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Especialista em cidades inteligentes explora intervenções urbanas de Curitiba

O auditor da organização canadense Intelligent Community Forum (ICF), Doug McCollough, visita a Pirâmide Solar de Curitiba, instalada sobre o aterro sanitário da Caximba. Curitiba, 29/08/2023. Foto: Hully Paiva/SMCS

Duas intervenções urbanísticas recentes de Curitiba, a Pirâmide Solar de Curitiba, instalada sobre o aterro sanitário desativado da Caximba, e as obras do Projeto de Gestão de Risco Climático Bairro Novo da Caximba (PGRC), em andamento na região, fizeram parte do segundo dia da visita técnica do auditor da Intelligent Community Forum (ICF) Doug McCollough, nesta terça-feira (29/8). Especialista em cidades inteligentes, o auditor da organização canadense está na cidade para conhecer boas práticas e ações inovadoras da Prefeitura que melhoram a vida dos cidadãos.

 

Pirâmide Solar

Na primeira usina solar construída sob um aterro sanitário desativado da América Latina, McCollough conheceu detalhes de como o local deixou de ser um passivo ambiental para se tornar uma das estratégias da cidade para combater e mitigar as mudanças climáticas, por meio da produção de energia renovável, que, além de melhorar o meio ambiente, promove economia aos cofres públicos.

Acompanhado do presidente da Agência Curitiba, Dario Paixão, e do diretor de Negócios e Marketing do órgão, Paulo Krauss, o auditor foi recebido pelos diretores da Secretaria Municipal do Meio Ambiente João Carlos Fernandes (Departamento de Eficiência Energética e Geração de Energias Renováveis) e Felipe Maia Ehmke (Departamento de Mudanças Climáticas).

No mirante da usina, onde é possível ter uma visão de 360 graus da área onde estão instalados 8,6 mil painéis fotovoltaicos, ele conheceu detalhes do funcionamento do equipamento.

“É muito importante a forma como conseguiram transformar um antigo aterro, incorporando-o à cidade de maneira inovadora, capaz de gerar energia limpa, preservar o meio ambiente e, além disso, atraíram investimentos internacionais para a implementação de um grande projeto para a cidade”, disse McCollough.

Bairro Novo da Caximba

Antes de acompanhar o andamento das obras de construção das primeiras moradias do projeto, a comitiva esteve no Escritório Local do Caximba (ELO), o equipamento da Prefeitura que funciona como um plantão permanente da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) para os moradores. Lá, o auditor foi recebido pela diretora de Relações Comunitárias da Cohab, Meiri Morezzi, e equipe, e conversou com moradores que integram o grupo de representantes da comunidade.

A auxiliar de cozinha Marilda dos Santos é uma delas. Vivendo há dez anos na área de ocupação irregular, ela será uma das beneficiadas do projeto e contou ao avaliador a importância da intervenção para ela e para a cidade.

“É como se eu estivesse nascendo de novo, porque será como iniciar uma nova vida, mas dessa vez com dignidade, em uma casa com acesso à luz, água, escola, postinho e tudo isso sem poluir o rio, sem prejudicar o meio ambiente”, contou Marilda.

O depoimento da dona de casa Lucilene Pedroso despertou especial atenção do representante do ICF. “O mais importante é que estamos ficando perto de onde vivemos, nossos filhos vão continuar indo para a mesma escola, a gente vai permanecer no local onde construímos nossa história, mas em área regularizada, com infraestrutura”, contou Lucilene.

Geisiane Silva contou que as ações do projeto são abrangentes, vão desde a recuperação da Área de Preservação Ambiental no encontro das bacias dos rios Iguaçu e Barigui até a oferta de moradia e qualidade de vida para 1.693 famílias da Vila 29 de Outubro.

“Nem todos entendem a grandeza de tudo o que está sendo feito e é aí que nós fazemos a nossa parte, explicando e contando para as vizinhas o quanto as nossas vidas estão sendo melhoradas”, disse Geisiane.

McCollough ficou impressionado com o que viu. “Conheci projetos de reassentamento em muitos países, mas esse é diferente, porque manterá a comunidade na mesma região, melhorando suas vidas e preservando a natureza. Estou impressionado e feliz por ter conhecido como tudo isso está sendo construído”, disse.

Novas moradias 

Ao lado do secretário municipal de Obras Públicas, Rodrigo Araújo Rodrigues, do arquiteto Mauro Magnabosco, coordenador do projeto Bairro Novo da Caximba pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), e do administrador da regional do Tatuquara, Marcelo Ferraz, o avaliador percorreu áreas da Vila 29 de Outubro, conferiu obras de macrodrenagem na região e verificou o andamento das 742 casas da primeira etapa do projeto. Cerca de 90% dessas moradias estão em construção, recebendo algum tipo de serviço, seja da fase de fundação, execução dos baldrames, alvenaria ou laje.

Empreendedorismo feminino

Também nesta terça-feira (29/8), o auditor do ICF, guiado por uma comitiva da equipe da Agência Curitiba, conheceu startups que recebem o apoio do Vale do Pinhão para decolarem, como a Tech Girls. A  ESGTech liderada por mulheres oferta cursos para empregar mais mulheres na área da Tecnologia. Também incentiva a reciclagem, transformando lixo-eletrônico em bijuterias e acessórios.

Coworking público e cinema de rua

No roteiro, McCollough conheceu o Cine Passeio, complexo cultural da cidade inaugurado em 2019 e onde também está uma das três unidades do Worktiba, primeiro coworking público do Brasil.

Nos Worktibas, as empresas selecionadas contam com infraestrutura e acesso a networking com todo o ecossistema de inovação da cidade, por meio do Vale do Pinhão, aumentando suas chances de decolarem, como foi o caso das startups, BJJ, HA Tecno, Única Entrega e Papoom, que apresentaram seus cases durante a visita técnica.

A visita também passou pela Hotmilk, uma das 23 pré-incubadoras, incubadoras e aceleradoras de Curitiba que atuam integradas ao Vale do Pinhão. O auditor também conheceu uma das linhas do BRT, circulando com o ônibus biarticulado Ligeirão Santa Candida/Praça do Japão. 

Cidade inteligente, cidade segura

McCollough foi apresentado à Muralha Digital de Curitiba, o cerco de segurança com videomonitoramento implantado pela Prefeitura de Curitiba, com 1,9 mil câmeras de vigilância que cobrem vários locais da cidade, integradas ao Centro de Controle Operacional (CCO).

O Gerente Operacional da Muralha, Sérgio Cruz, e a assessora técnica da Superintendência de TI da Secretaria de Administração, Gestão de Pessoal e Tecnologia da Informação (Smap), Carla Flores, explicaram que a Muralha Digital alia tecnologia à função social de oferecer mais segurança para a população. O sistema resultou na redução de 40% na criminalidade nos locais em que as câmeras foram ativada.

O auditor também conversou com representantes do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI).

Realidade Estendida

Com participação da tríplice-hélice da inovação, o ecossistema do Vale do Pinhão curitibana apresentou, além das ações do poder público municipal e das empresas, iniciativas das universidades para a transformação social da cidade.

Entre elas, o primeiro Centro de Realidade Estendida em uma universidade do Brasil, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

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