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Zelo pela saúde

Curitiba mantém certificado por eliminar transmissão do HIV de mãe para filho

Curitiba recebeu do Ministério da Saúde o certificado de manutenção da eliminação da transmissão vertical do HIV de mãe para filho. Foto: Divulgação

Curitiba recebeu do Ministério da Saúde o certificado de manutenção da eliminação da transmissão vertical do HIV de mãe para filho. A capital paranaense foi a primeira a receber o certificado de eliminação no país, em dezembro de 2017, e agora recebe – pela terceira vez consecutiva – a recertificação. Ao todo, são quatro reconhecimentos. O evento da recertificação de 2023 aconteceu nesta sexta-feira (8/12), em Brasília.

Curitiba, além do pioneirismo na certificação, é o município com o maior número de recertificações da eliminação da transmissão vertical do HIV em todo o Brasil. 

A certificação e a sua manutenção confirmam que o município conseguiu controlar a transmissão da doença durante a gestação, parto, puerpério e acompanhamento das crianças, evitando que os bebês sejam contaminados. A cada dois anos, o município é reavaliado por técnicos do Ministério da Saúde para verificar se mantém os critérios da certificação.

“A manutenção dessa certificação é o reconhecimento do zelo de Curitiba pela saúde dos nossos curitibinhas”, afirma o prefeito Rafael Greca.

Vidas protegidas

A transmissão do HIV de mãe para filho, quando não há intervenção, chega a 45% dos casos. Estudos mostram que em gestações planejadas, com intervenções realizadas adequadamente durante o pré-natal, parto e amamentação, o risco de transmissão vertical do HIV reduz a menos de 2%. Em Curitiba, as ações implementadas reduziram a transmissão vertical a menos de 1%.

De 2013 a 2022, Curitiba registrou o nascimento de 815 crianças filhos de gestantes HIV positivo. Em apenas sete destes casos não foi possível evitar a transmissão vertical – o último deles registrado em 2020.

“Com o trabalho de prevenção realizado com as gestantes na capital paranaense, mais de 800 bebês de mães HIV positivo deixaram de ser contaminados nos últimos dez anos”, afirma a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella.

“Cuidar das pessoas é a nossa missão, mas acima de tudo cuidar dos curitibinhas, protegê-los, para que tenham todas as oportunidades e cresçam fortes e saudáveis”, completa ela.

De acordo com Beatriz, o resultado é fruto de um conjunto de ações de longo prazo e integradas de dois programas da Secretaria Municipal da Saúde: a Rede Mãe Curitibana Vale a Vida e o programa de HIV/Aids, com um Comitê de Prevenção à Mortalidade Infantil e Fetal e um Comitê de Transmissão Vertical HIV e Sífilis.

Processo de certificação

Para receber a certificação e a manutenção, Curitiba comprovou ao Ministério da Saúde que cumpriu indicadores e metas. Um dos indicadores avaliados foi a manutenção da taxa de transmissão de mãe para filho para cada mil nascidos vivos inferior a 0,5.

Curitiba também atendeu ao quesito de ter a proporção de crianças infectadas pelo HIV, entre as crianças expostas ao vírus, inferior a 2%.

O município precisou comprovar, ainda, que possui uma linha de cuidado e monitoramento às gestantes, para diagnóstico, tratamento e prevenção do contágio do bebê.

Entenda

O que é a transmissão vertical?

A transmissão vertical é a infecção pelo vírus HIV passado da mãe para o filho, durante o período da gestação (intrauterino), no trabalho de parto ou no parto ou ainda pelo aleitamento materno.

O que significa a eliminação da doença?  

A eliminação de uma doença é atingida quando se cessa sua transmissão em extensa área geográfica, persistindo, no entanto, o risco de sua reintrodução. É uma alternativa próxima à erradicação (quando não há mais risco de infecção ou doença, objetivo raramente atingido).