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Qualificação profissional

Cursos dos Liceus de Ofícios e Inovação de Curitiba incentivam empreendedorismo feminino

Curso de confeitaria e doces para mulheres empreendedoras no Liceu do Oficio. Na imagem, Barbara Nascimento - instrutora do Senac. Curitiba, 21/02/2025 Foto: Levy Ferreira/SECOM

A diarista Lislaine Dal Negro já participou de vários cursos gratuitos na área de gastronomia no Liceu de Ofícios e Inovação do Bairro Alto. Ela aposta numa nova área de atuação, onde  possa trabalhar em casa com a produção de bolos, bolachas, doces e bombons. Ela não perde nenhuma oportunidade, e sempre está de olho nos cursos ofertados pelo Liceu de Ofícios do bairro onde mora.   

“Eu gosto de trabalhar nesse ramo da alimentação, o trabalho de diarista é muito pesado. Como minha casa fica na esquina de uma escola bem movimentada, poderei abrir a minha microempresa em casa mesmo, e vender os produtos que aprendi a fazer nos cursos de Confeitaria Natalina e de Técnicas de Bombons. Eu já aprendi muita coisa aqui, quando abre um curso já corro para me inscrever. Ainda mais que é um curso gratuito. É uma porta que se abre para a gente ”, conta Lislaine. 

As formações são disponibilizadas pela Prefeitura de Curitiba nos Liceu de Ofícios e Inovação do município, com a coordenação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação (SMDEI), que tem o objetivo de oferecer qualificação aos trabalhadores e também oportunidades de empreendedorismo. Os cursos são gratuitos e oferecem certificado aos participantes que concluírem as aulas. 

"Às vezes, a empresa não encontra pessoas qualificadas para aquele emprego e nós queremos corrigir isso, com cursos de alta qualidade de conteúdo e gratuitos”, destaca o vice-prefeito e secretário municipal do Desenvolvimento Econômico e Inovação, Paulo Martins.

A vendedora autônoma Giseli Favile da Rosa participa dos cursos do Liceu há mais de dois anos. Ela pretende aprimorar seu conhecimento na produção de salgados e doces para empreender e abrir seu próprio negócio.  

“Quero me especializar nesta área de alimentos, tenho vontade de produzir em casa, e até futuramente abrir minha confeitaria para empreender, e vender doces e salgados. É sempre gratificante aprender algo novo, temos que aproveitar essas oportunidades, ainda mais que não temos que pagar nada pelos cursos. Essas formações no mercado são muito caras, e nem todos têm condições de pagar por isso”, afirmou Giseli. 

Conteúdo técnico

A instrutora de qualificação profissional do Senac, Bárbara Nascimento, ministra o Curso de Técnicas de Confeitaria Básica e explica que esta formação traz um conteúdo da confeitaria de padarias, como receitas como creme de confeiteiro, o ponto certo do chantilly, as diferentes massas para bolos e doces.

“As alunas são dedicadas e querem aprender cada vez mais. Algumas  querem abrir um negócio e empreender, outras vão vender em casa mesmo, para ter uma renda extra. O objetivo do curso é inovar também na inclusão, porque ao trazer os cursos para os bairros as pessoas têm acesso mais fácil à qualificação, e não precisam pagar ônibus para se deslocar até o Centro”, explica a instrutora. 

Ela destaca ainda que os cursos estão focados também na inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), para que todos tenham acesso às formações. “Temos que acompanhar mais de perto a nossa realidade, e aprender a incluir de fato, não só colocar em sala de aula, mas dar todo o suporte necessário para que essa inclusão aconteça”, ressaltou Bárbara.  

Inclusão

Ana Helena Paula Gomes é autista e revela com entusiasmo que aprendeu a fazer vários doces,  tortas e bolos, e que é muito gratificante participar desse curso. “Pretendo estudar mais confeitaria e gastronomia, para abrir meu negócio ou trabalhar em uma padaria ou confeitaria. Eu adoro essa área da gastronomia”, afirmou.   

A dona de casa Carolina da Silva Chaves atualmente está fora do mercado de trabalho. Ela possui formação em Administração de Empresas, com habilitação em Recursos Humanos, e já fez alguns cursos no Liceu de Ofícios e Inovação de Curitiba. Ela acredita que essas capacitações possibilitam uma chance de renda para quem está sem trabalho, e ainda são gratuitas e perto de onde ela mora.  

“Eu vim do Amapá, e no meu estado a maioria dos cursos são pagos, e não tem essa variedade oferecida aqui pela prefeitura. Esse é o terceiro curso que estou fazendo, e é uma boa iniciativa para quem está fora do mercado de trabalho. Eu já fiz o curso de corte e costura, e hoje faço pequenos reparos, como trocar um zíper, fazer a barra de uma calça. É uma boa oportunidade para empreender, a gente precisa praticar e perder a vergonha de vender. Eu moro aqui no bairro mesmo há dois anos, e é muita praticidade fazer os cursos sem ter que pagar nada, e nem ter que pegar ônibus para participar das aulas”, disse Chaves.

A bancária aposentada, Márcia Moraes, conta que o sonho dela é abrir um café, e está buscando conhecimentos na área da gastronomia para realizar esse desejo. Como começou a trabalhar desde a adolescência, ela conta que nunca teve tempo para aprender a cozinhar. “Eu não sabia fazer nada na culinária, comecei a trabalhar muito cedo e nunca cozinhei nem em casa, sempre comprava tudo. Aprendi a fazer pães, bolos e bolachas, sobremesas natalinas, e hoje faço as receitas para receber os amigos em casa, e quem sabe no futuro posso abrir meu café com o conhecimento que adquiri com esses cursos”, concluiu Márcia.