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Segurança alimentar

Fazenda Urbana ajuda famílias a transformar lixo em adubo para hortas

Programa Compostroca na Fazenda Urbana do Cajuru. Na imagem participantes do projeto Vanessa Domingos Amaro Borba (camiseta preta) - Simone Moralles Borba (camiseta azul) - casal Jose Euclair de Souza e Simiramys de Souza e Mauricio Gikoski, responsável pela startup - Curitiba, 05/05/2021 - Foto: Daniel Castellano / SMCS

 

Cascas de legumes, frutas, ovos e até filtros de café, que normalmente seriam descartados no lixo comum, agora são separados por 19 famílias do bairro Cajuru que vivem próximo à Fazenda Urbana de Curitiba. Elas estão participando do projeto Compostroca, desenvolvido no espaço da Prefeitura pelo Coletivo Ambiente Livre, e que vai transformar os resíduos coletados em um potente adubo orgânico para as hortas da comunidade.

O Compostroca é um dos sete projetos de startups, ONGs e pesquisadores desenvolvidos na Fazenda Urbana em uma parceria da Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional (SMSAN) e Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação.

“Nosso projeto visa incentivar a população a fazer a compostagem em suas casas para evitar que os resíduos sejam encaminhados para os aterros sanitários contaminando o solo, lençol freático e produzindo gases que geram o efeito estufa”, afirma Maurício Gikoski, 33 anos, cofundador Coletivo Ambiente Livre e responsável técnico do Compostroca.

Uma vez na semana, as famílias deixam o resíduo na Fazenda Urbana onde será realizada a compostagem. A entrega é feita em “bombonas” (embalagens) cedidas pelo Coletivo Ambiente Livre.

As famílias participantes do projeto também começam a ser capacitadas. “Elas estão sendo orientadas sobre plantio, compostagem, aproveitamento integral dos alimentos e tipos de hortas em pequenos espaços”, conta Gikoski.

De acordo com o engenheiro agrônomo Marcos Rosa, da Fazenda Urbana, a compostagem é um processo biológico de transformação da matéria orgânica, por ação de microrganismos, num composto fertilizante natural, semelhante ao solo. “Restos de comida e resíduos verdes são matérias orgânicas que podem ser utilizados em jardins, hortas ou quintais”, completa.

Em casa e na escola

Moradora do bairro, a professora Vanessa Domingos Amaro Borba, 45 anos, está participando do Compostroca e conta que, além de cuidar da horta de casa, onde planta cebolinha, salsinha e flores, pretende levar o conhecimento em compostagem para seus alunos do CMEI Cajuru. “Trabalho com os meus estudantes na nossa horta escolar. É muito importante as crianças aprenderem sobre plantar, compostar, sobre o cuidado com o meio ambiente”, diz. 

O casal de aposentados Jose Euclair de Souza, 68 anos, e Simiramys de Souza, 67 anos, garante que irá retomar assim que possível a horta de 360 metros quadrados no quintal de casa. “Quando ela estava em plena produção, comprávamos muito pouco nos mercados e ainda dava pra dividir com família, amigos e vizinhos”, recorda Souza.  

Sustentabilidade 

Luiz Gusi, secretário municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, explica que como a sustentabilidade integra as bases da Fazenda Urbana de Curitiba, todos os projetos desenvolvidos no espaço buscam oferecer soluções inovadoras de uso e destino de insumos, resíduos e alimentos da produção agrícola.

“Compartilhar tecnologias de manejo consciente é fundamental para a questão educativa, pois ajuda a conscientizar sobre os problemas do desperdício de alimentos e consumo consciente", salienta.

Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, todos os anos, o Brasil produz quase 37 milhões de toneladas de lixo orgânico, mas apenas 1% do que é descartado é reaproveitado.