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Não sofra calada

Em nove anos, Patrulha Maria da Penha fez quase 50 mil atendimentos a mulheres em Curitiba

Equipe da Patrulha Maria da Penha, na Casa da Mulher Brasileira. Curitiba, 02/03/2023. Foto: Hully Paiva/SMCS

Pioneira no Brasil, a Patrulha Maria da Penha da Guarda Municipal de Curitiba completa nove anos de existência na próxima quarta-feira (8/3), Dia Internacional da Mulher. Desde o início do programa até agora, foram 49.561 atendimentos feitos a mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar na capital pelas equipes especializadas da patrulha.

“Contamos com equipes altamente preparadas que fazem o acolhimento e monitoramento dessas vítimas. De forma humanizada, a Guarda Municipal faz visitas domiciliares e acompanha caso a caso, para que todo o suporte necessário seja ofertado. Contamos ainda com o dispositivo do botão do pânico que é acionado pela vítima em caso de necessidade”, explica o secretário municipal de Defesa Social e Trânsito, Péricles de Matos.

O isolamento social imposto pela pandemia fez com que os atendimentos da Patrulha disparassem nos últimos anos. Em 2019, foram 4.600 atendimentos. Em 2020, 7.145. No auge da pandemia, em 2021, foram 11.989 atendimentos. Em 2022, mesmo com o retorno gradual das atividades, foram 8.678 atendimentos registrados. “Muitas mulheres se viram confinadas em casa com seus agressores” disse Matos.

Atendimentos

A Patrulha Maria da Penha integra as ações da Rede de Atendimento à Mulher em situação de violência, uma parceria entre a Prefeitura de Curitiba e o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, e é um serviço pioneiro entre as guardas municipais do país.

Integrante da equipe desde o primeiro ano de atuação da Patrulha, em 2014, a guarda municipal Gislaine Seneiko Szumski conta que após o início do acompanhamento pela Guarda Municipal muitos casos de violência costumam cessar.

“A partir do momento que a vítima denuncia e que passamos a acompanhar o caso, notamos que há uma redução ou extinção da violência. Existem, ainda, alguns casos crônicos e mais complicados em que necessitamos reforçar esse acompanhamento, chegando até a prisão por descumprimento da medida protetiva”, esclarece Gislaine.  

A guarda municipal diz que o importante é pedir ajuda e não sofrer calada. “Trabalhamos em rede para dar suporte em todos os aspectos para essa mulher vítima de violência. Estamos aqui para mostrar que não está sozinha”, reforça.

A curitibana J.S., de 45 anos, é uma das mulheres atendidas pela Patrulha Maria da Penha. Ela conta que após cinco anos de relacionamento, o parceiro não aceitou o fim da relação e passou a persegui-la. “Ele começou a me perseguir com o carro em todos os lugares, ficava parado em frente da minha casa e no meu local de trabalho. Com o tempo, a perseguição aumentou, eu já não conseguia sair de casa nem para trabalhar”, conta a mulher.

Na medida protetiva expedida pelo Poder Judiciário foi concedido à vítima o dispositivo do botão do pânico, que ela passou a acionar sempre que se sentia ameaçada. “Recebi ameaças e estava com muito medo. Teve um dia que precisei acionar o botão três vezes, pois ele insistia em se aproximar. Nesse dia, a guarda o localizou na rua da minha casa e ele acabou preso em flagrante”, conta ela.

Sem o apoio da Patrulha, a vítima diz que poderia não estar viva para contar sua história. “Quando o localizaram na minha rua, ele estava armado com faca e fogos de artifício. Se não fossem as guardas municipais o pior poderia ter acontecido. Todas as vezes que eu precisei, fui muito bem atendida, elas entendiam o que eu estava passando e me acalmavam”, relata.

Em caso de emergência, a vítima ou pessoas próximas devem ligar para o telefone de emergência 153.