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Curitiba 330 anos

Em Curitiba, prédios militares foram transformados em redutos da cultura

O Solar do Barão, um conjunto de edifícios construídos na rua Carlos Cavalcanti em 1880, pertenceu ao conhecido ervateiro Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul. Foto: Acervo/Arquivo Público

No lugar de pólvora, um teatro. No lugar do quartel, um cinema. Na sua história de 330 anos, em diferentes épocas, Curitiba mostrou estar à frente de seu tempo e, como uma cidade de inovações, transformou locais de uso militar em espaços dedicados à cultura. 

A ideia de transformar espaços está presente desde 1971, quando um antigo paiol de pólvora virou teatro, o Teatro do Paiol, no bairro Prado Velho.

 

O Palacete Wolf, que foi sede da Fundação Cultural de Curitiba e atualmente abriga o Instituto Municipal de Turismo, no São Francisco, já foi quartel general do Exército. O Solar do Barão foi unidade militar antes de se tornar reduto das artes gráficas.

A Praça Rui Barbosa abrigou um imóvel do Ministério da Guerra, que depois deu lugar à Rua da Cidadania da Matriz, com seu auditório destinado a cursos e apresentações culturais.

O Palacete dos Estudantes, que foi tomado pelos militares durante a ditadura, é local de reuniões do Conselho Municipal da Cultura e de cursos promovidos pela Fundação Cultural de Curitiba.

Mais recentemente foi inaugurado o Cine Passeio, no prédio onde funcionou um quartel da 5ª Região Militar.

Seis locais de uso militar que viraram espaços culturais

TEATRO DO PAIOL

Em 1906 foi construído o paiol de pólvora, na região do Prado Velho, que 65 anos mais tarde, em 1971, seria transformado no Teatro do Paiol, o primeiro espaço cultural da Fundação Cultural de Curitiba. Em formato circular, o local que antes abrigava os explosivos em uma região menos povoada, se tornou um teatro de arena com capacidade para 250 pessoas.

PALACETE WOLF

Ao longo de toda sua história, o Palacete Wolf teve muitos usos. Construído no século 19 por José Wolf, inicialmente o casarão serviu para encontros sociais e eventos. Mais tarde foi ocupado por diferentes colégios e pela Loja Maçônica. Em 1886, foi alugado para o Corpo Policial da Província e durante a Revolução Federalista o Palacete foi transformado em Quartel General do 5º Distrito do Exército. Em 1975 passou a ser sede da Fundação Cultural de Curitiba e atualmente abriga o Instituto Municipal de Turismo.

SOLAR DO BARÃO

O conjunto de edifícios construído na Rua Carlos Cavalcanti em 1880 pertenceu ao conhecido ervateiro Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul. O barão e sua família viveram no local até 1894, ano de sua morte. Sua esposa, Maria José Correia, administrou o espaço até 1912, quando o Solar foi incorporado à Fazenda Nacional, que o transformou em um quartel para o Exército. Permaneceu com essa função até 1975. No início da década de 1980, depois de passar por um processo de restauro, o Solar do Barão foi transformado em espaço cultural. Atualmente é sede do Museu da Gravura, do Museu da Fotografia, da Gibiteca de Curitiba e do Centro de Pesquisa Guido Viaro.

AUDITÓRIO DA RUA DA CIDADANIA DA MATRIZ

Em 1865 o Ministério da Guerra adquiriu um imóvel na Praça Rui Barbosa para instalar o Esquadrão da Guarnição Fixa da Província e o 2º Corpo de Cavalaria. Com o passar dos anos outras companhias ali se alojaram e o quartel foi ampliando suas instalações e a área ocupada. Em 1975, por meio de convênio entre o Município de Curitiba e o Ministério do Exército, o complexo de edifícios foi entregue à Prefeitura transformando-se, na década de 1980, num centro comercial. Em 1994, o traçado e a funcionalidade dos edifícios passam por nova remodelação para abrigar a Rua da Cidadania da Matriz.

PALÁCIO DOS ESTUDANTES

O casarão conhecido como Palácio dos Estudantes foi construído em 1918 pelo advogado Benjamin Baptista Lins de Albuquerque. Alguns anos após sua morte, o imóvel foi adquirido pelo estado e em 1959 foi cedido à União Paranaense dos Estudantes. Durante a ditadura militar, a entidade foi cassada e em 1968 o prédio foi tomado pelos militares. Enquanto esteve ocupado, um painel de Fernando Calderari de 1962, com elementos da resistência camponesa e luta pelo direito à terra, foi coberto com tinta pelo regime, sendo recuperado nos anos 2000. Desde 2013, o espaço é compartilhado com a União dos Estudantes e pela FCC, que ali realiza reuniões do Conselho Municipal da Cultura e promove cursos de arte.

CINE PASSEIO

Após a Revolução Federalista, no fim do século 19, o prédio que abrigava a Impressora Paranaense, fundada pelo Barão do Serro Azul, foi ocupado pelo Exército, dando lugar ao quartel da 5ª Região Militar. Em 1930, o espaço passou por uma reforma e ampliação para melhor suprir as necessidades do quartel. Em 2019, foi inaugurado no local o Cine Passeio, uma homenagem aos antigos cinemas de rua de Curitiba.

 

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