Divididas em áreas de interesse de desenvolvimento sustentável – social, econômico, ambiental, cultural, governança, segurança e parcerias – e mediadas por técnicos de planejamento urbano e do poder público, os participantes do Workshop Colaborativo: Região Central de Curitiba, promovido pelo iCities nesta semana no Memorial de Curitiba, ajudaram a estruturar a visão para 2050 de redesenvolvimento da área central da cidade.
A metodologia Our City Plans, desenvolvida pela ONU-Habitat para estimular a participação das comunidades nas discussões do planejamento urbano das cidades também será a ferramenta para fomentar o engajamento da sociedade na revisão do Plano Diretor de Curitiba, que começa em 2025. Estruturada para contemplar as abordagens da visão estratégica de longo prazo alinhada aos objetivos de agendas globais de desenvolvimento e as políticas nacionais, estaduais e municipais, a dinâmica ajuda a aterrissar no plano local as diretrizes e ambições do planejamento urbano, traduzindo em objetivos e metas, além de identificar oportunidades e ações.
“Pensar na cidade para as pessoas foi um exercício importante e que considerou alguns temas sensíveis como a acessibilidade e a dignidade. Esses foram os grandes objetivos que moveram o nosso grupo. O tema moradores de rua também foi debatido. Fiquei satisfeita com troca de ideias”, disse a designer Fabiola Daher, da Accelera Hub, participante do evento.
O workshop faz parte da preparação para o sprint imobiliário que o iCities está organizando para ser executado durante o Smart Cities Expo Curitiba, que ocorre de 25 a 27 de março. As discussões também serviram para validar a metodologia para a revisão do Plano Diretor de Curitiba, conduzido pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).
“Temos aqui a oportunidade de testar uma metodologia global num evento de inovação que irá subsidiar o processo participativo gamificado que pretendemos conduzir no Plano Diretor. O objetivo é conciliar todas as pautas que promovem o desenvolvimento urbano sustentável”, avaliou Thomaz Ramalho, diretor de planejamento do Ippuc.
Aplicar a metodologia no workshop sobre o Centro permitiu testar uma inovação em ferramentas participativas com os atores que também vão participar da discussão do novo Plano Diretor. Poder público, iniciativa privada, sociedade civil, entidades organizadas, universidades, representantes da cultura foram convidados a debater os grandes temas a partir de dados e evidências que deram suporte às propostas. No final de dois dias de trabalho, cada grupo elencou os principais desafios e as questões mais urgentes do Centro. “A próxima etapa será durante o Smart Cities, em que os segmentos estratégicos se debruçarão sobre esse material para criar e propor soluções para o Centro de Curitiba”, explica o arquiteto Rodrigo Freire, da Proa Arquitetura, empresa parceira do evento promovido pelo iCities.
A combinação de temáticas é o pilar da metodologia da ONU-Habitat, a partir das provocações coletivas para que as diferentes visões sejam aplicadas às propostas. Durante dois dias de workshop, foram desenhados 15 objetivos, considerando a intersetorialidade. Um exemplo foi a zeladoria e a sustentabilidade, que uniu o cuidado com o espaço urbano desde à limpeza e a sua conservação até o manejo de resíduos.
“Escolhi participar do grupo patrimônio porque gostaria de ver todas as fachadas dos prédios no Centro restauradas. Não apenas o que é considerado patrimônio histórico, mas com esse olhar de retomar o belo por todo o bairro, preservando os detalhes e a memória”, avaliou a agente imobiliária Kamille Cunha.