Uma das primeiras empresas a aderir ao programa Tecnoparque, após a retomada pelo município em 2018, foi a Hi Technologies, que tem aplicado a redução do Imposto Sobre Serviços (ISS) de 5% para 2% no desenvolvimento de novos exames médicos remotos realizados em farmácias parceiras.
“A Hi participa do incentivo do Tecnoparque desde 2018. Esses 3% sobre o faturamento de contrapartida auxiliaram com os gastos de máquinas para o aumento da produção de exames e têm impacto direto na constante contratação de novas pessoas para o desenvolvimento de nossas soluções”, revela Carlos Eduardo Liparotti Chaves, COO (diretor operacional) da healthtech criada em 2010.
Desde março, a Hi Technologies está produzindo testes para diagnosticar o novo coronavírus. O procedimento é feito de forma remota, com a amostra de sangue coletada numa cápsula e introduzida com reagentes num dispositivo portátil. O resultado é transmitido instantaneamente para um laboratório físico, onde os dados são processados com uso de algoritmos antes da emissão de um laudo. O resultado sai em até 15 minutos.
A startup da capital também já oferece exames remotos à distância para aids, diabetes, dengue e gravidez.
Superapp
Fundada há quatro anos na capital, a startup James Delivery ingressou este ano no Tecnoparque e pretende usar o benefício fiscal para ampliar a atuação do superapp de entregas que hoje já trabalha em categorias diversas, de supermercados a pet shops.
“Os recursos do programa serão aplicados em novos serviços e ampliação do time de tecnologia”, revela Ivo Roveda, um dos cofundadores e CFO (diretor financeiro) da empresa.
A agilidade na integração entre as lojas e a entrega tem sido um dos diferenciais do James Delivery, principalmente, neste momento de pandemia, quando o serviço da empresa passou a ser “essencial” para a população. Por isso, os recursos também serão aplicados em soluções que melhorem a operacionalização da startup curitibana, adquirida em 2018 pelo grupo GPA (controlador das redes Pão de Açúcar e Extra).
“Nestes últimos quatro meses, a procura por nossos serviços quadruplicou e, para responder a todos os desafios que temos ainda, devemos dobrar o time de tecnologia”, prevê Roveda.
Rafael Tortato, coordenador de Startups do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Paraná (Sebrae/PR), lembra ainda que, além do benefício fiscal oferecido pelo Tecnoparque, a força do ecossistema de inovação do Vale do Pinhão é fator decisivo para que as empresas invistam em inovação e tecnologia na capital.
“As empresas se beneficiam ainda da infraestrutura da cidade, da qualidade de vida, da cultura de inovação do ecossistema e da mão de obra qualificada que formadas pelas instituições de ensino superior da capital”, sintetiza ele.