Após interromper temporariamente as atividades por conta da pandemia de covid-19, a Guarda Municipal Mirim (GMM) retorna gradualmente na capital. O programa, realizado de forma voluntária por membros da Guarda Municipal, trabalha valores como a cidadania e o respeito com o próximo com estudantes do ensino fundamental público.
As atividades estão voltando na Escola Municipal Rio Negro localizada no Sítio Cercado, após passar por um período de readequação por conta das medidas de distanciamento social impostas pela pandemia.
“Vamos retornar com todos os cuidados e protocolos, fazendo adaptações como ministrar instruções com dois grupos em salas diferentes, explica a diretora do colégio e comandante do 10º batalhão da Guarda Mirim, Elisângela Cristina Dolato, que foi uma das responsáveis pelo retorno do programa.
De acordo com ela, a volta da GMM conta com a aprovação dos pais, o que contribui para esse retorno com toda a segurança sanitária possível. No primeiro encontro, os novos integrantes da Guarda Mirim participaram de uma cerimônia na qual foi cantado o hino nacional.
Depois, os alunos foram para a sala de aula, onde a diretora e os guardas participantes explicaram as características do programa, além de reforçar os cuidados de prevenção à covid-19, que fazem parte das novas atribuições dos integrantes. “Na sequência, a gente fala com eles sobre o regulamento e começam as demais instruções”, antecipa o guarda Renato Freire Figueiredo, atual coordenador do projeto.
Projeto-piloto
Esta retomada gradual acontece somente na escola Rio Negro como um projeto-piloto. No caso da iniciativa ser bem-sucedida, ela será multiplicada em outras escolas. Atividades lúdicas que estejam de acordo com os protocolos sanitários vigentes também retornarão. Outras atividades tradicionais do programa, como o acantonamento, continuarão com restrições.
Alcance do programa
O projeto da Guarda Municipal Mirim existe há mais de 15 anos na cidade, tendo iniciado as atividades em outubro de 2004. Idealizado pelo guarda municipal Marcelo Boza Filho, o programa acumula a participação de mais de 50 mil crianças e adolescentes, e se tornou um programa oficial da cidade no ano de 2013 (decreto municipal nº 547/2013).
Antes da pandemia, a GMM chegou a englobar 1.650 estudantes em 26 escolas da cidade, orientados por 16 guardas voluntários, responsáveis pela aplicação de ensinamentos que fazem a diferença na vida dos jovens.
“A gente tenta trazer para a criança uma melhora da autoestima, do convívio social na comunidade que ela atua e vários conhecimentos importantes, como primeiros-socorros”, explica o guarda Freire.
Relatos repassados aos guardas pelos jovens e por ex-membros do programa ajudam a demonstrar o impacto positivo que as atividades da guarda-mirim têm em suas vidas. Como explica a guarda Michele Fernanda, que também participou da reinauguração, “a criança sofre uma transformação muito grande, na questão do respeito, da hierarquia, do trabalho em equipe. Tem muitas coisas ali que a criança leva pra vida toda”.