Ir para o conteúdo
Prefeitura Municipal de Curitiba Acessibilidade Curitiba-Ouve 156 Acesso à informação
Garantia de direitos

Curitiba tem programação pelo Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua

Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua. Foto: Pedro Ribas/SMCS

 

Esta sexta-feira (19/8) é o Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua e para marcar a data a Fundação de Ação Social (FAS) terá várias ações em unidades de acolhimento do município. Serão palestras, rodas de conversa e apresentação de filmes que buscam a proteção e o fortalecimento da cidadania desse público, prioritário das políticas da assistência social e do trabalho e emprego em Curitiba.

Na Unidade de Acolhimento Institucional (UAI) Capão da Imbuia, Regional Cajuru, que atende mulheres em situação de rua acompanhadas de seus filhos, as acolhidas vão participar nesta sexta-feira de uma roda de conversa e apresentação do Decreto 7.053/2009, que traz os conceitos e regulamenta os direitos da população de rua.

A ação tem objetivo de fazer com que as acolhidas reflitam e debatam sobre os avanços alcançados pela população de rua e a defesa da garantia de direitos.

Filmes e debates

Na UAI Cajuru, que acolhe homens em situação de rua, o dia nacional vem sendo debatido desde 8 de agosto, com a exibição de um documentário e rodas de conversa para informar os usuários principalmente sobre os serviços municipais.

As ações na unidade serão encerradas nesta sexta-feira com a exibição do filme O Encontro, seguida de um debate para que os acolhidos possam falar sobre o que assistiram e fazer perguntas sobre a mensagem transmitida.

O filme é um drama social que conta a história de um homem em situação de rua em Nova Iorque, Estados Unidos. Com a saúde fragilizada, o personagem busca acolhimento no maior abrigo da cidade, onde faz amigos e passa a ter esperança de se aproximar da filha.  

Na Casa de Passagem Padre Pio, que atende homens, na Praça Solidariedade, Regional Matriz, a data será marcada também com a exibição de um filme, A Procura da Felicidade, que conta a história de um pai que enfrenta sérios problemas financeiros, é abandonado pela mulher e acaba desabrigado com o filho pequeno. A ação acontece nesta sexta-feira.

A UAI Bairro Novo, usada também por homens em situação de rua, o dia nacional terá uma palestra para tratar dos direitos e das ações de proteção social desenvolvidas pela Fundação de Ação Social (FAS) e pela Prefeitura para esta população. O trabalho será finalizado com o depoimento de alguns acolhidos sobre o impacto da pandemia da covid-19 e como se sentiram acolhidos pelo município.

Conheça as ações de proteção da Prefeitura

Como em várias cidades no mundo, Curitiba vive o desafio de atender as pessoas em situação de rua, ofertando serviços básicos, como os de higiene, alimentação e dormitório, mas também oportunidades que possam resignificar a vida de cada uma.

Para isso, segundo a presidente da FAS, Maria Alice Erthal, as unidades atendem as pessoas de acordo com as suas necessidades. São Centros de Referência Especializados para a População em Situação de Rua (Centros Pop), Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), casas de passagem, unidades de acolhimento institucional e hotéis sociais, que ofertam serviços 24 horas.

Há ainda a Praça Solidariedade, no Rebouças, reformulada pelo prefeito Rafael Greca e que se tornou um complexo de atendimento para esta população.

Na Praça Solidariedade são ofertadas diferentes ações para pessoas vinculadas ou não aos serviços do município. Entre elas atendimento social, acolhimento, alimentação, cabide social, lavanderia com máquinas de lavar e secar roupas, banheiros, chuveiros e lavatórios, além de canil para os animais de estimação dos acolhidos.

Atualmente, a FAS conta com 27 unidades de acolhimento para pessoas em situação de rua que juntas oferecem 1.352 vagas.  

“Trabalhamos diariamente para ofertar serviços, proteger e garantir direitos para a população em situação de rua. Nosso principal objetivo é que, após os atendimentos técnicos, essas pessoas possam voltar a ter novos projetos de vida e deixem as ruas”, explica.

Passagem para quem quer voltar

Outro importante serviço voltado para a população que está desabrigada e em trânsito por Curitiba é a Casa da Acolhida do Regresso (CAR) que faz atendimento técnico para acesso à rede de proteção social e oferece passagens rodoviárias para aqueles que desejam voltar para suas cidades de origem.

O serviço funciona na Rodoferroviária e todos os anos atende milhares de pessoas. De janeiro a julho deste ano, a CAR fez 3.447 atendimentos a pessoas que procuraram o serviço. Destas, 2.259 receberam passagens.

Ação Inverno

Durante todo o ano, a FAS mantém equipes nas ruas 24 horas por dia para abordagem social e encaminhamentos das pessoas em situação de rua para serviços ofertados pelo município. O trabalho é intensificado entre maio e setembro, meses em que é desenvolvida a Ação Inverno – Curitiba que Acolhe.

De janeiro a julho deste ano, as equipes de educadores sociais da FAS fizeram 32.584 abordagens sociais a pessoas que estavam desprotegidas nas ruas. O trabalho foi feito com base nas solicitações que chegam à Central 156 ou por busca ativa nas ruas.

Qualificação profissional

Em busca da inclusão das pessoas em situação de rua à sociedade, a Prefeitura investe na qualificação profissional e na colocação das pessoas em situação de rua atendidas pela FAS no mercado de trabalho.

São oficinas para descoberta de habilidades do Programa Mobiliza, cursos rápidos de desenvolvimento comportamental, cursos técnicos profissionalizantes e palestras sobre serviços.

Desde 2017, foram ofertadas para a população em situação de rua quase 6.400 vagas em 29 cursos, entre eles de autoconhecimento, motivação, relacionamento interpessoal, como fazer currículo e se comportar em uma entrevista de emprego, além de pintura automotiva, inclusão digital e marketing pessoal.

Projeto Recomeço

Nesta sexta-feira, pelo menos dez pessoas acolhidas pela FAS vão se formar no projeto Recomeço, que oferta um percurso com oficina do Mobiliza e cursos de informática e de pizzaiolo.

Foram três semanas de aulas e ao final a FAS fará a intermediação de mão de obra dos concluintes para que consigam ser contratados por pizzarias da cidade.

Entre os formandos estarão Felipe Farias Júnior, 32 anos, e Luciano de Godoi, 39 anos, que participaram de todas as aulas do Recomeço, desde o dia 1 de agosto.

“Meu maior interesse foi no curso de pizzaiolo, porque eu espero arrumar um emprego”, explicou o rapaz. Ele já foi atendido pela FAS em outras ocasiões, há cinco meses está acolhido na Casa de Passagem Padre Pio e é acompanhado pelo Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), na Praça Solidariedade, Rebouças. 

Felipe conta que já fez outros cursos, como de garçom, barman, auxiliar de cozinha e de cobrador de ônibus, e chegou a trabalhar em restaurantes. “O que eu adoro é trabalhar com cozinha.”

Luciano conta que já trabalhou em uma pizzaria, mas como entregador. Com o curso da FAS ele espera ter a chance de trabalhar como pizzaiolo.