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Hospital do Idoso recebe certificação pela prevenção de lesões de pele por pressão em pacientes de Curitiba

Equipe multiprofissional do Hospital do Idoso durante treinamento de padronização de risco de lesão. Foto: Fernanda Luvizotto/Feas

O Hospital Municipal do Idoso, no bairro Pinheirinho, recebeu a certificação nível prata no programa de Prevenção de Lesões por Pressão (escaras) em pacientes internados.

O Programa Prevenção em Ação é uma iniciativa da empresa de curativos Hartmann, em parceria com a Associação Brasileira de Estomaterapia (Sobest), que certifica profissionais e instituições de saúde em boas práticas para prevenir essas lesões.

Foi a primeira vez que o hospital participou do processo de certificação, que durou cerca de seis meses. O procedimento incluiu visitas de auditores da Sobest, análise de prontuários, visitas à beira do leito e entrevistas com as equipes de saúde.

“A prevenção de lesões por pressão é uma meta internacional de segurança do paciente. Reflete boas práticas no cuidado e, no nosso hospital, é mais relevante porque grande parte dos pacientes são idosos, mais frágeis", disse o diretor técnico do hospital, Lucio Lages.

Segundo o diretor, esses pacientes normalmente têm questões nutricionais e de imobilidade associadas, o que aumenta muito o risco de desenvolvimento de lesão por pressão durante a internação. 

Para a gerente assistencial Rosane Kraus, a certificação é fruto do trabalho coletivo. "A constante qualificação da assistência, com práticas assertivas e seguras, tecnologias e insumos especiais, tem reduzido a ocorrência em nossos pacientes", afirmou ela.

Boas práticas

Em 2023, o Hospital do Idoso alcançou o menor índice histórico de incidência de LP, reduzindo de 12% para 0,7% dos pacientes internados. Esse índice foi mantido em 2024.

A prevenção de lesões por pressão é essencial para garantir a qualidade de vida e a segurança dos pacientes, especialmente aqueles com risco elevado, como idosos, pessoas acamadas ou com mobilidade reduzida.

Medidas preventivas, como mudanças regulares de posição, utilização de superfícies de apoio adequadas e cuidados com hidratação e nutrição, são fundamentais para minimizar a ocorrência dessas lesões.

Além de minimizar a dor e o desconforto, a prevenção evita complicações graves, como infecções, promove uma recuperação mais rápida e reduz os custos associados ao tratamento.

"Isso assegura um cuidado mais humanizado e eficiente”, destacou Adrieli Oliveira, enfermeira estomaterapeuta responsável pelos cuidados com a pele dos pacientes do hospital.

Cuidados com a pele

O combate às lesões por pressão envolve o trabalho da Comissão de Cuidados com a Pele. A rotina dos enfermeiros inclui a avaliação dos pacientes e de fatores que podem facilitar o surgimento das LPs.

Esses dados são registrados em prontuário e os profissionais atuam para corrigir os fatores de risco identificados.

“Sabemos que apenas realizar mecanicamente a troca de posição (decúbito) a cada duas horas é uma prática ultrapassada. Precisamos avaliar individualmente cada paciente e incluir práticas efetivas neste intervalo”, observou Rosane.

Pacientes considerados “de risco” passam a utilizar colchões especiais de ar automatizados, que ajustam a densidade conforme o peso dos pacientes e outros fatores clínicos.

Outro aspecto analisado pela equipe é a alimentação. Quando os pacientes não aceitam ou consomem a dieta de forma inadequada, o risco de LP aumenta. Nessas situações, a equipe de Nutrição reavalia o caso para incluir uma dieta especial com suplementos hiperproteicos.

O hospital disponibiliza uma grande variedade de suplementos para pacientes que se alimentam por via oral ou por sonda. A proteína é precursora do colágeno da pele.

"Uma alimentação adequada em proteínas e calorias favorece a recuperação do tecido lesionado”, explicou a nutróloga Tami Lara Machado.

Feas

O Hospital Municipal do Idoso é administrado pela Fundação Estatal de Atenção à Saúde (Feas), vinculada à Secretaria Municipal da Saúde (SMS) da Prefeitura de Curitiba.

Com cerca de 5 mil trabalhadores, a Feas também gerencia outras 29 unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) na capital paranaense.