Em uma cidade com tantas áreas verdes preservadas como é o caso de Curitiba – mais de 60 metros quadrados por habitante – dividir o espaço urbano com animais silvestres é algo bastante comum. Mesmo assim, há quem não saiba exatamente o que fazer, e se é preciso fazer alguma coisa, ao encontrar uma ave, uma capivara ou outro animal silvestre por aí.
De acordo com o diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna, Edson Evaristo, o ideal é respeitar os animais, seus limites de aproximação e de interação. “A interferência humana deve acontecer apenas se for necessária para manter a convivência pacífica e harmoniosa com estes animais”, explicou Evaristo.
Não há necessidade de alimentá-los e nem mesmo captura-los e removê-los do seu habitat, o que pode causar prejuízos para a qualidade de vida destes animais. Grande parte das crias depende intensamente de cuidados dos genitores, principalmente quando se trata de alimentação. Isso acontece especialmente no caso das aves, que quando retiradas de perto dos pais, têm as chances de sobrevivência diminuídas.
Os animais silvestres são moradores antigos/históricos da cidade e da região. Muitos deles são nativos e protegidos por Legislação Federal (9.605/98).
Quando e como agir?
Se não houver perigo iminente, como a presença de possíveis predadores, ou se o animal estiver em boas condições de saúde, não é necessário interferir. Do contrário, ele pode ser levado a um local seguro, próximo de onde foi encontrado para que mantenha o vínculo com os pais, desde que sejam tomados alguns cuidados.
O diretor ressalta que se deve levar em consideração a imprevisibilidade do manejo de animais silvestres, em relação a riscos e possíveis acidentes. No caso de animais jovens também vale a orientação, pois em resposta de proteção ao filhote, os pais (que deverão estar por perto) podem investir contra as pessoas.
Cuidados
É importante nunca retirar um animal silvestre de seu habitat e nem transportá-lo para outros espaços. Algumas espécies são únicas e estritamente presentes naquele habitat. Transporte para outras áreas e soltura indiscriminada podem ocasionar desequilíbrio ambiental.
A orientação do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna é para que sempre que possível a população anote o lugar e o momento em que o animal foi visto e informe aos profissionais da área na sua região, para que possam manter o monitoramento se julgarem relevante.
O Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna possui em seu corpo técnico profissionais habilitados que poderão ser consultados. Se houver dúvidas, a população pode ligar para os telefones 3350-9937 e 3313- 5480.