As primeiras quadras que vão formar o Bairro Novo do Caximba, no extremo sul da cidade, começaram a ganhar forma com o estaqueamento e fundação de parte das unidades habitacionais previstas no projeto de Gestão de Risco Climático Bairro Novo do Caximba (PGRC). O andamento das obras foi vistoriado na manhã desta segunda-feira (30/1) pelo prefeito em exercício Eduardo Pimentel, que antes de conferir o canteiro de obras participou de um encontro com moradores da região no Escritório Local do Caximba (ELO), ponto permanente da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) à disposição da comunidade beneficiada pelo projeto.
O Bairro Novo do Caximba começou a sair do papel em outubro de 2022 com a construção das primeiras 752 unidades habitacionais previstas no projeto. Trata-se do maior projeto socioambiental da história recente de Curitiba para promover o reassentamento de 1.147 famílias que hoje vivem em situação de vulnerabilidade social e sanitária, na Vila 29 de Outubro, ocupação irregular em área de Preservação Ambiental das bacias dos rios Barigui e Iguaçu.
“Trata-se da maior revolução ambiental, habitacional e social da história recente da cidade e também grande geradora de empregos. Cerca de 1.500 famílias serão realocadas da beira do rio ou terão a terra regularizada com dignidade, com infraestrutura do município e com muito cuidado para que possam cuidar de suas famílias”, disse Eduardo Pimentel.
Terraplanagem
A execução dos serviços começou em outubro, com a organização do canteiro de obras e o isolamento da área para segurança dos moradores e dos operários. Em seguida começaram os processos de estaqueamento e fundação das quadras cinco, seis e nove e os serviços de terraplanagem.
O trabalho é coordenado pela Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smop), com apoio da Unidade Técnico Administrativa de Gerenciamento (Utag) na área ambiental e de obras e da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), na área social.
Aos moradores Pimentel destacou o caráter revolucionário do projeto que busca interromper o processo de degradação ambiental da área que começou a ser ocupada de forma irregular há 12 anos e promover a transformação urbana e humana da comunidade local.
“É a Prefeitura de Curitiba que é inteligente e inovadora e, orientada pelo prefeito Rafael Greca, investe nesse grande bairro, que será referência no mundo em projeto social, habitacional e ambiental. Faremos, na beira do Rio Barigui, um parque linear para o lazer das famílias e contraturno escolar”, explicou.
Acompanharam a vistoria o secretário municipal de Obras Públicas, Rodrigo Araújo Rodrigues; o presidente da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), José Lupion Neto; o administrador regional do Tatuquara, Marcelo Ferraz; o coordenador de Projetos do Ippuc, Mauro Magnabosco; a diretora técnica da Cohab, Melissa de Athayde Cunha Kesikowki; a diretora de Relações Comunitárias da Cohab, Meiri Morezzi; e o vereador Mauro Bobato. Também estiveram presentes os engenheiros da Smop, Rodrigo Almeida, Marcelo Mochenski, Fúlvio Covacci e Cesar Guerra.
Reassentamento de famílias
O projeto prevê o reassentamento de 1.147 famílias que hoje vivem em situação de vulnerabilidade sanitária e ambiental, ocupando irregularmente a área de preservação permanente nas margens dos rios Barigui e Iguaçu, sem infraestrutura de saneamento básico e com serviços públicos precários.
A mudança das famílias para as novas unidades habitacionais que estão sendo construídas a menos de 700 metros do local de origem vai permitir a recuperação ambiental da mata ciliar e dar lugar a um parque linear para absorção das cheias do rio sem destruir a vida e a saúde de nenhum morador.
“O local vai deixar de ser uma ocupação irregular para se tornar uma referência nacional de resiliência urbana", diz o secretário Rodrigo Araújo Rodrigues.
O combate aos efeitos climáticos e o resgate da dignidade dos moradores da Vila 29 de Outubro terão ainda outros mecanismos, como soluções construtivas inovadoras e sustentáveis nas novas residências, pavimentação permeável para permitir a drenagem do solo e diferentes programas sociais de estímulo à geração de renda, capacitação e economia circular.
José Lupion Neto, presidente da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), destacou a importancia das ações sociais que são executadas pelo projeto a partir do Escritório Local, fonte permanente de informações dentro do bairro, com profissionais técnicos preparados para esclarecer todos os detalhes do projeto.
"Em 2022 fizemos mais de 7 mil atendimentos no Escritório Local, entre dúvidas sobre o projeto, atendimentos sociais e encaminhamentos para cursos profissionalizantes e vagas de emprego para trabalhar na própria obra", disse Lupion.
Moradora da região, Rosenil do Rocil dos Santos Fragoso, uma das voluntárias na Cozinha Comunitária Dona Ni – que serve refeições à comunidade carente a partir de uma parceria entre empresas e a comunidade da região -, acompanha passo a passo a evolução das obras. Ela será uma das contempladas com nova moradia a partir do projeto. “Esse trabalho aqui, essas obras, todo esse movimento é o que vai dar dignidade e assegurar o futuro das nossas crianças. É uma alegria, é nossa esperança”, conta Rosenil.
Desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) a pedido do prefeito Rafael Greca, no início da gestão de 2017-2020, o Bairro Novo do Caximba tem investimentos da Agência Francesa de Desenvolvimento no valor de €$ 38,1 milhões, mais contrapartidas do município.