O Programa Municipal do Controle do Aedes de Curitiba ganhou um laboratório de entomologia, que vai agilizar a análise de ovos, larvas e do mosquito coletados durante as ações realizadas pelos Agentes de Combate às Endemias (ACEs). A identificação mais ágil dos locais em que há a presença do Aedes aegypti ajudará na adoção de estratégias de enfrentamento.
Esse é mais um dos investimentos da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) para fortalecer o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor das doenças dengue, zyka e chikungunya. Foram gastos mais de R$ 23 mil em compra de novos equipamentos.
“Nós não estamos poupando esforços, além dos mutirões Curitiba Sem Mosquito, a Prefeitura vem investindo em novas estratégias como o uso de drones em inspeções, mas também precisamos da colaboração dos curitibanos”, disse a secretária municipal da Saúde Beatriz Battistella Nadas.
O laboratório foi instalado dentro da Unidade de Zoonoses e Vetores da SMS. Para a estrutura, foram instaladas bancadas para manuseio do material coletado, pia e a compra de equipamentos como microscópios, lupas, armário, incubadora além dos insumos e utensílio necessários.
Para a bióloga Tatiane Robaina, que passa parte da sua jornada de trabalho analisando as amostras, o investimento trouxe mais qualidade e agilidade para a rotina de trabalho da equipe e planejamento das ações.
“Identificamos a presença de ovos nas armadilhas coletadas e já colocamos na incubara pra eclodir. Em cerca de cinco dias já teremos a larva para analisar, se der positivo para o aedes aegypti já podemos traçar uma estratégia para a região onde os ovos foram encontrados” contou Tatiane.
“Sem a ajuda da incubadora ficávamos esperando as condições climáticas, o que em Curitiba é meio complicado”, completou.
Como funciona
Os agentes espalham 300 armadilhas do tipo ovitrampa em toda a cidade, cinco dias depois eles retornam aos locais e coletam essas armadilhas e enviam para o laboratório. Lá um biólogo verifica a presença de ovos, faz a contagem caso haja e faz o registro do local e quantidade em que foi coletado.
Armadilhas com presença de ovos vão para a incubadora, cinco dias depois, já na fase de larvas o biólogo responsável faz nova análise para identificar a espécie.
No local também são analisadas as larvas coletadas durantes inspeções de rotina e os mosquitos, já na fase alada, recolhidos por solicitações registradas pelos moradores via 156.
É hora de redobrar os cuidados
A coordenadora do programa municipal de controle do aedes, Tatiana Faraco comenta que o investimento trará ganhos para a cidade “a principal alteração vai ser a rapidez com que se terá o resultado da espécie do mosquito, se é albopictus, aegypti ou outra espécie que não seja vetor de doenças”.
O reforço é muito bem-vindo, principalmente com a aproximação do verão, estação climática que favorece a proliferação do mosquito, pela associação de dias quentes com chuvas rápidas.
A coordenadora lembra que além dos investimentos da Prefeitura, a população também tem seu papel nessa luta.
“Os moradores precisam fazer inspeção semanal em seus espaços e eliminar o acúmulo de água parada. Outro papel importante, é receber o agente de endemia, permitir a inspeção e receber as orientações”, pede.
Aumento de focos
O número de focos do mosquito identificados na cidade é três vezes maior que no mesmo período em 2021. Os agentes já encontraram 1.123 focos este ano, contra 368 do ano anterior.
Embora esse aumento ainda não reflita em maior circulação da doença na cidade é um indicador de alerta. “Precisamos controlar a população de mosquitos para que não venhamos a ter um cenário de epidemia na nossa cidade”, orienta Tatiana.