Ampliar o número de vagas para pessoas com deficiência, principalmente para o menor aprendiz no mercado de trabalho, foi tema de reunião e palestra nesta quinta-feira (27/4), no Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Prefeitura de Curitiba.
A palestra foi proferida por Gilberto Carlos Muniz, gerente de Relações Institucionais e responsável pelo programa Menor Aprendiz na Associação Beneficente Curitibana - ABC Vida, instituição da sociedade civil, sem fins lucrativos e de natureza filantrópica.
Participaram cerca de 30 pessoas, representantes de empresas e órgãos da Prefeitura que atuam em favor da empregabilidade das pessoas com deficiência.
Trabalho conjunto
Além de focar os obstáculos que barram a oferta de empregos para esta parcela da sociedade, Gilberto também defendeu que a forma de transpor essas dificuldades é trabalhar em conjunto.
“Existem empresas ofertando vagas para as pessoas com deficiência, então é preciso que exista a atuação da instituição formadora de mão de obra, que vai acompanhar como elas vão desempenhar a função. O importante é que empresa não estará sozinha nesse processo”, frisou Gilberto.
Por falta dessa união, ele citou que existe escassez de oferta de empregos para pessoas deficiências, muito embora a legislação que preconiza o direito, inclusive para menores, já tenha mais de 20 anos.
“Se a gente trabalha por uma sociedade justa para todos, isso passa obrigatoriamente pela inclusão da pessoa com deficiência”, disse.
Ele citou a questão da imprevisibilidade da vida, que pode mudar a realidade de uma pessoa inesperadamente. “Vamos imaginar que um de nós sofra um acidente e tenha um membro amputado, ou sofra um AVC e tenha sequelas. Isso nos tornaria uma pessoa com deficiência, que passaria a integrar esse universo que enfrenta toda a sorte de dificuldades para conseguir um emprego”, exemplificou o palestrante.
Sem limite de idade
Denise Moraes, diretora do Departamento de Direitos da Pessoa com Deficiência, considerou o encontro positivo.
“O importante é que as empresas que participam da câmara de inclusão compreendam que a legislação de aprendiz para pessoa com deficiência não tem limite”, ressalvou.
De acordo com o artigo 402 da Consolidação das Leis do Trabalho, considera-se menor, para efeitos de aprendiz, o trabalhador de 14 até 24 anos. Para pessoas com deficiência, não há limite para idade máxima.
Exemplo bem-sucedido
Na empresa Claro, que atua nos setores de internet, telefonia e TV a cabo, a inclusão já é uma realidade. De acordo com o supervisor de Projetos, Eduardo Lisboa, no setor existem três funcionários que são pessoas com deficiência.
Ele citou que depois do período de adaptação, a equipe se entrosou e não há mais nenhuma barreira.
“Nós temos uma funcionária que é deficiente auditiva e é muito interessante o quanto aprendemos com ela”, comentou Eduardo.
Antes de realizar a inclusão, a empresa providenciou a acessibilidade das instalações, tanto no acesso como adequação de banheiros e do local de trabalho.
“Para os demais funcionários está sendo uma experiência muito positiva. Tendo como colegas de trabalho estamos quebrando barreiras e isso muito bom, afinal eles são pessoas como a gente”, disse.
ABC da Vida
A finalidade da instituição Associação Beneficente Curitibana - ABC Vida é desenvolver projetos de educação, assistência social e saúde. Os principais são: Programa de Aprendizagem, Núcleo de Empregos, Capelania Social em apoio a hospitais, instituições de abrigos, Capelania no Sistema Carcerário e Ônibus Linha da Vida, além das atividades permanentes de contraturno na Vila Zumbi, em Colombo, na região metropolitana.