No Dia Internacional da Mulher (8/3), a Patrulha Maria da Penha de Curitiba completa 10 anos de serviço prestado às vítimas de violência doméstica ou familiar. Os guardas da patrulha, pioneira no Brasil, são os responsáveis pelo acompanhamento das mulheres após a ocorrência de agressão, com quem desenvolvem laços afetivos duradouros.
“Eu tenho um grande acesso aos guardas, que se tornaram grandes amigos também. Quando eu recebi o botão do pânico, por exemplo, me senti mais segura. Eu podia dar detalhes sobre a situação sem estar em uma ligação telefônica”, relata a engenheira de 41 anos, atendida pela Patrulha Maria da Penha ao longo de três anos.
Botão do Pânico
O botão do pânico é um dispositivo concedido pela Justiça do estado do Paraná àquelas mulheres que estão em maior risco de terem suas medidas protetivas desrespeitadas. Quando acionado, o botão ativa uma alerta para a Muralha Digital e para os integrantes da Patrulha Maria da Penha, que têm acesso em tempo real à localização e ao áudio do local onde a mulher está. Dessa forma, a equipe da Guarda Municipal mais próxima do local da ocorrência é encaminhada para o atendimento de urgência.
Visitas e rondas
Uma das ações que os guardas que são parte da Patrulha Maria da Penha fazem é a visita periódica às mulheres que eles atendem. Uma vítima de 43 anos conta que estas visitas são muito importantes para que a mulher que é atendida esteja informada sobre quais passos ela deve tomar caso ocorra um problema. “Tive uma intercorrência recentemente e não sabia quais passos dar. Com a visita deles, eu sei que devo entrar em contato com a Defensoria Pública e pedir um ajuste na medida protetiva”.
Uma vigilante de 46 anos relata que o homem que a agredia chegou a ser preso durante uma ronda por desrespeitar a medida protetiva que havia contra ele. “Se minha vida está fluindo hoje, foi graças à equipe da patrulha que fez meu acompanhamento. Considero que eles são anjos que vieram para meu caminho”, conta.
Você não está sozinha
Uma mensagem de apoio deixada pelas mulheres que foram atendidas pela Patrulha Maria da Penha é que as vítimas não estão sozinhas e que elas devem contar com o auxílio daquelas pessoas e instituições que estão preparadas para tratar de situações de violência contra a mulher.
“Não passem por isso sozinhas, de jeito nenhum. Contem com o apoio disponível, são pessoas preparadas para nos ajudar nesse momento difícil”, disse uma das mulheres acompanhadas pela patrulha.
Denuncie
Vítimas e testemunhas de casos de violência contra a mulher ou de descumprimento de medidas protetivas devem acionar a central de emergência da Guarda Municipal pelo telefone 153, a Central de Atendimento à Mulher pelo telefone 180 ou a unidade da Patrulha Maria da Penha, que funciona no espaço da Casa da Mulher Brasileira, pelos telefones (41) 3221-2760 ou (41) 3221-2764.