Durante o ano de 2023, a Superintendência de Trânsito (Setran) de Curitiba implantou cem lombadas e dez travessias elevadas na cidade. Esses dispositivos são utilizados tanto para reduzir a velocidade dos automóveis nas vias (lombadas), como para proporcionar uma travessia mais segura aos pedestres (travessia elevada). Para a instalação é necessário um estudo técnico que avalia se o local pode ou não receber essa estrutura.
Quem regulamenta as especificações para instalações das lombadas e das travessias elevadas ou faixas elevadas é o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e os municípios devem seguir as Resoluções. Para que sejam projetadas, o estudo técnico de engenharia de tráfego deve provar que há um risco significativo de acidentes causados por excesso de velocidade no local ou desrespeito aos pedestres.
As lombadas são separadas em dois tipos (A ou B). As do tipo A são utilizadas para limitar a velocidade máxima em 30 km/h, já as do tipo B em 20 km/h. Para a instalação é verificado o tipo de tráfego, a classificação da via e a declividade, que deve ser inferior a 4% nos trechos de rodovia e 6% nos urbanos, pois lombadas colocadas em vias com declividades superiores podem causar acidentes graves com projeção do veículo sobre a calçada ou imóveis lindeiros.
As travessias ou faixas elevadas também seguem a Resolução do Contran e os mesmos critérios das lombadas, porém, são utilizadas em locais onde há grande demanda de pedestres, como nas proximidades de escolas, hospitais e terminais/estações do transporte coletivo. São utilizadas ainda em contrapartida ao semáforo, pois esse equipamento, dependendo dos fluxos veiculares, não é tecnicamente viável.
Tanto as lombadas quanto as faixas elevadas só podem ser colocadas em locais onde haja drenagem pluvial, livres de raios de giro de veículos maiores e sem guia rebaixada na calçada para acesso de veículos aos imóveis. Por isso, para cada solicitação, sempre há necessidade de vistoria prévia no local, que já faz parte do início do estudo técnico.
É de fundamental importância que a via, para recebimento de uma travessia elevada, esteja contemplada com calçadas pavimentadas e contínuas em ambos os lados possibilitando acessibilidade e segurança a todos os pedestres.
Também é verificado se há curvas nas vias ou outros elementos como vegetação/árvores, que possam atrapalhar a visão dos dispositivos e se o pavimento está em bom estado de conservação.
Depois de um ano da implantação dos dispositivos, deve ser feita uma avaliação de desempenho para saber se houve eficácia na redução dos riscos de sinistros no local. Não havendo eficácia, a engenharia de tráfego deve estudar uma nova solução.
Como solicitar o estudo?
Os moradores de Curitiba podem solicitar que a Setran realize o estudo através dos portais de atendimento ao cidadão da Central 156. Esse pedido pode ser feito pelo telefone (156), site ou aplicativo, disponível no Google Play e na Apple Store.