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Pré-natal inclusivo

Gestantes haitianas ganham cartilha nos idiomas créole e francês

Gestantes haitianas ganham cartilha em créole e francês. - Na imagem, as gestantes haitianas Myriam Simon, 23 anos, que espera o primeiro filho e Mikerlange Meralus, de 25 anos, grávida do segundo filho. Foto: Divulgação

A Unidade de Saúde Capanema, no Prado Velho, criou uma cartilha do pré-natal nos idiomas francês e créole, para melhor se comunicar com as gestantes haitianas que fazem o pré-natal no posto e promover o atendimento integral a todos.

Mikerlange Meralus, 25 anos, grávida do segundo filho, e Myriam Simon, 23 anos, à espera o primeiro bebê, são duas haitianas que receberam a publicação. Elas contam que as informações orientam sobre uma gestação saudável e como funciona o atendimento na Saúde de Curitiba.

“Aprendi que devo me alimentar mais vezes por dia e o que devo levar na bolsa quando for dar à luz na maternidade”, enumera Myriam, que ensaia algumas frases em português. De janeiro de 2017 e maio de 2018, Curitiba registrou o nascimento de 145 curitibanos com mães haitianas.

Romper a barreira

A comunidade de imigrantes vindos do Haiti começou a se estabelecer em Curitiba em 2010, após o terremoto que matou 316 mil pessoas naquele país. O idioma é uma barreira que enfrentam na nova cidade.

Para contornar essa dificuldade, a equipe da unidade de saúde percebeu que seria necessário ir além do uso de sites e aplicativos de tradução nas conversas, como vinham fazendo. O material didático foi criado para que as gestantes compreendam todas as informações para assegurar gravidez, parto e pós-parto seguros para as futuras mães e para os novos curitibinhas.

“Grande parte dos homens haitianos fala francês, mas notamos que a maioria das mulheres é fluente no créole”, conta a coordenadora da Unidade de Saúde Capanema, Lívia Oliveira Fernandes Nonato, sobre o porquê de duas versões da cartilha. “Estamos vendo as reações das gestantes para melhorar o material, mas já foi um grande passo na comunicação”, completa.

A cartilha foi criada em abril e escrita em parceria entre equipe da unidade e estagiárias de Enfermagem da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A tradução para o créole foi feita por um estudante haitiano de Informática Biomédica da UFPR. A tradução para o francês ficou por conta da irmã de uma das estagiárias, fluente no idioma.

A partir dessa ação, a Rede Mãe Curitibana Vale a Vida vai expandir a distribuição dos informativos em outros idiomas às 111 unidades de saúde de Curitiba, contemplando futuras mamães de diversas nacionalidades na cidade. “Nos próximos meses, vamos incluir os folhetos com as informações assistenciais em francês, créole, inglês e espanhol na Carteira de Pré-Natal”, destaca o coordenador da rede, Edvin Javier Boza Jimenez