A Assessoria de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres vem reafirmando o compromisso com a igualdade de gênero e o combate à violência com políticas públicas que buscam sensibilizar a sociedade e promover uma mudança cultural em direção à equidade.
Em 2023, o lançamento do Plano Municipal de Políticas para Mulheres representou um passo significativo na promoção da igualdade e respeito aos direitos. E o lançamento do Plano de Ação de Gênero no Bairro Novo da Caximba, com o apoio da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), reforçou esse compromisso.
O projeto 60+ Sem Violência, apoiado pelo Imap, envolveu quatro capacitações em diferentes regiões da cidade sobre proteção às vítimas com mais de 60 anos de idade.
Para atingir um público mais amplo, a Assessoria realizou palestras e rodas de conversa em escolas municipais e estaduais, abordando temas como os direitos da mulher e masculinidade consciente. Essas atividades também foram estendidas a mulheres indígenas, migrantes, em situação de rua, profissionais do sexo e mulheres catadoras de material reciclável, promovendo a conscientização sobre os serviços municipais disponíveis para elas.
Durante os blocos carnavalescos de Curitiba, a cidade lançou a campanha Respeite o Meu Espaço, que visava combater a importunação sexual. Além disso, a Caminhada do Meio-Dia contra o Feminicídio foi uma ação conjunta com a Secretaria Estadual da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa para conscientizar sobre a gravidade desse problema.
A Prefeitura também usou o Ônibus Lilás como ferramenta para sensibilizar e orientar a população sobre os tipos de violência e os canais de denúncia disponíveis.
Capacitações
Uma novidade de 2023 foi o lançamento do curso EAD Masculinidade Consciente, demonstrando a importância de envolver homens na promoção da igualdade de gênero.
Outras ações incluíram o enfrentamento das violências contra meninas e jovens; estudos de casos da rede de atenção às mulheres em situação de violência; a formação de um grupo de trabalho para atualizar o Protocolo Municipal de Atendimento; e a ampliação das articulações com a Associação Paranaense de Condomínios, visando a formação de síndicos e funcionários sobre violência doméstica e familiar.
A posse da gestão 2023-2025 do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres representou um passo crucial pelas demandas femininas. A cidade também implementou ações sobre assédio sexual, em conformidade com a lei 14.457/2022, destinadas às servidoras e servidores do município.
Curitiba promoveu um ciclo de palestras sobre Importunação Sexual e Violência contra a Mulher para funcionários de shopping e empresas privadas, reforçando seu compromisso em criar um ambiente seguro e igualitário para todos.
Casa da Mulher Brasileira de Curitiba
A CMBC continua sendo referência no atendimento às vítimas de violência doméstica e familiar. De janeiro de 2023 a 18 de dezembro de 2023, foram 16.966 atendimentos, incluindo os prestados a 1.357 mulheres da Região Metropolitana de Curitiba. O alojamento de passagem acolheu 172 pessoas, entre mulheres e crianças.
Foram entregues 183 dispositivos de Segurança Preventiva, sendo 128 botões do pânico físicos e 55 virtuais para serem baixados nos celulares das vítimas indicadas pelos Juizados de Violência Doméstica de Curitiba.
A implantação do Agenda Online – sistema de agendamento das mulheres atendidas pela Casa da Mulher Brasileira, agilizou os atendimentos da recepção e do setor psicossocial.
Restaurando a autoestima
Em 2018, Juliana da Silva Antunes, uma mãe de 32 anos com três filhos, transformou sua vida com um curso de restauro financiado pelo Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Prefeitura. Juliana enfrentava abusos psicológicos e físicos do ex-marido, mas após buscar ajuda na Casa da Mulher Brasileira de Curitiba, encontrou apoio legal e psicológico.
Convidada a participar de um curso de restauro, Juliana, que já fez outros três na área, pretende se especializar ainda mais. Agora, ela encoraja outras mulheres a romperem o ciclo de violência, enfatizando a importância da autoestima, que ela própria conquistou.
“Muitas mulheres não cortam o ciclo de violência por causa dos filhos, mas um dia eles crescem e não vão entender por qual motivo continuamos naquela situação. Precisamos ter autoestima e eu conquistei a minha, hoje sou uma nova mulher”, alerta e comemora Juliana.