Nesta sexta-feira, dia 25 de maio, comemora-se o Dia da África, uma data que convida a uma imersão na história do continente africano, mas também a uma reflexão sobre a realidade do povo afrodescendente no Brasil. A contribuição dos povos de origem africana para o Brasil pode ser percebida em todos aspectos sociais – em Curitiba não é diferente. Hoje existe uma grande produção de livros, estudos acadêmicos e obras literárias sobre o assunto.

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Dia da África será celebrado com música, cultura e gastronomia

O assessor da Prefeitura de Curitiba para Promoção da Igualdade Racial, Adegmar Silva Candiero, ressalta que existe muito material disponível para quem deseja se aprofundar no assunto. “Em todo o mundo onde a diáspora africana se fez presente, uma vasta quantidade de material tem sido produzida, mostrando a África desde antes da chegada dos colonizadores”, explica.

Segundo Candiero, os novos materiais produzidos retratam a história da população negra em âmbito nacional, mas também em Curitiba e no Paraná, revelando aspectos da contribuição do negro até então ocultados. “Os pensadores que sempre registraram a presença negra sob a ótica da escravidão, hoje podem observar a contribuição afrodescendente em todas as áreas”, afirma.

Em razão do Dia da África separamos dez indicações de livros, disponibilizados em formato impresso e digital, para quem deseja um pouco mais de informação sobre a África e sobre as relações que se estabelecem no Brasil e no Paraná com seus descendentes.

Alguns destes livros estarão à venda na Feira do Dia Internacional da África (saiba mais), que acontece este final de semana, dias 26 e 27, das 9h às 18h30, no Memorial de Curitiba.

Coleção História Geral da África

A coleção História Geral da África é um grande marco no processo de reconhecimento do patrimônio cultural da África, pois ela permite compreender o desenvolvimento histórico dos povos africanos e sua relação com outras civilizações a partir de uma visão panorâmica e objetiva, obtida de dentro do continente.

A coleção foi produzida por mais de 350 especialistas das mais variadas áreas do conhecimento, sob a direção de um Comitê Científico Internacional formado por 39 intelectuais, dos quais dois terços eram africanos.

A enxada e a lança: a África antes dos Portugueses

Apoiado em vasto material arqueológico, antropológico e histórico pouco conhecido no Brasil, A enxada e a lança, de Carlos Alberto Costa e Silva, descreve povos e etnias, técnicas agrícolas e de navegação, expressões religiosas e artísticas, reinos extintos, cidades desaparecidas, costumes e crenças, línguas e dialetos, tratando sempre da África negra.

A história do negro brasileiro

Um livro que serve como introdução para os estudos sobre os africanos no nosso país, da escravidão no Brasil até a sua “emancipação”. O piauiense Clóvis Moura foi historiador, sociólogo, jornalista e professor e dedicou seus estudos ao negro no Brasil. Ele foi também autor dos livros Dicionário da escravidão negra no Brasil; O negro, de bom escravo a mau cidadão?; Quilombos; entre outros.

Simone de Beauvoir e Judith Butler: aproximações e distanciamentos e os critérios da ação política   

Uma dissertação de Djamila Ribeiro, Mestre em filosofia política e uma das principais referências no movimento feminista negro atual. A reflexão feminista sobre os problemas enfrentados pelas mulheres vem ganhando cada vez mais legitimidade e espaço. As proposições do feminismo negro e do pensamento feminista negro têm forçado a teoria feminista a aprofundar suas análises sobre a discussão racial e sobre outras diferenças em relação à sua produção teórica e prática.

Superando o Racismo na Escola

Superando o Racismo na Escola é uma obra para refletir e propor mudanças contra uma das mais perversas formas de violência perpetradas cotidianamente na sociedade brasileira. Organizada por Kabengele Munanga, os trabalhos de onze professores e especialistas em educação sugerem atitudes práticas de desconstrução e reversão da ideologia e dos estereótipos racistas no cotidiano escolar.

Racismo e Sociedade

Durante décadas, Carlos Moore vem atuando na defesa e promoção dos povos afrodescendentes em todo o mundo e desenvolvendo pesquisas e estudos aprofundados sobre o tema das relações étnico-raciais. Neste livro, ele faz um apanhado histórico e uma análise apurada das questões contemporâneas que dizem respeito ao racismo. Seu estudo situa essas relações no contexto da história mundial e no desenvolvimento da espécie humana.

Paraná Insurgente

O livro, organizado pela professora de História da UFPR Joseli Maria Nunes Mendonça e pelo professor Jhonatan Uewerton Souza (IFPR), reúne artigos científicos de 22 historiadores, geógrafos e juristas que se dedicam a estudar movimentos sociais paranaenses. A primeira parte “Escravos e população negra: lutas nos tempos da escravidão e do pós-abolição” congrega quatro capítulos, todos dedicados à história da população negra no Paraná, antes e depois da abolição.

Relatório do GT Clóvis Moura 2005 - 2010

Este levantamento básico das Comunidades Remanescentes de Quilombos e “Terras de Preto” no Paraná desconstrói o mito de que o Paraná é um estado colonizado unicamente por europeus, ao revelar a existência das cerca de 90 comunidades remanescentes de quilombos e comunidades tradicionais negras, em 17 municípios do Paraná.

Africanidades Paranaenses

Africanidades Paranaenses faz parte da Coleção “África está em Nós: História e Cultura Afro-Brasileira”, produzido pela Editora Grafset. Coordenado pela Profa. Dra. Marcilene Garcia de Souza, o livro conta a história do Estado a partir dos negros considerando a cultura paranaense como sendo de origem africana também. Se configura como uma experiência construída, sobretudo por mulheres negras pesquisadoras sobre relações raciais e que também são educadoras no Paraná.

Oralidades Afroparanaenses: fragmentos da presença negra na história do Paraná

O livro Oralidades Afroparanaenses: fragmentos da presença negra na história do Paraná, da Editora Humaita, narra em linguagem poética e acessível diversos fragmentos da presença negra de Curitiba, Paranaguá, Castro, Quatro Barras, Palmas, Turvo e Lapa, a partir de seus valores e modos de viver. Estão reunidas histórias colhidas nas entrelinhas da historiografia oficial e nas oralidades de nossos mestres e mestras. Ao final, uma homenagem especial à mãe África.