Fundada em 8 de maio de 1965, a Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) completa 50 anos nesta sexta-feira (08). O órgão de política habitacional da Prefeitura atendeu ao longo deste período 157 mil famílias, o que representa atendimento habitacional para mais de 600 mil pessoas – população superior à cidade de Londrina, a segunda maior do estado.
Na atual gestão da Prefeitura, a Cohab tem buscado inovação nos métodos contrutivos - procurando soluções mais sustentáveis de moradia - e também resolvido problemas históricos de regularização fundiária.
Desde a fundação da companhia, foram entregues a famílias de menor renda 34.141 casas e sobrados, 33.670 apartamentos e 68.664 lotes, além de efetivada a regularização fundiária em 21.289 terrenos espalhados pela cidade. Os mais de 700 conjuntos construídos estão presentes em 40 dos 75 bairros da capital.
“É difícil imaginar Curitiba sem a atuação da Cohab. Quase um terço dos domicílios da cidade levam a marca da companhia. Há empreendimentos de habitação popular em todas as regionais. São projetos planejados para evitar que a expansão urbana ocorra de forma desordenada. Curitiba está a frente de outras metrópoles no que diz respeito à organização e muito disto se deve ao trabalho da Cohab”, afirma o presidente da companhia, Ubiraci Rodrigues.
Quando a Cohab foi criada, Curitiba tinha pouco mais de 400 mil habitantes, mas já enfrentava problemas relacionados à habitação. Comunidades carentes se aglomeravam em ocupações irregulares e o primeiro desafio da companhia era erradicar as favelas da capital. Com este objetivo surgiu o primeiro projeto: a Vila Nossa Senhora da Luz.
Inaugurado em 1966 na Cidade Industrial, o conjunto de 2,1 mil casas abrigou mais de 11 mil pessoas. Cinco décadas depois, algumas casas ainda mantêm detalhes da sua concepção original, como o sótão em madeira. Outras foram completamente alteradas, configurando o processo natural de evolução, que transforma em bairros os núcleos planejados de habitação popular.
Durante a década de 70, a criação da Cidade Industrial de Curitiba gerou uma grande demanda por moradia para os operários das novas indústrias instaladas no local. A atuação da Cohab foi fundamental no processo de ocupação do que viria a se tornar o bairro mais populoso da cidade, com 172 mil habitantes. Nestes 50 anos, somente no CIC foram implantadas mais de 36 mil unidades habitacionais.
Nos anos 80 e 90 foi a vez do Sítio Cercado ter seu crescimento impulsionado pela ação do programa habitacional do Município. O projeto Bairro Novo ocupou de forma organizada o que era um grande vazio urbano na região sul da cidade. Hoje o Sítio Cercado tem a segunda maior população entre os bairros de Curitiba, com 115 mil moradores, a maioria atendidos em uma das 25 mil unidades entregues pela Cohab.
O mesmo processo de ocupação ocorreu em seguida no Tatuquara, onde a Cohab implantou mais de 13 mil moradias. Atualmente a expansão urbana de Curitiba acontece em especial no bairro Ganchinho. Em 2013, foram inauguradas no local 2.796 moradias em 11 conjuntos residenciais.
Regularização Fundiária
Foi nos anos oitenta que a Cohab realizou a primeira experiência com urbanização de área irregular consolidada. Em 1985 foram regularizados 50 lotes da vila Sibisa, no Fazendinha, possibilitando para as famílias o acesso às escrituras dos terrenos. Até hoje, o trabalho de regularização fundiária beneficiou 22 mil famílias, que deixaram de ser posseiros e se tornaram proprietários oficiais de um pedaço de terra.
O exemplo mais recente foi a solução de uma reivindicação histórica. Os moradores das vilas Campo Cerrado e 23 de Agosto, situadas entre os bairros Ganchinho e Sítio Cercado, esperavam há 25 anos pela regularização, que foi conquistada agora em 2015, para felicidade do líder comunitário Francisco Ramos. “Depois de tantos anos de espera, teve gente da comunidade que já tinha até desistido. Agradecemos à Cohab e à Prefeitura pela aprovação de nossa vila”, disse.
Reassentamentos
Em 2007 a Cohab e o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) traçaram um diagnóstico sobre a situação das ocupações irregulares em Curitiba. A Companhia iniciou naquele ano uma grande intervenção em 43 vilas, com benefícios para 13 mil famílias. Grandes bolsões de pobreza foram atendidos com obras de urbanização e reassentamento de moradores. Bolsão Audi-União, vila Terra Santa, bolsão Formosa e vila Parolin tiveram os cenários transformados pelas obras da Cohab.
Além de retirar as pessoas de condições precárias, a maior parte em beira de rios, os projetos levam em conta a questão ambiental. Após a transferência das famílias para novas moradias, as margens degradadas pela ocupação indevida passam por obras de recuperação ambiental, com plantio de grama e implantação de canchas esportivas e equipamentos de lazer.
A Praça Bela Vista do Passaúna, no bairro São Miguel, é a segunda maior da cidade, com 31 mil metros quadrados, atrás somente da Nossa Senhora Salete, no Centro Cívico. Ela foi construída em área de recuperação ambiental, onde viviam de forma insalubre 349 famílias. Os moradores foram transferidos para o conjunto Alto do Bela Vista, onde passaram a contar com segurança e infraestrutura.
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