A presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Ana Cristina de Castro, reuniu-se na tarde desta sexta-feira (29/5) com representantes da classe artística, atendendo ao pedido formulado por um grupo de entidades, coletivos, produtores e empresários culturais, com a finalidade de criar uma agenda e ajudar na construção de medidas de enfretamento da situação de crise do setor nesse período de pandemia de covid-19. O encontro aconteceu na sede da Prefeitura com todos os cuidados de distanciamento e prevenção contra a doença.
Os representantes da cultura relataram as dificuldades que estão enfrentando, lembrando que a cadeia produtiva da cultura é muito mais ampla e não se limita aos artistas. Há uma série de outros profissionais, técnicos e trabalhadores ligados ao setor cultural que igualmente estão passando por dificuldades.
Ana Cristina propôs na reunião que o Conselho Municipal de Cultura, colegiado com representação dos artistas, seja o interlocutor nesse diálogo, de forma que toda a classe possa participar, formulando propostas e soluções.
“Vamos estudar mecanismos legais e possibilidades jurídicas para rever os projetos do Fundo Municipal da Cultura e do Mecenato Subsidiado e adaptá-los ao formato virtual enquanto perdurar a pandemia, permitindo movimentar e fomentar a economia da cultura”, explicou Ana Cristina.
Segundo a presidente da FCC, um segundo edital para aquisição de conteúdos audiovisuais será lançado e a ideia é que os artistas também participem da elaboração desse novo edital.
A atriz e diretora teatral Eliane Berger, presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão do Estado do Paraná (Sated-PR), apoiou a proposta e sugeriu que o novo edital atenda prioritariamente os técnicos do setor.
“Estamos todos numa situação complicada, mas eles estão numa condição muito pior. Estão sem saída”, disse Eliane.
A presidente do Sated considera que os profissionais de iluminação, sonorização, cenotécnicos, entre outros, podem participar do edital produzindo lives e mostrando como funciona esse mundo atrás dos palcos, que o público não vê, mas é muito importante.
Medidas
Ana Cristina de Castro relatou o trabalho que a Fundação Cultural vem desenvolvendo nesse período de emergência em saúde pública e expôs as iniciativas implementadas para apoiar os trabalhadores da cultura e ao mesmo tempo continuar oferecendo à população o acesso aos bens culturais.
A presidente da FCC contou também que o edital emergencial lançado pela FCC no dia 14 de abril e já quase finalizado serviu de referência para outras capitais.
“Algumas cidades como Salvador, Fortaleza e Cascavel nos procuraram para receber informações e adotar o mesmo modelo. Isso mostra que Curitiba saiu na frente, mas sabemos que temos que continuar buscando alternativas e estratégias para superar essa crise”, declarou.
Téo Ruiz, representante do Coletivo Coragem, agradeceu a oportunidade de expor essas questões.
“Tudo o que estamos vivenciando é algo novo, ninguém sabe realmente como agir, mas essa aproximação entre a Prefeitura e os artistas pode resultar em ideias que vão fazer a diferença, e que vão ser a resposta da economia criativa a essa crise”, afirmou.
Participaram da reunião a chefe de gabinete do prefeito Rafael Greca, Cibele Fernandes Dias; os diretores da Fundação Cultural, Cristiano Morrissy e Loismary Pache; o procurador da FCC Paulo de Tarso Camargo Santos; e o superintendente da Secretaria Municipal de Finanças, Breno Lemos.
Como representantes da classe artística estiveram ainda Isadora Rodrigues e Márcio Juliano da Silva, do Coletivo Coragem, e Adriano Esturilho, produtor cultural e também vice-presidente do Conselho Municipal de Cultura.