outros hospitais.
“Alguns hospitais têm estrutura de farmácia menor e não contam com uma CMIV. Aí, para algumas medicações, seria necessário calcular a dose porque não vai toda a ampola. Nesse caso, exigiria uma checagem detalhada da ‘miligramagem’ a ser usada”, justifica Vanessa.
Com o modelo de trabalho ajustado ao dia a dia do Hospital Municipal do Idoso, a CMIV também agiliza processos. “Se não fosse feito pela farmácia, isso ficaria a cargo da enfermagem”, destaca a coordenadora da Farmácia Clínica, Daiana Lugarini.
Thais já atuou na enfermaria do Hospital do Idoso e confirma a importância da CMIV para todos os setores: “Facilita bastante porque a enfermaria atende a um perfil diferente e o profissional fica responsável por mais pacientes”.
Processo
A CMIV prepara de 6 mil a 7 mil doses individualizadas e identificadas de medicação injetável ou oral (suspensão ou solução) por mês.
No caso dos injetáveis, a preparação é realizada na chamada “área limpa”, um ambiente de acesso restrito e microbiologicamente seguro, em que o ar é filtrado por um equipamento de alta eficiência e que realiza o controle de partículas.
“Feita desta forma, a mistura é mais estável do que se ela fosse preparada pela equipe de enfermagem na bancada”, assegura Daiana.
O desperdício é praticamente zero. “Se temos a prescrição de determinado injetável para 50 pacientes em um dia, podemos fazer a preparação de todas as seringas de uma só vez, aproveitando todo o conteúdo nestes preparos”, detalha a coordenadora.
De acordo com o diretor executivo do hospital, Peterson de Souza, a gestão desse processo também diminui gastos. “Esta economia pode chegar até 20% dos custos hospitalares”, calcula ele.
“A enfermagem sempre fará a checagem: se aquela prescrição não foi cancelada pelo médico; se é o que está prescrito para aquele paciente; e se está no horário certo. Mas, com certeza, receber a medicação individualizada e identificada é mais um ganho em segurança”, reforça Thais.
Feas
O Hospital Municipal do Idoso é administrado pela Fundação Estatal de Atenção à Saúde (Feas) da Prefeitura de Curitiba, vinculada à Secretaria Municipal da Saúde (SMS).