Curitiba aderiu à ação nacional do Ministério da Saúde e promoveu neste sábado (2/3), a grande mobilização em toda a cidade para alertar a população sobre os riscos da dengue. O Dia D de Combate à Dengue foi lançado pelo vice-prefeito e secretário estadual das Cidades, Eduardo Pimentel, na Regional Cajuru, onde equipes do município, agentes comunitários e soldados do Exército percorreram as ruas para conversar com os moradores e vistoriar quintais.
Ao lado da secretaria da Saúde de Curitiba, Beatriz Battistella, o vice-prefeito caminhou por ruas do bairro Cajuru para pedir à população que destine dez minutos por dia, semanalmente, para vistoriar sua casa e, com isto, eliminar possíveis criadouros do mosquito.
“A dengue se tornou um problema de saúde pública no país. Curitiba está preparada para enfrentar essa guerra, mas precisa do apoio de toda a população. Se cada uma fizer a sua parte, com certeza, vamos conseguir vencer o mosquito”, disse Eduardo Pimentel.
O trabalho na Regional Cajuru começou na sede da Administração Regional, com uma reunião de instrução de equipes formadas por agentes de endemias, técnicos da Secretaria Municipal da Saúde, servidores da Fundação de Ação Social (FAS), da Defesa Civil da Regional e soldados do Exército Brasileiro. Durante toda a manhã, elas percorreram 14 quarteirões da regional, batendo de porta em porta, para orientar os moradores.
Cerca de 750 profissionais foram envolvidos na campanha, entre profissionais da saúde, meio ambiente, defesa civil, exército, FAS entre outros). Pelos bairros, foram vistoriados 440 quarteirões.
Áreas de risco
Além da mobilização de toda a sociedade para o Dia D, equipes da Prefeitura trabalharam neste sábado com ações de bloqueio ambiental em cinco locais de maior risco no momento na cidade, localizados nas regionais do Tatuquara, CIC, Boa Vista, Bairro Novo, além do Cajuru.
“Curitiba já desenvolve um trabalho intenso de combate à dengue, mas precisamos que, neste momento, todos compreendam a importância de se envolver e de cuidar da cidade para evitar que o mosquito tome conta do nosso espaço”, explicou a secretária da Saúde.
Beatriz Battisttela orientou os moradores a vistoriar suas casas para evitar o acúmulo de água em vários pontos, como vasos de plantas, calhas e até recipientes de água de animais de estimação.
Inspeção
Entre as casas visitadas pelas equipes esteve a da professora Taís Bento Shiguemoto. Com vários vasos de plantas no quintal, Taís foi considerada um exemplo de cuidado. “Tento deixar minha casa organizada, sem água parada. Isso é importante porque a dengue está aí e se cada um fizer a sua parte vamos aos poucos diminuir a quantidade do mosquito e de pessoas infectadas”, disse.
Taís abriu as portas da residência para as equipes por considerar o trabalho técnico importante. “Às vezes podemos não perceber que algum cantinho pode se tornar um foco do mosquito.”
O vendedor Juarez Antônio Ferreira também recebeu a visita das equipes em casa e aproveitou para tirar dúvidas. “Venho acompanhando o problema da dengue pela TV, em Curitiba e em todo o país. Aqui em casa temos muitas plantas, mas estamos sempre cuidando para evitar água parada”, contou.
Número de casos
Curitiba, embora não viva uma situação de epidemia da dengue como o interior do Paraná e outras regiões do Brasil, tem registrado aumento de casos da doença.
O mais recente informe da dengue, divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) na quarta-feira (28/2), mostra que a capital paranaense registrou 77 novos casos da dengue na semana de 16 a 22 de fevereiro. Com os novos casos, Curitiba soma, de 1º de janeiro a 22 de fevereiro deste ano, 426 casos confirmados da doença – sendo 354 importados (contaminação aconteceu fora do município) e 72 autóctones (transmissão local).
Em 2023, considerando o ano inteiro, foram registrados 687 casos da doença – sendo 652 importados e 35 autóctones.
Com o fluxo constante de pessoas que chegam de locais mais afetados pela doença, o vírus acaba circulando com maior intensidade na capital paranaense, favorecendo a transmissão local – o mosquito ao encontrar a pessoa doente em Curitiba adquire o vírus e inicia uma cadeia de transmissão local, contaminando outras pessoas.
Presenças
A mobilização na Regional Cajuru contou ainda com a presença da deputada estadual Márcia Huçulak, dos vereadores Sabino Picolo e João da 5 Irmãos, do secretário municipal do Esporte, Lazer e Juventude, Carlos Eduardo Pijak Junior, do administrador regional Cajuru, Narciso Doro Junior, da supervisora do Núcleo da Saúde na Regional Cajuru, Juliana Hencke, e do presidente da Fundação Estadual de Atenção à Saúde (Feas), Sezifredo Paulo Alves Paz.