Cores vibrantes, aromas frescos e o som alegre das conversas dão o tom das feiras livres de Curitiba. Isso só é possível porque atrás de cada banca de frutas, verduras ou frios, há profissionais dedicados e apaixonados por um dos ofícios mais antigos do mundo. Esses profissionais são homenageados nesta sexta-feira (25/8), Dia do Feirante no Brasil.
Amor que vem de gerações
Nas feiras do município, muitos feirantes são membros de uma mesma família. A cultura passa de geração a geração: plantar, colher e comercializar a fim de garantir o sustento da família.
Luiz Franzão Filho, 70 anos, começou a trabalhar desde cedo com o pai na lavoura de café. “Desde os 8 anos de idade a gente já ia pra aprender. Isso nos fez acostumar com o trabalho, acordar cedo. Quando meu pai iniciou com feira a família toda foi junto”, afirma.
Hoje na banca trabalham as duas filhas e o futuro genro. “Elas já tocam tudo por aqui, a tradição do trabalho na feira continua com elas”, reforça ele. A banca da família Franzão atende em cinco feiras da cidade.
Josefer Rafael Buiar, 38 anos, herdou o ofício que veio desde o seu avô, passou pelo pai e que hoje está com ele e o irmão na Banca de Cereais da Família Buiar.
“Trabalhamos de domingo a domingo, praticamente. A gente é acostumado com o trabalho. Desde pequeno eu ia para a banca do meu avô. Já para a próxima geração, do meu filho, vamos ver se ele gosta da profissão. Importante que ele saiba que tudo que proporciono vem do esforço deste trabalho”, salienta.
Rotina intensa
O trabalho dos feirantes começa na madrugada, acordando sob chuva ou sol para levar os produtos frescos às feiras. É o caso de Sergio Massaiti Koga, 61 anos, que chega cedo na feira livre do São Francisco para o preparo de sua banca de peixes. “Chego às 3 da manhã aqui, mas o trabalho começa muito antes. O serviço de amanhã eu começo a preparar hoje, quando acaba a feira aqui. Tem a higiene do trailer, dos freezers e utensílios, recebimento de cargas, separação dos alimentos. Aí descansa um pouco para chegar de madrugada na próxima feira”, conta ele.
O secretário de Segurança Alimentar e Nutricional, Luiz Gusi, destaca a importância de homenagear os feirantes da cidade. “Os feirantes, cuja história se entrelaça com Curitiba, são a prova viva de que o alimento é o que nos une. São eles que nos lembram da importância de preservar nossas raízes, mesmo em um mundo em constante mudança”, ressalta Gusi.
Encontre uma feira
Curitiba conta com 84 feiras entre livres diurnas, noturnas, de orgânicos, gastronômicas, direto da roça e Nossa Feira, que reúnem aproximadamente 384 feirantes. As Feiras Livres de Curitiba são coordenadas pela Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional e comercializam especialmente hortifrutigranjeiros em ruas, praças e parques, em dias e horários pré-definidos. Nos pontos do Nossa Feira, frutas e verduras são vendidas ao preço máximo de R$ 3,69 o quilo.
As feiras livres também oferecem frios, carnes, pescados, massas, biscoitos, cereais, alimentos prontos para o consumo, produtos orgânicos, e uma linha de confecções e acessórios como luvas, meias; brinquedos, cosméticos, entre outros itens.