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Vale do Pinhão

Educação 4.0 é tema de evento que mostra sucesso da inovação em Curitiba

Não tem mais volta, a educação 4.0 chegou a Curitiba! O termo está ligado à revolução tecnológica que inclui linguagem computacional, inteligência artificial e o aprender por meio da experimentação, projetos, vivências e mão na massa. Curitiba, 19/07/2018 Foto:Divulgação

Não tem mais volta, a educação 4.0 chegou a Curitiba! O termo está ligado à revolução tecnológica que inclui linguagem computacional, inteligência artificial e o aprender por meio da experimentação, projetos, vivências e mão na massa.

Exemplos de sucesso de inovação no ensino na capital foram apresentados, nesta quinta-feira (19/7), no seminário Educação 4.0, que reuniu educadores, especialistas e empreendedores da capital, que foram buscar novos conhecimentos para aliar tecnologia e métodos pedagógicos inéditos. 

Na área da educação pública, Curitiba mostra que é referência nacional com os Faróis do Saber e Inovação, uma evolução dos Faróis do Saber, criados pelo prefeito Rafael Greca em sua primeira gestão.

A secretária municipal da Educação, Maria Sílvia Bacila, explicou que os  novos espaços são baseados no conceito da educação maker (mão na massa), na qual os alunos – de forma lúdica e colaborativa – aprendem linguagem de programação e contam com uma estrutura para criação de protótipos, com impressoras 3D.

Maria Silvia salientou que os Faróis do Saber e Inovação buscam complementar a educação tradicional, pautada em transmissão de conhecimento nas escolas convencionais.

“Ainda não existe um modelo pronto para aplicar e todos podemos (e devemos) contribuir, quebrando velhos paradigmas. Mas temos certeza que a cultura maker – do faça você mesmo – é um dos caminhos”, afirmou a secretária.  Até o final deste ano serão entregues dez faróis no novo modelo para a comunidade. Por enquanto, cinco já foram inaugurados.

Realidade aumentada
A experiência de migração da startup curitibana Beenoculus para a educação 4.0 foi relatada por um de seus fundadores, José Evangelista Terrabuio Júnior. Criada em 2015, a empresa ficou famosa nacionalmente por seus óculos de realidade virtual bem mais acessíveis que os tradicionais.

Há dois anos, no entanto, a Beenoculus voltou-se para o uso da realidade virtual nas salas de aula. “Nosso objetivo é trabalhar com educação imersiva em primeira pessoa. Queremos mostrar que a realidade virtual pode ajudar as pessoas no mundo real. Ao viver uma experiência por meio dos óculos, ela vai memorizar isso e poderá usar em outro momento”, disse Júnior.

Na prática, a Beenoculus desenvolveu um acessório para smartphone que permite ao estudante aprender conteúdos por meio da realidade estendida (XR, na sigla em inglês), que oferece outros tipos de interação além da visão, audição ou tato, permitindo maiores sensações através de simuladores.  

A startup curitibana também acaba de abrir a rede de escolas de inglês Beetools, que usa a tecnologia para promover um ensino mais interativo e personalizado de idiomas.

Plataforma on-line
O uso de tecnologia como aliada da educação também é um dos focos do SAE digital, uma plataforma de ensino que une a aprendizagem tradicional, através dos livros didáticos, com o ambiente digital.

De acordo com Pedro Prado, gerente de Gente e Gestão do sistema de ensino SAE Digital, fora da sala de aula o aluno conta com uma plataforma on-line em que o livro didático é disponibilizado na íntegra, adaptado para celular, tablet e computador, juntamente com um sistema que acompanha seu desempenho e é compartilhado com os pais.

“Para o professor, a plataforma permite o controle individual de cada aluno, facilitando na hora de tirar dúvidas e atender demandas pessoais de cada um”, completou ele. A ferramenta é usada desde a educação infantil até o curso pré-vestibular.

Silvana Weber, professora e responsável pelo Programa de Empreendedorismo e Inovação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), também participou do Seminário Educação 4.0 e avaliou que, com a “Quarta Revolução Industrial”, as tecnologias à disposição tendem a mudar a forma de aprendizagem.

“Colaborar, criar, pesquisar, compartilhar são conceitos e iniciativas que deverão fazer parte cada vez mais do processo de ensino e aprendizagem, pois assim exige o mundo neste século 21, onde tudo muda rapidamente”, previu ela.

Vale do Pinhão
Ao fim do evento, a presidente da Agência Curitiba, Cris Alessi, agradeceu a participação dos palestrantes e do público e lembrou que o evento gratuito foi uma iniciativa do Vale do Pinhão, o movimento da Prefeitura e do ecossistema de inovação para transformar Curitiba na cidade mais inteligente do país.

“Este seminário teve como objetivo ajudar a transformar as salas de aulas em espaços de desenvolvimento de competências, onde a pesquisa e a troca de ideias e experiências colaborativas serão as bases do conhecimento, deixando de lado a simples replicação de conteúdo”, afirmou Alessi, que comanda o órgão ligado à Prefeitura e responsável pelo fomento do Vale do Pinhão. O evento ocorreu no Engenho da Inovação.