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Saúde

Diagnóstico precoce de transtornos mentais garante qualidade do tratamento

Workshop em Saúde Mental da Infância e da Adolescência, promovido pela Secretaria Municipal da Saúde e pela Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil, Regional Paraná (Abenepi-PR). Foto: Valdecir Galor/SMCS

Transtornos mentais mais comuns, casos mais graves, diagnósticos e formas de tratamentos adequados dentro do sistema de saúde são assuntos que estão em pauta durante o Workshop em Saúde Mental da Infância e da Adolescência, promovido pela Secretaria Municipal da Saúde e pela Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil, Regional Paraná (Abenepi-PR). O evento começou nesta quinta-feira (10), no Salão de Atos do Parque Barigui, em Curitiba, e prossegue até a tarde de sexta-feira (11). Cerca de 400 profissionais estão participando do encontro, que faz parte das ações em comemoração ao Dia Mundial de Saúde Mental.

A presidente da Abenepi-PR, Andréa Caroline Stachon, médica psiquiatra e integrante da coordenação do Departamento de Saúde Mental da Secretaria, ressaltou a importância do diagnóstico precoce dos transtornos mentais, principalmente os casos mais raros como o autismo, o transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e a esquizofrenia. “Os pais e os profissionais das áreas de saúde e de educação precisam estar atentos aos sinais de alerta, porque quanto mais cedo ocorrer a identificação do problema e o início do tratamento, melhor será o resultado e inclusive a qualidade de vida do paciente e até mesmo da sua família”, explicou.

De acordo com estudos científicos, em cada grupo de cinco crianças e adolescentes, um deles vai desenvolver algum tipo de transtorno mental, agudo ou crônico, durante essas fases da vida – o que equivale a uma prevalência de 20% nessas faixas etárias.

Andréa disse que os casos mais comuns de transtornos mentais – e que representam a maioria das situações que acometem crianças e adolescentes – estão os de transtornos de ansiedade, de humor e de aprendizagem. “Os casos de hiperatividade entre crianças devem ser diagnosticados com muita cautela. É necessário identificar quando a hiperatividade deixa de ser uma característica da personalidade para ser diagnosticado como um transtorno mental”, salienta.

O secretário municipal de Saúde, Adriano Massuda, falou da reestruturação do Departamento de Saúde Mental da Secretaria, que tem como foco ampliar a oferta e a diversificação dos serviços oferecidos pela rede pública de Curitiba. “No Dia Mundial da Saúde Mental, podemos comemorar avanços significativos que tivemos em dez meses de trabalho”, ressaltou o secretário, elencando serviços como as equipes de Consultório na Rua, para atender a população em situação de risco e vulnerabilidade social; a oferta de Centros de Atenção Psicossocial (Caps) funcionando em período integral e o trabalho dos psiquiatras, que passaram a dar suporte aos médicos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) 24 Horas e no Samu.

Para o diretor do Departamento de Saúde Mental, Marcelo Kimati, em todo o Brasil os serviços de saúde mental têm registrado um aumento na demanda principalmente para atendimento a pacientes usuários de álcool e drogas e a pessoas com deficiência intelectual. “É necessário investir na capacitação e qualificação da rede para realizar o diagnóstico e o tratamento adequado desses públicos”, comentou.

Os Departamentos de Saúde Mental e de Redes de Assistência à Saúde da Secretaria estão desenvolvendo projetos de como atender os portadores de deficiência intelectual e autismo. “Precisamos avançar na oferta de serviços de saúde para contemplar todas as necessidades dessas pessoas. Hoje, a quantidade de equipes de saúde é insuficiente e ainda há pouca integração com a rede de educação. O diagnóstico tem de ser feito por equipes multidisciplinares e é necessário um tempo para a confirmação disso”, salientou o diretor do Departamento de Redes de Assistência, César Monte Serrat Titton.