Curitiba terá mais um hospital para atendimento exclusivo de pacientes de covid-19. O Instituto de Medicina, no Alto da XV, será reaberto em julho pela Prefeitura de Curitiba, com 110 leitos, sendo 50 de UTI e 60 clínicos (para casos menos graves).
O hospital será administrado pela Santa Casa de Curitiba, por meio de contrato temporário, por três meses, podendo ser prorrogado conforme a demanda. Este é o segundo hospital ativado na capital paranaense com este fim – o primeiro foi o Hospital Vitória, em 5 de junho, na CIC.
“Não há colapso no nosso sistema de saúde, pois estamos preparando nossa sólida rede hospitalar para atender com uma medicina de qualidade os pacientes que precisarem. Mas volto a repetir, nada disso vai dar conta da pandemia se a população não colaborar”, disse o prefeito Rafael Greca, que visitou o local nesta quinta-feira (25/6).
Os novos leitos fazem parte do plano de contingência de enfrentamento à pandemia do município e integram os 1.088 leitos de UTI já anunciados.
UTIs
Curitiba conta hoje com 223 leitos de UTIs do SUS exclusivos para covid-19. Outras 129 UTIs estão sendo ativadas, até 15 de julho, incluindo as do Instituto de Medicina. Com isso, serão 352 UTIs exclusivas.
Cem respiradores enviados pelo governo federal serão utilizados nos novos leitos de UTI exclusivos para covid-19 que estão sendo ativados.
O prefeito estava acompanhado do vice-prefeito Eduardo Pimentel; da diretora médica da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, Nívea Pereira de Souza; e do proprietário do Hospital Instituto de Medicina, José Lazaroto.
Leitos clínicos
Curitiba também chegará a 5.654 leitos clínicos até 15 de julho. São 430 leitos de enfermaria exclusivos para covid-19 - 284 já estão em funcionamento e outros 146 serão ativados também até metade do próximo mês.
Os dados sobre número de leitos são registrados em um sistema aberto ao público, do Ministério da Saúde, o CNES (Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde). Os novos leitos entram neste sistema na medida em que forem ativados.
Enfrentamento
De acordo com a secretária municipal da Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, a rede hospitalar de Curitiba é robusta, uma das melhores do país. Ela reforça que não há falta de leitos.
“A doença atinge a todos indiscriminadamente e nós não sabemos quem será o caso leve, moderado ou grave”, diz. “Não houve falta de leitos de UTI para os pacientes que morreram. As pessoas tiveram assistência, internamento, medicamento. Mesmo com acesso a tratamento adequado, a letalidade é grande”, completa.
A cidade precisa – além da estrutura hospitalar – que a transmissão do vírus seja mantida sob estrito controle. “Para isso, a população precisa manter o isolamento social, para quebrar a cadeia de transmissão”, diz Márcia.
Hospital de campanha
O plano de contingência contra o novo coronavírus prevê ainda a estruturação de hospital de campanha na capital, que será implementado se houver necessidade. Mas esse tipo de hospital é mais necessário em cidades que não contam com uma estrutura como a de Curitiba, que vem ativando leitos para a covid-19 dentro do que já está disponível.
“O hospital de campanha é a última alternativa. Nós ativamos recentemente o Hospital Vitória e agora ativaremos o Instituto de Medicina. O que temos em Curitiba é ouro: estrutura hospitalar com as condições sanitárias e de proteção do paciente, com comissão de controle infecção, intensivistas, equipe qualificada, estrutura de apoio e de diagnóstico (laboratório, raio-x, radiografia), rede de gases”, explica a secretária.
A rede de leitos hospitalares em Curitiba
Total: público, privado, covid e não covid - até 15 de julho
UTI: 1.088
Clínico (enfermaria): 5.654
SUS exclusivos para covid-19
UTI: 352 até 15 de julho (223 já estão ativados)
Enfermaria: 430 até 15 de julho (284 já estão ativadas)