A rede municipal de ensino curitibana conta com um centro especializado para atender crianças e estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). É o Centro de Ensino Estruturado para o Transtorno do Espectro Autista (CEETEA), primeiro do Brasil nesse modelo.
Desde sua inauguração, em setembro de 2019, já foram atendidos 1.027 crianças e estudantes no local, que atualmente conta com 214 matriculados.
O centro trabalha com metodologia própria, tem seis salas para atendimento individual, além de uma sala para a Escola de Pais e outra para formações profissionais.
A secretária municipal da Educação, Maria Sílvia Bacila, destaca que o trabalho do centro passou a ser referência para cidades e estados de todo Brasil.
Já vieram conhecer o CEETEA comitivas com representantes de Santa Catarina, Bahia, Pará, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e diversas cidades paranaenses, como Cascavel e Palotina.
“As famílias também contam com um trabalho personalizado de orientação em relação ao manejo comportamental com seus filhos em casa e também em autocuidados, afinal eles são os responsáveis pelo estudante”, destaca Maria Sílvia.
A capital do Paraná possui atualmente 3.016 estudantes com autismo matriculados na rede pública municipal. Desse total, são 1.332 na Educação Infantil, 1.401 no Ensino Fundamental, 128 na Classe Especial e 155 nas escolas especiais.
O atendimento especializado é amplo na rede de ensino de Curitiba. A diretora do Departamento de Inclusão e Atendimento Educacional Especializado (DIAEE) da Secretaria Municipal da Educação, Gislaine Coimbra Budel, explica que são 15 modalidades de atendimento oferecidas a estudantes em processo de inclusão, o que inclui crianças com TEA, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/superdotação, síndrome de Down, comprometimento motor, entre outros.
Roda de conversa
Para marcar o Dia Mundial de Conscientização do Autismo (2/4), a Secretaria Municipal da Educação promoveu nesta sexta-feira (31/3) uma roda de conversa sobre o atendimento especializado a esse público.
Conduzido pela secretária Maria Sílvia, o debate reuniu especialistas, professores e mães de estudantes com TEA. “A metodologia própria desenvolvida no CEETEA empodera o pedagogo, além disso, as crianças recebem alimentação no centro, é um amplo trabalho com diversos investimentos da rede em busca de um atendimento qualificado que já virou referência nacional”, frisa Maria Sílvia.
A doutora em Educação Barbara Raquel do Prado Gimenez Corrêa, convidada para o evento, pontuou a importância do olhar individual para cada criança. “Estabelecemos linhas e percursos de aprendizado com base no mundo deles”, comenta.
Marina Herrhof Rossi, mãe do Matthew, estudante da Escola Municipal Caramuru (regional Matriz), contou que percebeu uma grande evolução no filho desde que ele começou os atendimentos no CEETEA, em julho do ano passado.
“Ele é outra criança. Agora no primeiro ano do Ensino Fundamental ele já lê e escreve. Quantas vezes sentei e chorei e o acolhimento aqui foi incrível, cada olhar, cada abraço fez muita diferença”, relata Marina.
O atendimento especializado na rede municipal curitibana beneficia mais de sete mil crianças e estudantes.