Sete projetos de produção agrícola, segurança alimentar e otimização de recursos renováveis serão desenvolvidos na Fazenda Urbana de Curitiba nos próximos 12 meses. Hortas “inteligentes”, compostagem em pequenos espaços, irrigação mais eficiente e uso de energia solar na redução de custos de plantio são algumas das inovações de startups, organizações não-governamentais e pesquisadores do Vale do Pinhão que serão testadas e validadas no espaço da Prefeitura inaugurado em junho.
Os projetos foram selecionados por edital de chamamento público em uma parceria da Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (SMSAN) e Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação.
Em uma área de 4.435 m², ao lado do Mercado Regional do Cajuru, a Fazendo Urbana de Curitiba tem função educativa para quem reside na capital e reúne os mais modernos métodos de plantio de alimentos saudáveis, sem agrotóxicos. Devido à pandemia da covid-19, o espaço administrado pela SMSAN ainda não foi aberto para visitas e cursos.
Luiz Gusi, secretário municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, explica que como a sustentabilidade integra as bases da Fazenda Urbana de Curitiba, todos os projetos aprovados buscam oferecer soluções inovadoras de uso e destino de insumos, resíduos e alimentos da produção agrícola.
“Compartilhar tecnologias de manejo consciente é fundamental para a questão educativa, pois ajuda a conscientizar sobre os problemas do desperdício de alimentos e consumo consciente", salienta.
De acordo com Cris Alessi, presidente da Agência Curitiba, as parcerias têm como objetivo testar na Fazenda Urbana tecnologias e metodologias que promovam a agricultura urbana e os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU.
“Uma cidade inteligente, como Curitiba, também promove a difusão de práticas e técnicas de produção de alimentos e organização comunitária, a fim de contribuir para a educação social, alimentar e ambiental da população”, justifica.
Contrapartidas
Os 7 projetos selecionados poderão ser testados na Fazenda Urbana durante 12 meses, com possibilidade de prorrogação. As responsabilidades em relação a insumos, armazenamento e logística serão dos próprios parceiros.
Mensalmente, startups e pesquisadores precisarão enviar um relatório do estágio de pesquisa e realizar palestras no espaço da Prefeitura.
Projetos que serão testados na Fazenda Urbana de Curitiba
- Gestão de resíduos sólidos orgânicos local e comunitário (Coletivo Ambiente Livre) - projeto de vermicompostagem de resíduos orgânicos para adubação dos canteiros existentes na Fazenda Urbana e distribuição para a população.
- Irrigate (Breno Felipe Gonçalves e equipe) – sistema de irrigação autônoma para residências e pequenas hortas, com rede de sensores conectados a um aplicativo que possui um dashboard para monitoramento.
- Sistema de monitoramento remoto do solo (Oséias Fernandes da Silva e equipe) - monitoramento das condições do solo de estufas que necessitem de cuidados especiais para a correção dos problemas,possíveis perdas e desperdícios de recursos.
- Elëve Vida (Vinícius Mendonça de Moura) – encontros quinzenais para disseminação de conhecimentos sobre o ciclo de vida do alimento, segurança alimentar e nutricional, produção e distribuição de orgânicos, princípios da agroecologia e compostagem
- Técnicas de vermicompostagem e educação ambiental (alunos da UTFPR) – protocolo de vermicompostagem para produção de adubo a partir de resíduos orgânicos domésticos, para pequenas hortas residenciais.
- Agroecologia urbana (Coletivo Agroecologia em Movimento) – cursos e oficinas sobre manejo produtivo com a troca de conhecimento e apresentação de usos culinários de algumas plantas.
- Indoor Planting (Cássia Maria Lie Ugaya e equipe) - hortas verticais e compostagem em ambientes reduzido, como casas e apartamentos.