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Segurança alimentar

Fazenda Urbana comemora um ano e distribui alimentos ao Mesa Solidária

Programa Compostroca na Fazenda Urbana do Cajuru. Na imagem participantes do projeto Vanessa Domingos Amaro Borba (camiseta preta) - Simone Moralles Borba (camiseta azul) - casal Jose Euclair de Souza e Simiramys de Souza e Mauricio Gikoski, responsável pela startup - Curitiba, 05/05/2021 - Foto: Daniel Castellano / SMCS

 

Inédito espaço no Brasil dedicado à educação para prática agrícola sustentável nas cidades, a Fazenda Urbana de Curitiba comemora, nesta quinta-feira (24/6), um ano de abertura. Por conta da pandemia, cursos e visitas ao espaço da Prefeitura estão suspensos, mas no local já estão sendo testadas novas tecnologias agrícolas e os alimentos colhidos estão virando refeições gratuitas para a população carente atendida no Mesa Solidária.

“Com agricultura sustentável, a Fazenda Urbana está transformando vidas e ajudando a reduzir os impactos da pandemia para a população em risco social. Em breve, quando acabar a pandemia, também vai ajudar a educar os curitibinhas sobre a importância da vida no campo, mostrando que o ato de semear é o primeiro estágio da cadeia alimentar”, afirma o prefeito Rafael Greca.

Infraestrutura  

Em uma área de 4.435 m², ao lado do Mercado Regional do Cajuru, a Fazenda Urbana reúne os mais modernos métodos de plantio de alimentos saudáveis, sem agrotóxico. São mais de 60 variedades agrícolas orgânicas cultivadas, com a produção de frutas, legumes e verduras, além de ervas, temperos, chás e plantas alimentícias não convencionais (pancs).

O local tem também estufas de culturas mais sensíveis (como tomate, pepino, rúcula e outros) e para mudas destinadas às 100 hortas urbanas da capital, além de canteiros elevados para cadeirantes.

O complexo conta ainda com central de compostagem de resíduos orgânicos, banco de alimentos para o Mesa Solidária e um contêiner que funcionará como sala de aula.

Após a pandemia, uma cozinha-escola ainda irá receber chefs renomados da capital para realizar treinamentos e aulas show, utilizando os alimentos e temperos produzidos no local. O objetivo é demonstrar, na prática, o sabor da refeição produzida em pequenas hortas e incentivar o aproveitamento integral do alimento.

A Fazenda Urbana de Curitiba é vinculada à Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (SMSAN).

Mesa Solidária

Desde a inauguração, a Fazenda Urbana de Curitiba já distribuiu 1,4 tonelada de hortaliças para instituições de caridade que integram o programa Mesa Solidária e para casas de acolhimento.

“As instituições relatam redução de doações da sociedade, por conta da covid-19, e os alimentos da Fazenda Urbana ajudam a diminuir o problema de falta de ingredientes para a preparação das refeições que são distribuídas gratuitamente no Mesa Solidária, bem como para organizações que atendem grupos vulneráveis em suas sedes”, salienta Luiz Gusi, secretário municipal de Segurança Alimentar e Nutricional.

O cofundador da Ação Entre Amigos Japão-Brasil (Jabra), Roberto Watanabe, confirma que as hortaliças recebidas da Fazenda Urbana fazem a diferença na hora de preparar as refeições que a instituição distribui no Mesa Solidária. A Jabra distribui refeições aos domingos no Restaurante Popular do Capanema e no Centro POP do Rebouças.

“Os alimentos colhidos na Fazenda Urbana vão para as nossas marmitas solidárias, acrescentando mais valor nutricional às refeições. Quando há excedente, a hortaliça é entregue com as cestas básicas para as famílias em situação de vulnerabilidade que damos apoio”, conta Watanabe.

As oito entidades do Mesa Solidária atendidas pela Fazenda Urbana também recebem capacitações sobre cultivo sustentável, caso tenham interesse em criar hortas em suas sedes, e ainda ajudam na colheita no dia que recebem as hortaliças.

Inovação

Cinco startups, ONGs e pesquisadores do Vale do Pinhão desenvolvem projetos na Fazenda Urbana, em uma parceria da SMSAN e Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação. “São novas tecnologias e metodologias de produção agrícola, otimização de recursos renováveis e reaproveitamento de resíduos orgânicos”, salienta Gusi.

Um dos projetos em teste na Fazenda Urbana é o Compostroca, que está transformando resíduos coletados por moradores do Cajuru em um potente adubo orgânico para as hortas da comunidade. Cascas de legumes, frutas, ovos e até filtros de café, que normalmente seriam descartados no lixo comum, agora são separados por 19 famílias vizinhas à Fazenda Urbana e enviados para o setor de compostagem do espaço da Prefeitura.

“O Compostroca visa incentivar a população a fazer a compostagem em suas casas para evitar que os resíduos sejam encaminhados para os aterros sanitários contaminando o solo, lençol freático e produzindo gases que geram o efeito estufa”, afirma Maurício Gikoski, 33 anos, cofundador Coletivo Ambiente Livre e responsável técnico do Compostroca.