Seguindo o lançamento oficial da Iniciativa Laneshift em Curitiba, pelo prefeito Rafael Greca, a tarde desta quarta-feira (29/11) foi ocupada por compartilhamento de conhecimentos e de iniciativas relacionadas às alternativas sustentáveis e investimentos em transportes com redução em emissões de carbono. Os painéis de discussão foram feitos no Salão Nobre, na Prefeitura de Curitiba.
Os fóruns ocuparam a tarde, cobrindo sessões com representantes municipais, fabricantes, investidores e financiadores, e cases de sucesso. Participaram representantes de empresas como a Volvo, Volkswagen, iFood, BNDES e Amazon.
“Curitiba está sendo pioneira em sustentabilidade energética e tem um relacionamento positivo e caminho aberto com o BNDES, principalmente em projetos de descarbonização de transportes de carga, uma vez que essas mudanças são absolutamente necessárias para o futuro da humanidade, e nós queremos estar à frente disso”, salienta o engenheiro representante do BNDES, Edson Dalton.
Os painéis de conteúdo iniciaram às 13h10, com a “Sessão Visão da Cidade”, apresentado por representantes do desenvolvimento da iniciativa Laneshift em Curitiba, Marilza Dias, Secretária do Meio Ambiente, Ana Zorning Jayme, Assessora de Investimentos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba e Alessandra Paluski, Superintendente de Administração da Secretaria Municipal de Administração, Gestão de Pessoal e Tecnologia da Informação.
Ações contínuas
Um futuro mais verde é uma das principais preocupações do governo municipal, que tem tomado ações para mitigar as mudanças climáticas, trabalho intensificado com a elaboração do Plano de Ação Climática, coordenado em conjunto pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba. Uma das metas mais caras à parceria é a descarbonização dos transportes.
“Em um dos cenários mais disruptivos projetados para tentar alcançar a meta de 100% de neutralidade de carbono, chegamos a uma redução de cerca de 78% nas emissões. Sendo que os 22% restantes eram causados por transporte de cargas e indústria. Ou seja, precisamos trabalhar em conjunto também com a iniciativa privada para encontrar soluções para que Curitiba alcance essa meta até 2050”, destaca a assessora de Investimento do Ippuc, Ana Zorning Jayme.
A movimentação para introduzir e substituir os veículos para veículos elétricos já vem acontecendo, e envolve muito planejamento em logística e estrutura, para que nenhum setor tenha qualquer tipo de prejuízo em tempo.
“Em 2024 entramos na segunda etapa da transição com os editais para veículos de carga, mas já revisamos em torno de 2.800 contratos municipais para mapear os veículos leves de transportes de serviços públicos e instalamos na sede da Smap três totens de recarga para os veículos. É um trabalho que precisa ser muito bem planejado para atender todos os tipos de serviço”, conta a Superintendente de Administração, Alessandra Paluski.
Casos de Sucesso
Também ocorreu o Painel de Empresas Líderes, com uma roda de conversa com diretores de empresas que promovem políticas para a utilização de veículos sem a emissão de poluentes. Na atividade, foram discutidas estratégias de transição para essa forma de transporte, e os seus benefícios, tanto para a sociedade quanto para as próprias instituições.
“Essa é uma preocupação de longa data, e os nossos investidores têm muito interesse nessas políticas. Ver ações como essa indica que o mercado está evoluindo, e que estamos em uma transição para buscar mais soluções e discutir mais isso. Sendo curitibano, eu acho genial esse protagonismo da Prefeitura de Curitiba”, afirma o diretor de Desenvolvimento de Negócios do Fundo Pátria, Rodrigo Otavio Pikussa.
Participaram do painel o diretor de Logística e Suprimentos da Ambev, Bernardo Adão; a gerente de Loyalty e Veículos Elétricos do iFood, Fabiane Carrijo; o CEO da Addiante, Fabio Roberto Leite; o CEO da Imediato Nexway, Rodrigo Mataraia; o diretor de Desenvolvimento de Negócios do Fundo Pátria, Rodrigo Otavio Pikussa; e a gerente sênior de Programas e Sustentabilidade da Amazon, Saori Yano.
Laneshift
A Laneshift é uma parceria para combater as emissões de carbono do transporte rodoviário de carga, que representou mais de 2,2 bilhões de toneladas métricas de CO2 em 2020 — o dobro das emissões do transporte aéreo, marítimo e ferroviário combinadas. A parceria irá combater as emissões de carbono por meio do transporte de carga com emissão zero, reimaginando veículos de transporte médio e pesado e as rotas que percorrem. Em parceria com as cidades, Laneshift acelerará o desenvolvimento da infraestrutura de veículos elétricos (EV) e a implementação de caminhões EV em cidades da Índia (Bengaluru, Delhi, Mumbai e Pune) e da América Latina (Bogotá e Medellín, Colômbia; Curitiba e Rio de Janeiro, Brasil; Quito, Equador; e Cidade do México, México), reduzindo as emissões, melhorando a qualidade do ar, gerando empregos verdes e trabalhando rumo a uma transição justa para os trabalhadores.