O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, esteve nesta terça-feira (1/8) em Curitiba para conhecer a Rede de Segurança Alimentar da Prefeitura.
Ao lado do prefeito Rafael Greca e do secretário de Segurança Alimentar, Luiz Gusi, o ministro participou pela manhã da abertura da Oficina Sobre a Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional nas cidades, realizada no Mercado Municipal de Curitiba. Eles assinam em Curitiba protocolo "Pacto Brasil Sem Fome", que visa a colaboração mútua na segurança alimentar em âmbito nacional.
Depois, Greca mostrou ao ministro as unidades do Sacolão da Família e do Armazém da Família, instalados na Rua da Cidadania Matriz. Com o padre José Aparecido, a comitiva almoçou no Restaurante Popular da Matriz, que serve em média 1.800 refeições por dia, ao preço de R$ 3.
“O ministro dá grande honra à nossa cidade ao considerá-la referência na segurança alimentar e nutricional. Nós vamos compartilhar as experiências com todo o Brasil, mas, mais do que isso, nós queremos que ele tenha sucesso em tirar o Brasil do mapa da fome”, disse o prefeito.
Greca presenteou o ministro com um exemplar do livro “Paranismo”, escrito por José Roberto Teixeira Leite, crítico de arte e o maior especialista no movimento intelectual e artístico da década de 1920 que exaltava a identidade paranaense.
No Restaurante Popular, o prefeito conversou com os frequentadores, como a menina Isadora da Costa Matoso, de 5 anos, e a sua mãe, Alexandra da Costa, e o morador do Umbará Juarez Borba.
Maria do Carmo Costa, 76 anos, moradora no Centro, que sempre frequenta o restaurante, elogiou a trajetória do prefeito e a comida. “Eu conheço este rapaz desde que era adolescente. Ele sempre foi envolvido nas causas comunitárias, que rende coisas como este restaurante que é muito bom”, disse ela.
Exemplo a ser seguido
Wellington Dias disse que Curitiba é um exemplo a ser seguido no combate à fome no Brasil e como exemplo citou a vinda de representantes de segurança alimentar e nutricional de todo o Brasil que se encontravam hoje em Curitiba.
“Curitiba nos mostra uma experiência extraordinária. Nós almoçamos neste restaurante que oferece comida boa com preço baratinho de R$ 3 e tem comida de graça também. Nós vemos este apoio que é feito à população de rua daqui e é muito importante e por isso vem gente do Brasil inteiro conhecer este trabalho”, comentou o ministro.
Para ele, ver ações como as desenvolvidas na capital mostram que o país pode dar certo.
“Eu saio daqui bastante animado porque se Curitiba está vencendo a fome o Brasil também pode e vamos trabalhar nisso juntos”, garantiu Wellington Dias.
Estrutura de segurança alimentar
Em sua passagem por Curitiba, o ministro também conheceu o restaurante do Mesa Solidária, que serve refeições gratuitas e fica no Complexo de Segurança Alimentar do Capanema, que reúne também o Armazém da Família do Capanema e a Escola de Segurança Alimentar e Nutricional Patrícia Casillo.
Ele também conheceu as instalações da Casa de Passagem Padre Pio e o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) que ofertam vários serviços de apoio social. As duas unidades são coordenadas pela Fundação de Ação Social (FAS) e ficam na Praça Solidariedade, no Rebouças, onde a Prefeitura mantém um complexo com atendimento para garantir mais dignidade a esse público.
O ciclo do alimento
Por último, Greca e o ministro Wellington Dias foram até as instalações da Fazenda Urbana, no Cajuru, estrutura que está em uma área de 4.435 m², ao lado do Mercado Regional do Cajuru, e reúne os mais modernos métodos de plantio de alimentos saudáveis, sem agrotóxico, além de central de compostagem de resíduos orgânicos do Mercado Regional Cajuru, banco de alimentos para o Mesa Solidária.
“A gente consegue ver aqui o ciclo completo do alimento de forma lúdica e rápida. Isso é muito importante para os curitibinhas que visitam o local e aprendem que antes de chegar no mercado a comida precisa ser plantada e cultivada”, disse o prefeito.
Presenças
Participaram também das visitas os assessores do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome Jane Maria Cristina de Matos, Alisson Silva e Lilian Rahal; a presidente da Fundação de Ação Social (FAS), Maria Alice Erthal; o presidente da Câmara de Vereadores, Marcelo Fachinello; a procuradora-geral do Município, Vanessa Volpi; os deputados federais Geraldo Mendes e Elton Welter; e o comandante da Guarda Municipal de Curitiba, Carlos Celso dos Santos Junior.
A Rede de Segurança Alimentar de Curitiba
Mesa Solidária
São quatro pontos do Mesas Solidárias que oferecem, diariamente, 1.100 refeições gratuitas para pessoas em situação de rua e famílias carentes: Restaurante Popular da Matriz (Centro), Mesa Solidária Luz dos Pinhais (Centro), Escola de Segurança Alimentar Patrícia Casillo (Jardim Botânico/Centro) e Escola de Segurança Alimentar Dom Bosco (Campo do Santana).
Restaurante Popular
Curitiba conta com cinco Restaurantes Populares de R$ 3 com 4.700 refeições diárias: Matriz, Capanema, Sítio Cercado, CIC/Fazendinha e Pinheirinho. Considerados serviços essenciais, os locais atendem, principalmente, idosos e trabalhadores de baixa renda que têm acesso a refeições balanceadas.
Armazém da Família
A Prefeitura de Curitiba mantém 35 Armazéns da Família, que que beneficiam 1 milhão de curitibanos (350 mil famílias), com renda de até 5 salários mínimos, com gêneros alimentícios e itens de higiene e limpeza 30% mais baratos que nos supermercados.
Hortas urbanas
A Prefeitura de Curitiba dá apoio aos agricultores de 147 hortas urbanas que produzem 1.576 toneladas/ano de alimentos frescos e sem agrotóxicos para 17,9 mil pessoas (entre produtores, familiares e comunidades). As hortas estão espalhadas por bairros como Caximba, CIC, Pinheirinho, Alto Boqueirão, Sítio Cercado e Tatuquara.
Câmbio Verde
Curitiba tem 103 pontos de troca do Câmbio Verde que beneficiam 5 mil pessoas com 55 toneladas/mês de hortifrútis trocados por material reciclável. Moradores de bairros como Tatuquara, CIC, Boqueirão e Pinheirinho recebem, a cada quatro quilos de resíduo reciclável, um quilo de frutas e verduras. Óleos vegetal e animal, acondicionados em garrafas pet, também podem ser trocados: cada dois litros de óleo vale um quilo de alimento.
Banco de Alimentos de Curitiba
Criado em 2021, o Banco de Alimentos de Curitiba já destinou, em 3 anos, 837 toneladas de alimentos que se tornaram comercialmente inviáveis, mas ainda próprios para o consumo humano, para mais de 70 instituições, entre asilos, casas de apoio a crianças carentes e dependentes químicos e instituições parceiras do Mesa Solidária. Feiras, sacolões e mercados públicos de Curitiba separam diariamente esses alimentos popularmente chamados de "xepas".
Fazenda Urbana
Inédito espaço no Brasil dedicado à educação para prática agrícola sustentável nas cidades, a Fazenda Urbana de Curitiba, localizada no bairro Cajuru, destina toda a produção de suas hortas para entidades do Mesa Solidária. Anualmente, são cerca de 1,4 tonelada de hortaliças que são usadas no preparo das refeições oferecidas nos quatro pontos do Mesa Solidária. Em 2024, será inaugurada a Fazenda Urbana da CIC.
Sacolão da Família
Curitiba conta com 11 pontos do programa Sacolão da Família, no Centro e bairros, que comercializam frutas e verduras ao preço máximo de R$ 3,69 o quilo. Em média, os hortifrútis vendidos nos espaços da Prefeitura de Curitiba custam 30% mais barato que nos supermercados. A maioria dos sacolões estão estrategicamente instalados próximos aos Armazéns da Família.